quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

... as gordas!!!...

... naquela velha casa!!!...

Velha casa


Naquela velha casa,
naquela rua, naquela esquina,
naquela, que se me escapa,
que já foi minha,
dos meus pais e irmãos,
da família que eu tinha,
quando, em pequeno, brincava
com amigos, meus vizinhos,
pandilha que jogava,
filhos de muitos filhos,
da gente que vegetava,
naquele Alentejo explorado,
a jogos de imaginação,
a aventuras sem final,
dentro duma ilusão,
duma criatividade, sem igual,
num Mundo, já afastado,
perto da casa paterna,
velha casa, ganha pão,
quase esquecida, não eterna,
refúgio do pobre, do cão,
do tristonho espezinhado
pelo dono, pelo patrão,
sem futuro, esfomeado,
na esquina, naquela loja,
no tempo em que se fiava,
a chouriça, como uma esmola,
o toucinho que se cozinhava,
enquanto a malta brincava
a jogos de imaginação,
de pureza, de ilusão,
perto da velha casa
tão longínqua, que se me escapa,
quando já não sou criança,
nem adolescente crescido,
antes um homem, que avança,
depois de ter partido!!!...
Naquela velha casa,
naquela rua, naquela esquina,
naquela, que se me escapa,
que já foi minha!!!...

…Sherpas!!!...

... nossos medos!!!...

… comparativamente, passarinho inocente,
no meio de tanta aversão, perante tanto… falcão!!!...

… nossos medos, nossos fantasmas,
pensamentos bem guardados, quase esquecidos,
pecadilhos, maus tratos, pequenas falhas,
interiorizados, disfarçados… de tempos idos,
nossos segredos, muito íntimos,
que, com o passar dos anos, se esbatem,
se diluem, permanecem difusos, escondidos,
quanto mal nos fazem, quando lembrados,
quanto nos doem, quando recordados,
chagas vivas, não curadas,
feridas cruéis, dolorosas,
simplesmente disfarçadas,
bem presentes, purulentas, asquerosas,
manchas indeléveis, por vezes,
num percurso longo, onerosas,
quando paramos, às vezes,
quando tentamos compreender o passado,
certos percalços, acasos… mal cuidados,
quando intentamos justificar o recuado!!!...

… comparativamente, passarinho inocente,
no meio de tanta aversão, perante tanto… falcão!!!...


… embelezar o feio, enfeitar o ruim,
dar outros passos, já dados,
tapar buracos abertos, não fechados,
enfrentar fantasmas idos… perto do fim,
emendar a mão, dar sentido,
como lendo um livro, depois de lido!!!...

… comparativamente, passarinho inocente,
no meio de tanta aversão, perante tanto… falcão!!!...

… quantos zelos, quantos afagos,
quantos desvelos, quantos embaraços,
quando confrontados connosco, sem disfarces,
encarando nosso percurso,
nos vemos, tal como somos, não como fomos,
mais normalizados, menos vorazes,
neste descanso, neste purgatório,
avaliação de nós próprios, menos medonhos,
bem longe daquele envoltório,
disfarce assumido, máscara composta,
rosto de tudo que fomos capazes,
quando mais novos, audazes,
na luta, sem tréguas, pela sobrevivência,
carregando egoísmos, mentiras, vilanias,
com à vontade, com solvência,
os fazíamos, sem remorsos,
como normais, de todos os dias… como nossos!!!...

… comparativamente, passarinho inocente,
no meio de tanta aversão, perante tanto… falcão!!!...


… sobrepúnhamos nossos gostos, nossas manias,
impúnhamos vontades, escondíamos verdades,
compúnhamos enredos, escondíamos medos,
íamos em frente, com ciúmes, com zelos,
amávamos sem freio, tapando maldades,
fazendo de conta, como quem não receia,
vivendo a vida, como quem não planeia,
com sofreguidão, com gosto, paixão,
sendo como loucos… numa sofreguidão!!!...

… comparativamente, passarinho inocente,
no meio de tanta aversão, perante tanto… falcão!!!...

… quantos empurrões, quantos gestos não pensados,
quantas palavras mais agrestes,
quantas atitudes, imerecidas, quantos pecadilhos,
quando mais novos, descuidados,
procedendo como jovens, como filhos,
imbuídos de fúrias, de anseios… cometestes,
com danos a pais zelosos, compreensivos,
sofredores, protectores, compreensivos,
quantos amigos não rejeitaste,
por culpa de meros trastes,
quantas namoradas não utilizaste,
com enganos, com logros, namoros,
outros tempos, tempos idos,
amarguras, recalcamentos, choros,
fantasmas, medos, não esquecidos,
chagas, feridas… algumas purulentas, asquerosas,
lá no íntimo, sonegadas, ainda onerosas,
quando nos penitenciamos, pelo que fomos,
mais calmos, pensativos… tal como somos!!!...

