sábado, 13 de dezembro de 2008

... Dubai de lá... "Dubai" de cá!!!...

Quando os americanos aboliram a polícia e o exército iraquianos, lamentei não me terem contratado para conselheiro. Ter-lhes-ia dito: eh pá, matem os generais mas passem a mão pelo pêlo a uns coronéis. Nenhum país, sobretudo invadido, pode prescindir de oficiais locais (e de exército e de polícia). Mas ninguém me quis ouvir. Agora, foi com o Dubai. Ao princípio também fiquei impressionado com aquelas ilhas em forma de palmeira gabadas pelo Beckham e pelo Figo, aquele prédio mais alto do mundo, aquelas construções desenfreadas e propostas para que os turistas as comprassem. Um dia, fui lá. Dar um passo fora da porta era ficar com os óculos embaciados pela fornalha exterior. E porquê sair quando a cidade era cimento armado sem um só velho bairro árabe para visitar? Por essa altura, as melhores revistas mundiais tinham páginas sobre o El Dorado dos investidores imobiliários. Mas quem poderia querer uma casa num lugar impossível de viver, quanto mais fazer turismo? Esta semana, eis a capa da Newsweek: "Dubai, acabou a festa!" O mundo está perigoso quando eu, nulidade em defesa e em economia, sei mais que os senhores do mundo.

http://dn.sapo.pt/2008/12/13/opiniao/cronica_o_expert_ignorante.html

... ouvi o D. Belmiro I da Sonae... e o excelso mais excelso do País, quando falavam da redução de bancos em Portugal, da questão da "competitividade" face aos "parceiros" mais ricos, numa aposta constante nos salários baixos, nas empresas de sucesso quase garantido!!!... Falaram e... esqueceram males maiores, desemprego, fome e miséria, precariedade e um ESTADO que continua errado nas políticas que pratica, continuando nos telhados, grupos económicos d´arromba, grandes superfícies como cogumelos, meia dúzia de abençoados, ricos que se fazem ricos a dobrar pela globalização que lhes permite ganhos exagerados, espanto meu!!!...

... não sou de esquerdas extremas, não sou de direitas aflitivas encontro-me no meio termo, não sou cego e deslumbrado, reconheço que as "catedrais" de consumo criam empregos mal pagos, são impedimentos constantes para o pequeno comércio, quase extinto ou sem lucro, que os "resorts e hotéis de cinco, seis ou mais estrelas" correm o risco de ficar às moscas, tal como no Dubai, que a clientela para o que se vende vai ficando cada vez mais reduzida, com menos hipóteses de acompanhar a vida d´estadão dos que estão forrados e não sentem, dos que falam d´alto convencidos daquilo que já não somos, nunca fomos, simples aparências, somente!!!...

... se a grande massa da população não tem "grana"... vai vegetando com o que lhes dão os "bancos alimentares contra a fome", arrastando suas penúrias, economia que se não alarga, estagnada ou reduzida aos que insistem, políticos e ricos que se estão nas "tintas" para a falta de liquidez dos bancos, para as falências dos mesmos, que não captam poupanças, aumentam dívida exterior quando pedem com aval do ESTADO que ainda se vai na cantiga do Presidente que temos, do rico mais rico que assopra suas pesporrências, vezes por outras, esperando que lhe bata à porta... a fina "nata" da EUROPA, empregados que a mantém, vencimentos abaixo do que deviam!!!...

... pelo caminho que as COISAS levam... lá para o NORTE, Islândia falida, outros vizinhos quase na mesma, lá para o DUBAI dos “pitróis”, tesos que nem carapaus quando apostaram no turismo de LUXO, d´espavento, muitos e muitos lamentos, dificuldades que se enormizam nos ricos que foram ricos, mais contidos nas deslocações e exageros, correndo-se o perigo que se resuma a clientela ao restrito número dos que podem, abastados menos abastados, dos que vivem mais dependentes do ESTADO, pertinho daquela sombra bendita, percentagem insignificante, situação dúbia, degradante, remendo do CLUBE que não cola se não for endereçada a quem precisa!!!...

