... pela maneira como conduzem uma carroça, se avaliam os carroceiros e os que nela são transportados... estamos muito mal conduzidos e os carroceiros não passam disso mesmo de simples carroceiros, não no sentido pejorativo porque, na minha mocidade, conheci e convivi com muitos a quem respeitava e considerava como pessoas de poucas letras mas de rígidos princípios e extrema dignidade...eram alentejanos doutros tempos, verticais, os tais que labutavam de sol a sol, nos tempos da lavoura, não a de Paulo Portas que a via e a entendia sob outro prisma, de cima para baixo, dos lavradores latifundiários para os maiorais, manajeiros, vaqueiros, pastores e ganhões (mão de obra barata e escrava) os que, aos poucos, se transformaram em trabalhadores à jorna, nas ceifas, nas mondas, na apanha da azeitona ou como tractoristas, reduziram o horário de trabalho e foram sistematicamente reformados, com aposentações de miséria, das lides campestres, hoje, inexistentes porque sai mais rentável, aos donos das terras, não as trabalhando porque ganham balurdios em subsídios e não pagam o devido aos alentejanos, se porventura, trabalhassem na lavoura...o Alentejo passou a ser uma espécie de deserto do Saahrá, com alguns Oásis, as quintinhas e as casinhas de campo dos alfacinhas (políticos ou não) e dos empresários do Norte, os que brincam com os seus berloques e com os seus brinquedos por aquelas paragens, deixando algumas migalhas aos indígenas... e assim vai o baile, alguns se divertem e muitos, muitíssimos vão vegetando no seu dia a dia, nesta carroça mal conduzida por determinados carroceiros, não os do Alentejo, os que se não avaliam a eles próprios, os que antes se convencem do que não são porque gostam bastante de olhar para o umbigo, dar uma vida fácil aos apaniguados e aos amigos do peito, esquecendo velhas promessas, regidos por obsessões vagas e ambíguas, gostando das asneiras que praticam, aprovadas com a conivência dos apalermados toureiros e alaranjados da Assembleia Nacional... fracas cabeças pensantes, mal conduzidas por esta fraca extirpe de carroceiros que esquecem os que vão atirando para as urtigas, cada vez em maior número, os que se quedam na vil condição de desempregados, meio passo dado para a pobreza, para a miséria, para um futuro sem perspectivas. Pois é, parece que o mal agora é da conjuntura... já foi de tantas COISAS esta COISA que se não convence que não serve, não presta, está inadequada para a realidade portuguesa, que ainda vai acentuar mais as desigualdades entre as pessoas, entre as regiões, cavar um fosso mais fundo entre os que tudo têm e os que estão nus, nada possuem no presente e muito menos no futuro... bem falavam eles em acabar com as assimetrias existentes na sociedade e no território, vê-se, não vê???...Está-se a ver, tal como a extinção dos governadores civis, a descentralização dos órgãos do poder, a equidade nas tributações e nas economias pessoais e colectivas(regiões), as zonas da grande Lisboa, todo o litoral, norte, centro e sul e o interior, o malfadado interior cada vez mais desértico e sem qualquer tipo de hipóteses, a não ser no lado poético da questão e no facto de estar na moda para os endinheirados que lá deixam umas sobras para os naturais e residentes, para não dizer, resistentes, os mais velhos, os que ficam sem os filhos que, estes, vão para os grandes centros em busca dum modo de vida, a única saída ou então metem-se na política a sério e...mais tarde ou mais cedo sempre terão direito a um bocado, uma fatia do bolo. Enfim, como alguns dizem, é o exercício salutar e gratificante do PODER (ao próprio, a quem o exerce) ao invés do que sempre pensei, o nobre sacrifício de servir com dignidade os portugueses e Portugal, no seu todo, sem assimetrias, com mais equidade dando exemplos e servindo de referência a toda uma Nação... está tudo mudado, numa trapalhada tão trapalhona que os não consigo perceber, aos que estão a conduzir esta carroça, estes maus carroceiros que se não avaliam e nos põem a todos, os que vão na carroça, numa condução muito perigosa, com resultados catastróficos, sem rumo, sem ninguém ao leme, sem objectivos mas com um fim:
- O desastre total, na precariedade, no desemprego, na saúde, no ensino, na segurança... a desigualdade profunda a nível pessoal e territorial...as grandes comezainas para alguns e a pobreza e a miséria para muitos...as mordomias escandalosas para uma minoria, os impostos e carestias de vida para os de sempre...vergonha nacional... Sherpas!!!...