… comparativamente, passarinho inocente,
no meio de tanta aversão, perante tanto… falcão!!!...

… embelezar o feio, enfeitar o ruim,
dar outros passos, já dados,
tapar buracos abertos, não fechados,
enfrentar fantasmas idos, perto do fim,
emendar a mão, dar sentido,
como lendo um livro… depois de lido!!!... Sherpas!!!...

... as gordas!!!...

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

... emoções!!!... ( antiga)

…sentirmos orgulho, sentirmo-nos honrados por gentes poucas…é loucura, são coisas loucas!!!...Que proventos aportaram ao País e aos portugueses, aos carentes, às outras gentes, aos postos de lado…certos líderes, determinados ídolos, pobres coitados, bacocos autistas???...Tristes lucubrações, tenebrosos pensamentos…me assolam, quando oiço, quando vejo, quando leio…certas afirmações!!!...Sinto pena…tenho dó!!!...

Num Mundo de sensações,
de histerias apocalípticas,
de coléricas emoções,
de líderes, de políticas,
de ídolos de pés de barro,
de campeões passageiros,
seja em casa, no carro,
adulamos sempre os primeiros,
que pomos num pedestal,
nas corridas, no futebol,
nos congressos, na canção,
nas religiões, no andebol,
em qualquer competição,
manias de clubismo,
adoração da camisola,
espécie de fanatismo
desde que se sai da escola,
torcemos, discutimos,
fazemos gestos vários,
descontrolamos, aplaudimos,
damos urros, comentários,
somos heróis do falatório,
gastamos massa, inutilmente,
seja-se humilde, finório,
porque nos dói o que se sente,
pela emoção, pela histeria,
pela paixão por um clube,
pela sensação, pela alegria.
pelo líder que se adule,
pelos que nos fazem tresloucar,
que consideramos os maiores
desta amálgama de encantar,
desta mania dos melhores,
gente pouca, pouca gente,
que se esforça, alcança,
que nos torna fanático, doente,
porque se distancia, avança,
se torna o melhor de todos,
o primeiro, entre os primeiros,
neste Mundo de tantos loucos,
que gastam sentires, dinheiros,
numa histeria colectiva,
política, melódica… desportiva!!!...


…há figuras e…figuras, há loucuras e…loucuras, há casos e… coisas, há coisas e…casos!!!...Tantas manigâncias, tantas porcarias!!!...Tantas hipocrisias…disfarçadas de políticas!!!...Tantos interesses…tantas benesses!!!...Tanta pobreza…tanta miséria!!!...Há factos e…factos!!!...As evidências…são mais que muitas!!!...Que tristeza!!!...Sherpas!!!...

... eles são assim!!!... (antiga)



…de guerra em guerra…até à destruição final!!!...

…eles são assim, que lhes havemos de fazer???... Com medo da violência, apostaram…na violência!!!... Sempre assim foram, continuarão sendo, pelos vistos!!!... Foi democrático, dizem…não contesto, admito, aceito, embora contristado, pesaroso, deprimido, como…me apelidam, ultimamente, além de outros apodos, é evidente!!!...Enfim, do mal, o menos… continuo tendo voz, continuo escrevendo, de acordo com os meus valores, com os meus princípios, sendo tal e qual, como me aceito, igual a mim mesmo, sem interposições de terceiros, completamente alheio!!!...

…sinto-me deprimido…contristado, é um facto!!!...

…regozijo imenso do lado dos que partilham da violência, pura e simples, do aviltamento, da ganância exacerbada, descontrolada, da guerra…como solução, do terror, como resposta, como imposição para este Mundo louco, de todos nós, moderados, sensatos, racionais e…de muitos mais, os irracionais, destruidores de vidas, semeadores de conflitos…um pouco, por todo o lado, por tudo quanto é canto, por um bocadinho de petróleo, por um controle, por uma obsessão, a económica, de qualquer maneira, sem um mínimo de respeito pelo ser humano, o que se estraçalha, em qualquer guerra, em qualquer conflito, em qualquer batalha, com furor…ou sem ele, de maneira mais moderna, complexa, abjecta, virtualizada, como um simples jogo de computador, carregando num botãozinho, não vendo resultados, olhando para o lado… como se nada!!!...

…sinto-me deprimido…reduzido, com este marchar, marchar, de consequências apocalípticas, juízo final!!!...