... vai-se vendo por aí, nas auto-estradas sem carros, nas pontes que cobram menos portagens, no combustível que não rende, nas casas que se não vendem, nas compras que recuaram, na classe média que diminui, nos miseráveis e pobres q´aumentam todos os dias, apesar das dúbias palavras, artifícios do HOMEM da FORBES, evitando as grandes obras, pôr um semáforo vermelho, fazendo parar de qualquer maneira e feitio, canalizar os “fundos” europeus e do ESTADO para os de sempre, empresas medianas que se fazem grandes e esquecidas, se tornam absurdos como ele, administradores, gestores e suas irracionalidades contínuas que só fazem sorrir, quando se refere à competividade... o mais excelso deste cantinho, também!!!...

... houve provas dadas, continua havendo que no MUNDO... há mais miseráveis que ricos e os medianos que pagaram e pagam impostos, não vão aguentando, vão-se extinguindo, também!!!... Altura d´apostar nos mais pequeninos, no comércio tradicional, na criatividade das pessoas desvalidas, no artesanato como arte e comércio, na tasquinha do bairro, no quisoque, na tendinha da vizinha, no incentivo à populaça com raça, evitando enganos e tramas de construtoras de vulto, de dois ou três bem abastados, deixando-os desempenhar funções livremente, pagando e concertando o devido, trabalho sério e seguro, emprego sem ser parafuso que se usa e deita fora!!!... Construir “altos castelos” em verdadeiros ou artificiais Paraísos, no contexto actual... não dá, tal como no Dubai!!!... “Quem não tem dinheiro... não tem vícios” perora o excelso Belmiro mas... antes BANCA da POUPANÇA porque sobra algum, do que BANCOS CONTRA A FOME aos montões de quem não tem nenhum!!!... ESTADO forte e... social, continhas claras e transparentes, levantando os mais carentes!!!... Taxar as GRANDES FORTUNAS... como aventa o Louçã do BLOCO!!!... Porque não???... Enfim!!!... Sherpas!!!...

... de borla... é mais barato!!!...

... romantismo???...



... casa elegante, de porte digno, palacete,
janelas rasgadas, amplos jardins, varandas no topo,
divisões magníficas, decoradas com espavento,
mobiliário d´estilo, época barroca, nos amarelos, algum verdete,
ferrugem que se vislumbra nos ferros antigos,
retorcidos, já esfolados pelo uso,
algum consolo,
camas encolhidas com almofadões, posição d´então,
não estendidos, respaldados,
de bom tom,
resfolegados naquela posição,

mais coxim do que cama,
assim se chamava, pelo dossel,
pelo embainhado das sedas, dos brocados,
linhos que foram alvos, pelo tempo, amarelados,
finas entretelas, algumas estrelas bordadas no papel do quarto,
usança da fidalguia que s´entretinha entre música,
no minuete que era dança,
na lira ou no cravo que soava,
naquele viver, parco reparto,
gozança racatada,
passeio junto ao lago, cisnes e patos, comida no prato,

mesas ricas nas baixelas,
javali ainda fresco, montaria de facto,
perseguição no campo,
faisão enfeitado com penas servido em travessa de prata fina,
saiotes em balão, corpetes, risadas empoadas,
lencinhos rendados, peitos amplos,
vinhos servidos em copos trabalhados,
sapatos altos, arrotos, sopa na terrina,
som dum ladrar contínuo no exterior, espirros que dão gozo,
quando sentados, quando de pé,
cheirinho numa caixinha de rapé,

jogos em tabuleiros de xadrez,
contos do que se faz, do que se não fez,
petizes aos molhos, barulhentos nas correrias,
impertinentes numa cabra-cega, prolongamento dos azulados tão posicionados,
condes, barões, baronetes,
condessas, marquesas, redondeio de toda uma corte,
sua sorte, mais ao norte,
paragens, depois de banquetes,

prosápia de quem se julga, de quem se sente predestinado,
com palacete,
doirados relampejantes, cravejamento com diamantes,
tecidos ricos,
alguns gozos, muitos risos,
incontidos, leque que tapa, mostrando sinal a quem avança,
quando se alcança,
tempo contido nos espartilhos,
alcova de damas que albergam seus amantes,
devaneios em salões, em jardins, em caçarias,
especiarias,
mães de fidalgos, filhas ou filhos,
época do romantismo, no meio de trapos, d´atilhos

