terça-feira, 21 de agosto de 2018

... o GALEÃO pirata!!!...

barcaça recém construída, sem leme, atracada em doca, 
quase seca, bem amarrada, 
ancorada... ainda não acabada,

quanto teme, mar agitado, ondulação forte, indiscritível, seu pânico,
incrédula, na sua sorte, objectivo impreciso, 
tão indefinido... espera,

vai sonhando,  enquanto observa barcos de grandes viagens,
enormes, no tamanho, experiência bem sentida, vagas q´enfrentaram,
quanto... 
e quanto passaram,

pasma, treme, ansiosa,
quão temerosa...

interrogação que se põe, pergunta sem resposta,
assim se posta... cais d´esperança perdida,
curta vida,

sem leme, quanto teme, indiscritível, seu pânico,
terror oceânico...

descrição precisa, d´experientes, bojudos, fortes, ali ao lado,
ufanos...
recordando tempos idos, suas sortes,

não comparando, início duma vida, formação, passos primeiros,
tal como uma barcaça sem leme... adolescente que tanto teme,
ilusão numa profissão, alguns dinheiros, tanto futuro pela frente,

vontade que s´agudiça, cinto que s´aperta, pouca gente,
perante mais sabido, experiente, como pirata, 
um GALEÃO...

recordo, não está morto, permanece na minha lembrança,
vivo... 
tão vivo que m´acompanha, gestos, palavras, feitos,
grandezas  e defeitos,

foi vítima da ganância, por ela, fez outras vítimas,
quanta extravagância, dinheiro fácil, como água... numa fonte,

jorrava...
nada lhe custava,

parece que foi ontem, q´ouvia suas jactâncias, altaneiro, basofão,
embora amigo, como um irmão,
maus princípios, esperto e... desenrascado,
poderia ser o que nunca foi, íntegro, líder nato,

o meu GALEÃO pirata que do NADA, fazendo vítimas,
fez tudo...
sendo vítima da ganância, maus caminhos, maus cuidados,

cara cheia, risonha, como bem o lembro... na cervejaria, coisa fina,
empregados prestimosos
perante,

voz potente, bem alta, não se cala, berra, gesticula,
come, com gula,
mal trinca, engole, devorando o se lhe apraz,
num... tanto faz,

fez tudo,  não tendo nada, fazendo vítimas,
sendo vítima da ganância...

recordo-o,  com saudade, não gostando d´invocar mortos,
mantendo-os vivos na memória,
quanta e... 
quanta estória,

sofreu as passinhas do ALGARVE, como sói dizer-se, sem vergonha, 
puro alarve...
pouca saúde o mantinha,
grande vontade d´usufruir, porque o tinha,
sem receio,

ínvios processos, abusando da confiança, dinheiro, donde provinha,
sua vontade... sua esperança, mau fazer, abusando d´alheio,
num repente,  puro devaneio,

crânio para matemáticas, encontros vários, 
amizade...
sempre bem instalado, mui viajado, compras em desvario,
permanente desafio,

pirata, o GALEÃO, adonado  d´objecto moderno,
bem colorido,
num tempo de preto e branco, peripécias que narrava... perante espanto, 
admiração,
do que me considerava,

pobre barcaça  sem leme,
que tudo desconhece,  tudo teme... ainda,

porque o bom  nem sempre dura,
quando a KOISA s´apura,
GALEÃO isolado, destituído, apeado...

muitas tormentas, bastos percalços,
alguns acasos... 
altos e baixos,

navegação custosa, não formosa, ainda menos do que barcaça,
sem leme, abandonado,
quase carcaça,

estória q´acaba, como a TODOS,  bons e maus, 
GALEÕES ou ARMADAS,
pó,  simples nadas...

enfim... os que da lei da MORTE,
por feitos ou defeitos,
se vão libertando, recordando... respeitando!!!... Sherpas!!!...