…perdeu-se o tino, não há consideração de espécie alguma, por gentes, por muitos milhares de milhões, por multidões, por espíritos de concórdia, de paz, por anuências, por inteligências, por visões mais sabedoras, superiores!!!...Tudo se misturou, tudo se baralhou, tudo se inverteu, se perverteu…num retrocesso velocíssimo, numa vertigem insensata, a caminho do precipício, da catástrofe…final, que se avizinha, sem profecias minhas, como um projecto malfadado, amaldiçoado…tendo como base primeira, o primado da guerra, o Deus dinheiro, o sangue petróleo, o ódio que se avoluma, a raiva descontrolada, imparável, os afrontamentos entre seres… tão débeis, na mente, na razão, na acção…na atitude tomada, não pensada!!!.. Hecatombe, com depressão ou não…veremos, continuada, numa eterna escalada, ainda agora, começada!!!...

…sinto-me deprimido…estupidificado, com este furor, com estes aplausos, com estes risos e gargalhadas, com este engalanar, como se de festa se tratara…por uma continuidade na mentira, na demência, como excelência!!!...

…escolheram, está escolhido, o pior está para vir, enquanto se considerarem, o que não deviam… os donos do Mundo, o que o renega, o que o despreza, o que não o admite, sequer!!!... É que…se fizessem os seus estragos a nível doméstico, era como o outro, não davam tanto nas vistas, não eram tão mal vistos!!!... Ficava em família, tal como no passado, tinha pena… por eles mas, não nos sujeitavam ao triste espectáculo de todos os dias, em todos os lados, em todo o Mundo… mortes que se seguem a outras tantas mortes violentas, sangrentas, de parte a parte…indiferente, de tanta gente!!!... O Globo Terrestre, nestas mãos…posso estar enganado mas, quanto a mim, não vai a nenhum lado!!!... Quer dizer…estará, quiçá, mais próximo do número final, com nucleares, com cogumelos, numa auto-destruição pertinente, eficiente, sistemática, como táctica…nada inteligente!!!... Temo pelos mais jovens, não aplaudo…choro!!!...

…estou deprimido, reduzido…estupefacto!!!... Sherpas!!!...

... as gordas!!!...

... como uva saborosa!!!...



… como uva saborosa,
quando se mastiga, se aprecia,
deleite que nos engrandece,
prazer maior, eflúvio permanente,
catarse do pensamento,
aproximação da quimera,
no meio de tantos entes,
gostinho que permanece,
mesmo quando ausente,
cachos doirados que evolam
do rosto que se não esquece,
olhos negros, tão doces,
seios redondos, pujantes,
como uvas inebriantes,
mascadas nos lagares,
encantos de tantos lares,
etéreos… embriagantes!!!...

… são uvas, Senhor, doces sabores,
corpos perfeitos de garça,
nos socalcos das encostas,
quando expostos ao Sol,
relíquias, dissabores,
contrastes dos meus amores,
que se instalam, não passam,
fluidos, doces promessas,
cama feita, mesas postas,
alvuras de perdição,
servidos em grandes travessas,
loucuras que nos subjugam,
odores que permanecem,
visões que se… não esquecem!!!...

… planta da perdição,
líquido que jorra nos copos,
fruto com cachos, com bagos,
do Paraíso, pedaço de emoção,
troncos grossos, bem postos,
torneados como os corpos,
morenos, acastanhados,
lugar dos nossos pecados,
cabelos esverdeados,
bem negros, ondeando
ao sabor dos ventos, nas fragas,
nas roupas com que te tapas,
esbelta, airosa, inebriante,
metade que nos completa,
quando se bebe, se adula,
bago excelso, extravagante,
cacho que escorre pelos ombros,
efeito que se adora, perdura,
meigos encantos, encontros,
fantasia que nos inebria,
fonte da vida… alegria!!!... Sherpas!!!...

... conjunto de sombras... esbatidas!!!...




… cores cinzentas, esbatidas,
aglomerado de rostos indefinidos,
turba avultada de sons, de saídas,
poucas entradas, números reduzidos,
grupo mais restrito, ponteado,
situação avulsa, desconforme, esquisita,
agitado, sem sossego, meio acordado,
num entremear de sono ligeiro,
bem estendido no leito, onde me ajeito,
numa noite, igual a tantas outras,
não conseguindo destrinçar,
o sonho, da realidade… sombras,
caras que me foram queridas,
que transporto sempre comigo,
no interior do meu ser… que vão ficar!!!...


… que arrasto, enquanto vivo,
passado longínquo,
início da minha existência,
sentires, dores, paixões,
mais diluídos, quase em falência,
amizades, conluios, sofreguidões,
tempos idos que me traem,
quando, embalado por emoções,
me deito, não durmo, me saem,
me acompanham, não atormentam,
me lembram que estão presentes,
perenes, bem marcados,
quando revivem, intentam,
me tocam, não chocam,
me fazem lembrar… seres ausentes!!!...