requintes vedados a plebeus, horda de lapões, labregos,
nas cozinhas, com vestes de quem serve,
seus apegos nas rudes lutas da labuta,
força bruta de quem permite tudo isto q´existe no palacete,
com verdete,
ferrugens nos ferros retrocidos,
pouco lustrosos, redondos, parecidos,
constante gesto que rejeita tanto pivete,
no abanico, como leque,
falta de banho, com muito escarro, com muito cuspo,
rosas apetecidas, perfumes naturais, como os mais,
vidas encardidas, vidas a custo,

pinturas de quem ali vive, retrato do dono que posa na altura,
retoque na bochecha, cor na face, vestimenta apropriada,
ciranda a matrona que é criada,
mordomo que s´empertiga,
às ordens de quem obriga,
aleitamento do bebé birrento, mãe q´entrega sua tarefa
a ama de leite,
mulher do povo que protege aquel´outro corpo,
entronchado como repolho,
saias sobre saias, escondendo algum rebuço, fraco escolho,
tarefa de fazer carregar sobrolho,
sobrevivência em cada encontro,
disseminação da espécie, prolongamento,
aproximação, dado momento,

luxuria que se pavoneia... num Mundo torto,
cavalarias, montarias, danças de salão,
empanturramentos, diversão,
obrigação... na desocupação!!!... Sherpas!!!...

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

... as gordas com... "direitos humanos"???...

... quando te embonecas!!!...



… quando te embonecas, rapariga,
quando te esticas, te mascaras,
não lobrigas, não reparas,
a cara com que se fica,
rugas de toda uma vida,
caminhos com que deparas,
tantas curvas, quantos saltos,
torvelinhos, abandonos,
perdas, ganhos, socalcos,
possuída por tantos donos,
artimanhas que usas, com que disfarças,
manobras, rodeios,
simples fugas, enleios,
vontade de congelar, de quedar, de ficar,
como, quando nova, com olhares, meneios,
bem vestida, espampanante,
ainda airosa, como dantes,
num engano propositado,
com muitos anos, vaidosa,
te ficou o jeito, qualidade portentosa,
não defeito, gosto imenso,
quando te vejo e… penso!!!...

… um corte aqui, um esticão acolá,
uma fúria na natação, comer com contenção,
marchas, raios apropriados, massagens,
uma enormidade, um fungágá,
de mistura com ilusão,
quantas e quantas passagens,
pelo ginásio, pelo cirurgião,
anos a fio, que continuam,
não param, acumulam,
que, aos poucos, te empurram,
te reduzem a um cabide, ostentando
roupas coloridas, de marca,
tão refinadas… de espantar!!!...

… se não te dá para inchar,
com remendos, com enchidos,
ainda podes sacar,
uma beleza singular,
peitos firmes, audazes e túrgidos,
sorrisos medrosos, por cautela,
não vá , a pele… rebentar!!!...

… quando te embonecas, rapariga,
montra, escaparate, desafio,
paragem no tempo, quando se estica,
quando se enche, se disfarça com graça,
se mantém a ilusão,
quase presa por um fio,
com décadas que te carregam,
vontade indómita que se não entrega,
luta feroz, dura refrega,
rugas que se apagam, não pegam,
seios flácidos, bem enchidos,
um arzinho de donzela,
plástica eficaz… tão bela!!!...

… é vê-la, doirada, leve,
grácil, versátil no seu meio,
dengosa, bem receosa, máscara posta,
boneca composta,
obra bem feita, no torneado, no seio,
ali postada, sem verve,
tudo nos trinques, retoques,
afasta, não toques,
que bonita… maravilhosa!!!...

… cabide de muitos anos,
já velho, encarquilhado,
deixaste de ser mulher,
já não és rapariga,
a cara com que se fica,
com uma careta qualquer,
cobertura renovada,
alguns encantos, tamanhos,
mero produto falsificado,
mais para o plastificado,
como uma coisinha… de nada!!!... Sherpas!!!...

