quarta-feira, 9 de setembro de 2015

... TERTÚLIA!!!...

... toda ela é uma corrida, tão vertiginosa se torna,
volta que se dá, não volta,
arremesso que s´arremessa, não repete, já se não incita,
uma que outra reviravolta,

por gosto, com ou sem desgosto, nesta que se transforma, tão vida...
doce tertúlia familiar, conversa,

acepipe que se deglute, copo que s´empina, recato,
comedimento mais que pensado, pela longevidade que não perdoa,
mais ouvido, menos voz q´atroa...


escape que se não contém, quando a RAZÃO me vem, conhecimento que s´acumula,
quando entorna...
não retorna,

verte em qualquer lugar,
pausada, pausadamente... perante amigos, conhecidos,
depressa ou devagar,

momentos já conhecidos, casos tão adversos,
resma de palavras q´empino,
nestes meus versos...

registando aquilo que penso,
aqui fica, tão apenso...
antes q´esqueça, s´apague do pensamento,

encontro, simples vestígio, queda preso por um fio,
etilizado, bem pior...
quanta verve não se verte, se deita fora, sem préstimo,
“in vino VERITAS”
quanto se diz, quanto se faz,
tão pronto,

esquecimento, sombra grada, perseguimento que m´aflige, idade não perdoa,
voz altissonante, mesmo que doa,
faz ricochete...  não queda, verdade enorme, tanta entrega,

vertiginosa se torna, esta corrida,
sopro fugaz, uma VIDA...

recordo outros encontros, tertúlias mais inocentes, amenos confrontos,
tão humilde no meu gasto...
quando mais novo, rapaz, passeando livros no braço,
estudante em cidade estranha,

mesa de café, secretária,
uma passagem que s´entranha, formosa, se bamboleia,
moçoila que se passeia...

bons propósitos d´início, outros que surgiam,
por acaso...
tantos livros postos de lado,

uma bica, um copo com água, conversa tão repentina,
sem acordo,
desatina,
gera discussão acesa, quanta certeza... incerteza,

ilusão que m´aconchegava, horas passadas,
sem estudo...
boa companhia, outro rumo,

troca d´ideias, planos tantos, desafios, ainda com sangue na guelra,
escapadinha, outro interesse...
adolescência, quantos enganos, quantos guinchos, quantos pios,

paleios a despropósito, rapariga,
outra farpela, futebol que não me seduzia,
estava presente, ouvia,
na rua...
um cãozito pela trela,

petisco com trocos dos fundos, recantos tão vazios,
bolso amplo tão guloso,
fugazmente... não copioso,

na tasca da esquina, escondidinho,
q´estardalhaço...
saboroso o passarinho,

repasto que já não faço,
confesso... quase pecado,


mais séria, convencida, gente d´artes diversas,
quanta, quantas conversas...
ideias criativas,

movimento, tempo assente, espaço preciso, deram brado, ainda dão,
diferente das d´agora... quase conspiração,
numa q´outra ocasião,

recordação q´ainda dura,
perdura...
TERTÚLIA vera,
elementos que fizeram estória, se não me falha a memória,

sem loucuras, sem barulhos, sem amorios, sem arrufos,

deixando rasto, grande espólio, exemplo que se persegue,
às vezes...
quantos credos, quantas fezes,

nódoas tão informes, bestiais, obstáculos de grande vulto,
reunião secreta...
local oculto,

conhecimentos bastos, intelectuais,
fazedores d´obras, revistas, jornais...

agitando sociedade amolecida,
agora amorfa... empobrecida,
tão mortinha, tão sem vida,


chamam-lhe, por chamar,
sem presteza, com azar...
palavra sem significado, tempos modernos, vertiginosos,
reunião d´amigos, tão produzidos,
dengosos,


copos, comes, barulho ensurdecedor, gritos, numa fala assanhada,
puro ignaro...
sabedor,
convencido, sim senhor,

discussão azeda,
mais mole,
num concerto, imensa mole,

num bar de moda, apinhado, sem conforto, dizem “tertuliando”
como quem infirma...
ignorando,

aceitando aquilo que não são,
tão sem cuidado... pretencioso,
convencido, não formoso,

aceitando aquilo que não fazem, cinco ou seis, multidão,
sem respeito, ocasião...
aceitando aquilo que não sabem, não é TERTÚLIA,
pois não!!!...  Sherpas!!!...