… dou uma volta, reviravolta,
olhos cerrados, cabeça desperta,
que se prolonga, alonga,
diviso sorriso amigo, recordo,
sem protecção, sem escolta,
sem gritaria nem alerta,
local estranho, uma escola,
companheiros da altura, incerta,
situação caricata, estranha,
que me amedronta, me apanha,
que me reduz, me confunde,
numa penumbra que se alastra,
numa sombra que se afasta!!!...


… noite, mal dormida,
imensa, no seu tamanho,
intensa, no seu engano,
sonho malfazejo, castigador,
não pesadelo, recordações,
guardadas em mim, bem no fundo,
memórias que doem, percepções,
vestígios duma vida, dum Mundo,
já passado, arrecadado,
tão poucas vezes… recordado!!!... Sherpas!!!...

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

... grupos numerosos!!!...

… grupos numerosos ao sabor das ondas,
desistiram,
fugiram do ambiente que rejeitam,
mole imensa de líquidos,
sobras, vertidos,
não mar azul
transparente
com que sonhas,
bandos de gaivotas que o enfeitam,
cardumes de peixes, moluscos, crustáceos,
mamíferos amigos,

aqueles cetáceos
que são arrastados pelos ventos,
pelas águas putrefactas,
grandes massas
que se agitam,
adulteradas,
horizontes que se alongam,
costas que banham,

onde se assanham
pequenos entes,
donos de tudo,
desprezando o próprio Mundo,
casa dos vivos que se suicidam,
vontades que tomam,
quando em grupos,
fugindo da promiscuidade,
alimento que não têm,
mantendo equilíbrio,
com brio,
por outra razão,
quando morrem nas praias desertas,
amostragem de horror,
completa exaustão,

desperta
sentimentos de culpa,

quando nos advêm,
perante imagens trágicas
que nos assustam,
esforços que fazemos,
tememos,
tentamos evitar
concertação de morte colectiva,
término da vida,
decidida,
mamíferos como nós,

são fugas,
determinação, pesadelo,
naquele cotovelo,
baía fechada,
bem apartada,
cemitério escolhido,
desistência,
vertido
nas areias doiradas,
águas paradas,

ambiente falido,
oceano de engano,
esgoto… tamanho!!!... Sherpas!!!...

... figurinhas descartáveis!!!... (antiga)




… figurinhas descartáveis, para mal dos nossos pecados, para assombração profunda… dos forrados, como chaga, na mente dos que nos desgovernaram, como se nada!!!... Estórias do dia-a-dia, de cada dia, ao dobrar da esquina, por aqui, por ali… passadas com amigos do peito, meus ilustres desconhecidos, ao meu jeito, gentes com menos sorte, com muitas agruras, com bastantes percalços, quase descalços, sem cheta e com mazelas, aos montes!!!... Basta vê-los, olhando como devemos, sem diminuir, sem massacrar, fazendo de conta que não nos apercebemos, sofrendo com eles… porque os aceitamos, compreendemos e choramos!!!... É cruel admitir que existem, proliferam, abundam, cada vez mais!!!... Vítimas duma sociedade ingrata, egoísta e patarata!!!... Ao que chegámos!!!...

… faço compras, como norma e por comodismo, numa grande superfície, embora goste mais do comércio tradicional, contacto directo com quem me vende, conversa que se arranja, simpatia que se gera, personalizado, claro!!!... Descurei-o, substitui-o pelos super e pelos hiper por acomodamento… eu pecador, me confesso!!!... Vou e, num instante, adquiro no mesmo sítio tudo aquilo que preciso!!!... Desde há muito tempo que frequento, aqui ao pé, um desses bacamartes, mercearias completas e repletas, habituei-me e como (…como todos os dias!!!... ) consumidor, tornei-me assíduo, com a cabeça no lugar, não me deixo levar, compro o que necessito, somente!!!... Quando vou, muitas vezes, deparo com cenas que me ficam na retina, que recordo, que me fazem pensar!!!...

… pessoa já idosa, um dos muitos amigos meus, ilustre desconhecido, de classe social baixa, pelo traje esfiapado, gasto, sempre o mesmo, cara rugosa, com vestígios de quem consome álcool amiudadas vezes, olhar vago, perdido no meio da multidão, com um carrinho do super-mercado, conduzido com afeição, com gosto, já preenchido com um embrulho, um saco de plástico de vulto!!!... Vi-o passar uma vez, segui-lhe o percurso, apreciei a paragem junto do segurança, mostrando o que levava, com um sorriso, com umas palavras, a sua entrada no espaço, o olhar guloso e curioso com que devassava tudo e todos, por onde cirandava, qual caravela louca, perspicaz, pouco voraz… nada comprava!!!... Fiz as minhas compras, como sempre… cruzei-me com ele!!!... Continuava com o mesmo saco no carrinho das compras, tirava algo das prateleiras, mirava e remirava, colocava no lugar… com mil cuidados, seguia em frente!!!... Depois de feitos os avios, paguei na Caixa, regressei a casa!!!... Do meu amigo, ilustre desconhecido… perdi o rasto!!!...