... quando me levantei!!!... (antiga)

… quando me levantei, não sei… algo, não a do Ferrere Rocher e do Ambrósio, chocolates que voltam sempre por estas alturas, Natal à porta, repetição entediante, senhora fina com vontade de “algo” com o seu chauffeur, o Ambrósio, (… caramba, ainda agora começaste e… já embicaste!!!...) razão têm alguns fulanos quando, à falta de argumentos válidos atiram com essa de que, depois de espremidos, não deitam sumo… os textos que vou cozinhando, de vez em quando mas… retornando, deixando este parênteses de lado, recordação que me assola pela repetição constante, mais agora, tempo de doçuras e gulodices para alguns, os que ainda podem satisfazer certos caprichos, aos que ainda lhes sobram uns tostões, possuem vencimento porque empregados, recebem décimo terceiro mês minguado, crise aguda que se alonga e castiga carteiras mais curtas (… outra vez, lá derivei!!!...) a ver se encarreiro, se consigo concretizar o que me preocupou, logo pela manhã, quando acordei!!!...

… qualquer coisa no ar me dizia que não ia começar bem… o dia!!!... Abluções matinais, como sempre, pequeno-almoço caseiro, hábito adquirido… bem cedinho, carreguei no botão do PC, aguardei!!!... Abri a caixa do correio, algumas mensagens… respondi, dirigi-me ao Fórum Parlamento, deparei com uma falsa questão, tão velhinha e com barbas que não li, sequer!!!…

… de antemão adivinhei o que continha, depois das palavras de ontem do excelso mais excelso, sobre o referendo da IVG, fácil adivinhar os mais enriçados nestas COISAS do ganhas tu ou ganho eu, razão minha porque sim, negação absoluta e total de quem se oponha, não considerando vergonha o que se vai permitindo, cumprindo uma lei absurda e sem sentido, perseguição e julgamento de gente humilde e sem meios por abortos clandestinos, sem o mínimo de condições higiénicas, de assistência capaz e digna, pondo a vida em perigo, constantemente, sujeitas a cadeia, ainda por cima!!!...

… como tenho opinião própria desde há muito, como continuo pensando que não é problema político, nem religioso… como sou dos que pensam que quem a pratica, a isso é obrigada pelas carências monetárias, pela curta idade, mães imaturas, pela falta de formação das mesmas, pela própria consciência que as leva a cometer tal acto na clandestinidade (…que atraso de País que trata tão mal os seus cidadãos, mais ainda os que precisam de atenções redobradas em certos momentos!!!...) castigo enorme, fardo de culpa com que ficam marcadas para o resto da vida… passei em frente, não comentei!!!...

…e, por fim… dei com o FIM, tão só, tão pungente, tão dramático, do confrade rLucifer!!!... Tremi, vieram-me as lágrimas aos olhos… já me acontece pela terceira vez, escrevinhei algumas palavras, mandei um abraço, pensei que o algo que me atormentava, logo pela manhã… inconscientemente, se relacionava com uma antevisão do que esperava, não era COISA boa, empanquei, cerrei o computador, vesti-me e saí… por aí, como disse em tempos, político conhecido, tentando abstrair-me do que tinha lido, tentando esquecer!!!... É um Mundo virtual, um fórum como qualquer outro, nicks aos que nos afeiçoamos ou não, que sabemos de cor e salteado, contactamos com eles, trocamos opiniões, mandamos sapos sorridentes, lacrimejantes, endiabrados, palavras e fúrias, repentes que… passam, comentários lisonjeiros, mais agressivos, alguns ofendem, outros fazem política suja, tentam convencer, comentamos notícias, vamos passando o tempo… nas horas vagas, sorrimos ou gargalhamos!!!... Deixa de ser Mundo virtual, com o tempo… vamos partilhando pedaços da nossa vida, quase sem querer, alguma coisa aqui, outra acolá, a ligação vai-se tornando forte… aos poucos, vamo-nos identificando ou antipatizando consoante o que escrevemos, o que vamos lendo!!!...

… acontece que, mesmo com ideias contrárias, quando sucede o que sucedeu com o Partner, com o Madureira… agora, com o rLucifer vamos carregando com as cruzes doutros, desconhecidos dos fóruns que se transformaram em amigos, companheiros de viagem, desta tão curta passagem!!!... Vamo-nos apagando… aos poucos, como ele escreveu quando escreveu o seu FIM tão inesperado, nada desejado por mim, por todos que o conheceram por aqui, sempre presente… ainda que ausente!!!... O virtual tem destas COISAS… cada vez mais, simplesmente!!!... A vida, quando massacra… torna-se amarga!!!... Abraço do Sherpas!!!...


... como homenagem... mantenho os "nicks"

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

... as gordas com... "grana" que desaparece!!!...

... divaguei na palava!!!...

… divaguei na palavra, no gesto,
retornei a mim próprio, encontrei
uma criatura bem diferente,
um envoltório empobrecido, um resto,
quando comigo deparei,
transfigurado, na minha frente,
separado de mim, quando me olhei,
dualidade momentânea,
etérea, bem distante,
instantânea, quase estranha,
fenómeno raro, impreciso,
parado, exposto, contristo,
dentro do corpo que tenho,
que transporto, que mantenho,
que descuido, envelheço,
quando rezo, quando peço,
não consigo parar o tempo,
mesmo quando isso intento,
voraz me vai desfazendo,
quando me olho… quando penso!!!...

… na palavra me refugio,
no gesto me enobreço
quando me sinto vazio,
quando busco esse meu berço,
todo aquele doce principio,
recomeço, quando inicio
viagem alucinante
na busca não conseguida,
na fuga, na fugida,
no encontro desencontrado
por tudo quanto é sítio,
olhando bem para o princípio,
separado de mim, como tento,
quando me olho… quando penso!!!...

… ai, mal de mim,
tortura permanente, quando me ausento,
quando me separo, reparo,
partição fugaz que tenho,
duplicidade irreal
nesta visão, tão natural,
quando me avalio
bem no cimo, no astral,
deixando de ser terrenal,
como juiz implacável,
quem se julga assim,
consciência plena de todo o mal,
separado que estou,
quando me olho… quando penso,
vendo-me, tal como sou!!!...

… retorno à infância,
sou partida do que é quase finito,
minha valência,
quando consigo pensar comigo,
quando me parto em dois, me duplico,
regresso, qual fluido que se molda
ao recipiente que o contem,
quanto me quero bem,
vos adoro por inteiro,
consigo olhar mais além,
quando retorno ao berço
vejo sempre, primeiro,
a inocência… como começo!!!... Sherpas!!!...

... mumbai!!!...


... incomodado, numa permanência que m´aflige,
peso enorme que tolhe, entristece,
ausência que limita, contrai todo, qualquer pensamento,
não descortino, não adivinho, quase pressinto,
alheado do que me forma,
fazendo parte disto tudo, pedacinho da engrenagem,
falha grave que m´atinge,

olhar que s´anuvia, enegrece dia após dia,
não encontrando razão no deleite, satisfação,
prazer passageiro nesta vida q´é momento,
naco que me foi dado a provar,
acabando por gostar do imprevisto em que m´encontro,
não sendo figura, não sendo monstro,

raiva que diminui perante desgaste que sinto,
doce provir que desejo aos que vão começar,
entorno longínquo que m´agasta, corrói, quase mata,
lancinantes faces de dor, corpos prostrados na terra,
inertes, nos pedaços que são,
na loucura, na devassidão,
cobardia que se materializa, rebentamento, explosão,
estado tão presente, sem guerra,
nos confrontos que são afronta, vidas destroçadas no chão,

ódios q´aumentam vítimas, gritos que já não soam,
sangue sugado por loucos,
mortos de muitos, mortes doutros,
frémito que m´invade a carne, pensamento que se retrai,
olhos que cerro com fúria,
malvadez que se não expurga, injúria,

formação que se deforma no vil comportamento d´alguém,
périplo da insensatez que permanece,
s´alonga, abrange terras, gentes,
confronta em sanhas dementes,
pedaço que é mancha perdida no espaço, interesse,
vento alucinogénio, visão macabra,
ser infernal que safra,

armas que geram mortes, destinam sortes,
bombas que destroem inocentes,
amálgama de corpos que caem,
são centos, são inúmeros que se esvaem,

marca que s´assinala noutro local d´encontro,
esperança que foi final,
apontamento fugaz, constatação dum número,
entre muitos... pesadelo que se converte noutro morto,
estado permanente de qualquer vivo,
quando cativo,
depois d´atingido
por chaga profunda que s´adentra,
cicatriz que não cerra,
calda d´inconstância que se centra,
cálculo predestinado na Terra,
resquícios duma “guerra” constante
que se sustenta, voraz, insensível, perecível
na razão (???...) do consciente... inconcebível!!!... Sherpas!!!...