… os dias foram passando, sempre iguais, com altos e baixos, com quebras e alternâncias muito próprias, como a de todos… a vida dos mais normais, é evidente!!!... Em casa, fomos consumindo… a barriga não perdoa!!!...

… na semana seguinte, dia de compras mais avultadas, despensa vazia, azimute tirado ( …excesso, sem sentido!!!... ), direcção seguida, objectivo atingido, a mercearia do homem da Forbes, claro!!!... Lá caímos, como sempre, mais cómodo e rápido!!!... Estacionámos o carro, fomos andando, entrámos!!!... Eis senão quando… numa volta dum corredor, deparámos com ele, tal como no primeiro dia!!!... A mesma fardamenta gasta, puída, o mesmo olhar vago, aquoso… o mesmo rosto, ligeiramente avermelhado, o mesmo carrinho das compras, a mesma embalagem, saco de plástico, bem ao centro do dito!!!... Paragem aqui, tira e mexe, remexe, coloca no sítio, devagar, de mansinho, com cuidados mil, segue em frente, como sempre!!!... Chamou-me a atenção, como da primeira vez, agudizou-me a curiosidade, de tal ordem que, depois de dizer à minha mulher, segui-o à sorrelfa, fazendo de conta que não era nada comigo!!!... Os gestos, de repetitivos, mais curioso me puseram!!!... Chegado a uma certa altura encaminhou-se para a saída, para junto do Segurança, não da Caixa, com o carrinho vazio, isto é, com a embalagem de sempre, o tal saco de plástico!!!... Mostrou, comentou, sorriu… saiu!!!...

… contei o episódio, depois da perseguição, à minha mulher, falámos sobre o caso, apontei-lho, discretamente!!!... A partir desse dia, mais do que uma vez, encontrámo-lo nessa azáfama, nessa tarefa de brincar, nessa obrigação de mentira!!!... Ele, igual a ele próprio, o carrinho do super-mercado com o saco de plástico, embalagem que mostrava ao Segurança quando entrava, quando saía, percorrendo os corredores da gigantesca mercearia, olhando e mexendo… não comprando, fazendo de conta, simplesmente!!!... Figura curiosa, doentia, vazia… apartada de tudo, de todos, num Mundo imaginário, o dele!!!... Meu amigo desconhecido, tão ilustre e esquecido, pequenino!!!...

… pequeno apontamento, sem intenção:

- “… não, não tinha espingarda, não se revoltava por lhe terem tirado setenta contos ou mais, ou menos… não tinha nada, tinha mania, possuía uma grande fantasia, vivia com ela, disfarçava, fazia de conta!!!...”

… enfim, com os dias, com os encontros… já não ligávamos, fazia parte do esquema, era mais um!!!... Com a dele, os outros… com a de cada um, consoante e conforme!!!... Num desses dias de compras, por via duma bucha (…algo para comer, ao meio da manhã, um reforço do pequeno almoço!!!...) sentámos num daqueles cafés das grandes superfícies, quando reparámos que ali ao lado, preparando-se para a faina das compras de fingir, estava o nosso amigo, ilustre desconhecido, já com o carrinho, contendo a embalagem, bem ao centro… o tal saco de plástico, é evidente!!!... Olhámos e sorrimos!!!... Afastados, desligados por completo… fomos alertados por gritos e fúrias, berrarias!!!... Constatámos que era um indivíduo novo e forte, aventesma desconforme, homem na roda dos trinta e tantos anos que, furibundamente, invectivava a figurinha desta estória!!!... Ouvimos, entre outras coisas, que lhe chamava nomes, o injuriava, o mandava embora dali!!!... Que tomasse juízo, que fosse para casa, que largasse o carrinho das compras!!!... Que tristeza, quanta vergonha sentiu, certamente, quanta quebra dum sonho, quanta ilusão perdida, naquele instante!!!... Encolhido, mais que diminuído, depois de ter sido escarnecido por aquele tipo, familiar mais novo, pelo que ouvimos, esfumou-se, aos poucos!!!...

… nunca mais o vimos, figura pouca e descartável, amargura dos nossos dias, realidade dura e cruel, mais uma… entre tantas, com as que me cruzo, por aqui, por ali!!!... Aconteceu!!!... Sherpas!!!...

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

... estamos regredindo!!!...

… estamos regredindo, pelos vistos,
quando os vejo, embalando parcos haveres,
bem tristonhos, escorraçados, não queridos,
costas curvas, desgostados, pobres seres,
falta de esperança, sem perspectivas,
cansados de procurarem saídas,
num buraco sem solução,
com um bocado, noutro lado, promissor,
uma tarefa, trabalho compensador,
País mistificador, enganador,
que te debilitas,
que mais débil ficas,
quando os deixas fugir,
sem tugir, nem mugir,
ripanço dos bem forrados,
dos negociadores, dos embolsados,
dos senhores dos dinheiros,
insignificância, bem reles,
dos que, por usanças, por meios,
por escassez provocada, bem legal,
só pensam na vida deles,
fazendo de Portugal,
um inferno insuportável,
ganância, hipocrisia inenarrável,
falta de valores, no mesmo rumo,
partido único, mais que igual,
vamos regredindo… enquanto me consumo!!!...

… vai para quarenta e tantos anos,
a caminho da França, da Alemanha,
lugares inteiros, despejados,
escorraçados por elites, antanhos,
logros, roubos, quanta manha,
procissão de desgraçados,
a salto, de qualquer maneira,
passavam a fronteira,
tristes, esfomeados,
procurando o seu destino,
com ânsia e voragem ilimitadas,
fugindo dos latifúndios, das penúrias,
dos cinzentos do momento,
das carteiras recheadas,
com mala de cartão, com saudade,
enrijecidos, sem lamúrias,
com um só pensamento,
numa busca incessante, da verdade,
vida digna, passagens espúrias,
isolamento, sofrimento,
trambolhões, lá longe, bem distante,
tanto agora… como dantes!!!...

… escravos modernos, em Países parceiros,
exploração aviltante, quanta degradação,
saída, única solução,
para quem é obrigado, pelo pão,
atrás duma visão, procurando sendeiros,
outros caminhos, uma salvação,
ilusionados, bem escorraçados,
nesta outra regressão, nova versão,
duma casa que não abriga, que afugenta,
quantos lutam, não se intenta,
desfazendo lares, provocando saudades,
sem mala de cartão, com alguma impressão,
enganados por cá, por lá,
indiferente, tanto faz,
numa Europa que não nos pertence,
que maltrata muita gente,
neste pedaço que nos ludibria,
com logros, muita fantasia,
que nos quer ofertar, quem nos tenta enganar,
porque, meus amigos,
num local com alguns ricos,
podres, a rebentar, os tais, os de espantar,
quantos e quantos… têm de emigrar???... Sherpas!!!...

... porque concordo... em absoluto!!!...

... passo a citar:

"Saturday, December 15, 2007 9:00 AM
Tratado de Lisboa
O líder do PS e primeiro-ministro tem ponderosas razões políticas para rejeitar a obrigatoriedade de um referendo ao Tratado de Lisboa. Assumiu, com os seus parceiros europeus, o compromisso de levar à prática, a nível comunitário, uma ratificação o mais rápida possível e sujeita ao menor risco de factores imponderáveis. Tem, ainda por cima, a responsabilidade acrescida de haver sido um dos principais obreiros do acordo e da sua entrada em vigor (ficou-lhe bem o elogio isolado que fez a Angela Merkel, artesã maior do novo Tratado). A conjugação de posições com o Presidente da República, que se opõe a este tipo de referendo, evitar-lhe-á um conflito institucional desgastante num ano pré-eleitoral e politicamente difícil para o Governo. E o Parlamento tem, além de total legitimidade democrática, uma maioria confortável para ratificar o Tratado europeu.

Em contrapartida, José Sócrates dispõe de um outro conjunto de valiosas razões para entregar ao voto dos portugueses a legitimação do Tratado reformador. Mostraria cumprir o que prometeu, retirando argumentos aos seus adversários políticos. Deixaria o PSD, que mudou alegremente de posição, sem espaço de manobra e a seu reboque. Obteria uma vitória eleitoral em que o triunfo do ‘Sim’, mais a mais com um Tratado nomeado de Lisboa, estaria claramente assegurado à partida. Colocaria o Presidente da República na posição de, mesmo contrafeito, não ter margem política para poder inviabilizar o referendo.

Indo aos pontos decisivos. José Sócrates terá o rasgo de se elevar acima do consenso anti-referendo não assumido pelo directório europeu, chamando o eleitorado português a pronunciar-se – assim reforçando a sua imagem pessoal no plano internacional e a individualidade do país? Mais importante: em nome da ética política, irá respeitar o compromisso que assumiu, em mais de uma ocasião, perante os portugueses?
Ou sente que não tem estatuto nem dimensão para contrariar a ordem europeia e irá obedientemente acatar o consenso anti-referendo? Alegando farisaicamente que esta versão compacta do anterior Tratado nada tem a ver com o original e mudou mesmo de natureza?
Ao que tudo indica, num caso e noutro, Sócrates já atirou a toalha ao chão."

... in Directo (jal@sol.pt)

... sem mais!!!... Sherpas!!!...

domingo, 16 de dezembro de 2007

... como maçã belaça!!!...

… como maçã bela, reluzente, apetecível,
incomestível,
mete-se pelos olhos, aparente,
cativa quem a compra, enriquece quem a vende,
inconcebível,
pasmado me quedo, como gente,
comparo, não descarto,
acontecimento previsto, mais que pensado,
mais que visto,
bola imensa, harmoniosa,
que, apesar dos atentados, se mantém bem formosa,
girando, num desconcerto,
rodando, chiando, rangendo, manifestando desagrados,
descomprimindo algum aperto,
oprimindo corações mais sensíveis,
quando os incríveis, nada críveis,
levados pela cobiça que se atiça,
berrando excessos, mostrando injúrias,
roubos profundos, magmas e lamas,
fluxos repentinos, tremuras repetidas,
catástrofes e chamas!!!...

… mortes incontáveis, sentidas, vermes imparáveis,
mexem e remexem, vulneráveis,
sem senso, pouco hábeis,
desconhecedores do que ignoram,
mesmo quando choram, trémulos e crentes,
rezando seus medos, anseios, repentes,
seduzidos pelo que reluz,
vida fútil, farta e basta,
com tudo que se produz, num contraluz,
mal situados, insensatos e maus,
com armas, com fúrias, com varas, com paus,
destruindo, de caminho, nunca sentindo,
a beleza que possuem, destroçando… mentindo!!!...

… ciência que avança, que descobre, que inventa,
energias que se buscam, quando rebuscam,
quereres que se sobrepõem,
quando intentam, quando dispõem,
tudo se tenta,
maravilhas da tecnologia,
males que surgem, que nos ofuscam,
falta de fantasia, harmonia que não gera,
quando desespera,
flor que murcha, que altera,
verde pastoso, prado sem gado,
tudo se espera,
tudo estragado,
maçã que se não come,
bela, reluzente, enorme,
bicho que se multiplica,
que corrói, que investiga,
que já não tem tempo, que aldraba, que mente,
que oprime porque não sente!!!...

… que esconde pavores,
câmara de horrores,
casa perdida, rangente, chiando,
com seus escapes, borrascas medonhas,
calores e tremores, montanhas que caem,
que sepultam no momento,
como um triste evento,
esquecido, perdido,
sol pardacento, alvor sem poema,
incúria, desperdício, falso dilema,
águas pútridas, ácidas, doentes,
conflitos e gritos, escárnios, dejectos,
seres que são vermes… de tão abjectos!!!... Sherpas!!!...

... comandados à... distância!!!... (antiga)




… comandados à distância, com aplauso, adequado… claro!!!... Não os consigo entender, pelas medidas que tomam, pelos avanços e recuos (… onde é que eu já li isto???...), pelos sacrifícios que pedem, aos de sempre, realmente!!!... Não, não estou fazendo discurso de bloquista ou de comunista, estou escrevendo de acordo com o que penso, quando vejo, quando leio, quando oiço, (… estou-me a repetir, já chateio, pelos vistos!!!...), certos e determinados figurões da oposição, a maior, pois então!!!... A direita, quando ouve, ou quando lê… projectos futuros de contenção, do homem da pasta, grana, massa, dinheiros, finanças… exulta inebriada, de satisfeita, prevendo quadros risonhos, a médio ou curto prazo, tal e qual!!!... Já se visualiza no assento etéreo, o desejado, o mais ambicionado… para o qual está vocacionada, assim o dizem, eu… não acredito!!!... A direita foi afastada desde há muito tempo atrás e… só disfarçada, mediante enganos e manhas, lá consegue chegar, como sabemos, ou por incúria dum partido que se diz socialista e social que, para seu mal, não abdica de privilégios dentro das suas hostes, tal como os já referidos, os alternativos!!!... Quanto a benesses e mordomias, situações de privilégio, vencimentos chorudos, regalias mil… estão em igualdade de circunstâncias, rosas ou alaranjados, pelo que me vou apercebendo, aos poucos!!!... Como independente, desvinculado… embora inclinado, vou fazendo estes juízos de valor, dos dois bandos citados, pela atitude, pelo comportamento, pelo distanciamento, pela contestação das populações, pelos convencimentos, com ligeiras alterações, minúsculas, comezinhas, simples minudências, pouco se distinguem, é um facto!!!!...

… sempre ouvi dizer… sei por experiência própria, também me cai na pele… quando perco poder de compra, quando a A.D.S.E., já não é, o que era, quando pago combustíveis mais caros, todos os dias ou semanas, mais uns cêntimos, quando, incluído nos produtos alimentares, bens de consumo de luxo ou sem luxo algum, me sacam mais uns cobres, por via do I.V.A. o tal imposto irracional que penaliza, não olhando a quem, quando noto falhas em serviços públicos que, pela sua natureza, deveriam ser excelentes, no que concerne a saúde, a ensino, a segurança social, a ambiente… entre outros, tão ou mais importantes do que os mencionados, na vidinha de cada um, quando lhes toca, é evidente, que… a maneira mais fácil de governar, é ir buscar ao mais fraco, tirando direitos, sacando dinheiros, mediante coimas ou impostos!!!... Causa alguma instabilidade, cria alguns amargos de boca mas, mantendo os apaniguados satisfeitos, eles próprios, como excelsos, mais alguns, atolados no sistema até ao pescoço, tal como os donos do pastaréu, banca, seguradoras e grandes grupos económicos… com o tempo, as virulências da plebe, acalmam mas, podem crer, não esquecem!!!... Na altura própria manifestam o seu descontentamento, como sempre!!!... Daí a satisfação da oposição, quando aplaudem, exultantes… estas medidas de contenção!!!... Ai não!!!... Pudera, também eu… se metido nessas alhadas, as das políticas, se alternativa, com vontade tremenda de poder praticar extravagâncias, como dantes, ainda há poucochinho tempo atrás!!!... As políticas e os políticos, são assim!!!... No meio de tudo isto, o que se trama (… não é o coelho Rabbit, pois não!!!...) é o Zé!!!...

… pelo mais fácil, não custa nada!!!... Entretanto há umas eleições, as autárquicas, que com determinação e certa presteza… se vão aproximando, vão alterando comportamentos de líderes e não líderes partidários, inclinados para um ou outro lado da barricada, candidatos com ou sem carisma, simpáticos ou não, consoante ouvi o papagaio de serviço, na RTP… que se vai por simpatias, que nos tenta incutir esse espírito, o da idiotice colectiva, como em tempos passados!!!... Penso que as pessoas, especialmente as de Lisboa e do Porto já não são tão estúpidas e tapadas que se deixem arrastar por caras de alarve ou por carantonhas, mais ou menos sérias, mais ou menos sisudas, sorrisos rasgados e sacanas, ou o inverso!!!... Os tempos mudaram e os cidadãos, por mim penso, escolhem consoante o projecto que se tem para a cidade, consoante a obra feita, de acordo com o que se possui no presente, com o que se adquiriu… ao longo do último mandato dos que, segundo sabemos, pretendem repetir, com êxito!!!... Pesam os p´rós e os contras, como é uso, moda… direi, naquele programa tão insonso, pesaroso, repetitivo, na televisão pública, a RTP!!!... Já se não vão em futebóis!!!... Bem basta a rinha continuada, a grande trapalhada dos clubes da modalidade!!!... Tempos de burlões e de vigaristas, aldrabões convencidos, demagogos e populistas, vão-se diluindo, espargindo mansamente… na zona do esquecimento, nos meandros mais recônditos e sombrios da nossa memória colectiva!!!... Gostaria que assim fosse, vou fazendo por isso!!!... Há alguns mais renitentes que, mesmo com o passar dos anos… teimam e resistem, como mazela incurável, nódoa aviltante!!!... Auguro, expectante… que se diluam, que se esfumem, como se nada!!!...

… pois é, ainda não descalçámos a bota do défice, tão pouco a das autárquicas, muito menos a dos sacrifícios para os de sempre, como estigma nosso e já há quem, se não contenha, se não abstenha e… faça previsão mais alongada, mais elevada, quanto a lugares cimeiros, o mais nobre e viajado, desde sempre, digna representação de toda uma Nação, na pessoa singular, enorme… a dum Presidente, bom lugar, ao longo de cinco anitos, normalmente bisa, com largos proventos, quanto a vencimentos, quanto a deferências, quanto a excelências, quanto a representações, estadões… um pouco por todo o Mundo, sempre lhe fazem o jeito, (…viajados que eles são, ai não!!!...) bem acompanhados, a comitiva, mais que alargada, aviões cheios, daqui para ali, dali para aqui… uma rotina, um frenesim!!!... Lugar ambicionado, bastante desejado, culminar de toda uma carreira… para alguns!!!... Para outros, não!!!... E fazem-se comentários engraçados, tomam-se como certas, determinadas vitórias, (… duvido!!!...) apontam-se nomes, resguardam-se recatos, dão-se empurrões, criam-se ilusões!!!... Somos assim, um espanto, quanto a políticos, quanto a políticas, quanto a papagaios, quanto a comentadores… por voz, ou por escritos!!!... Vamos ver no que dá!!!... Sherpas!!!...