quarta-feira, 9 de setembro de 2009

ESTAÇÃO do ROSSIO/LISBOA

... a arte!!!...

… a arte,
existe em toda a parte,
numa minúscula borboleta,
quando voa,
volteia,
num versículo qualquer,
num tremendo disparate,
como se pensa,
como se quer,
numa elegante senhora,
quando dança,
passeia,

numa labareda enorme que incendeia,
num mau bocado,
num triste fado,

num discurso influente,
perante multidão pendente,

nas mãos dum malabarista,
dum vulgar carteirista,

num clarão,
num repente,
ilusão
que se sente,

alma de tanso, de artista,
quando,

convicto do feito,
recreia o pensamento,
embevece-se a seu jeito,

tal como vejo,
como penso,
sem mácula… sem defeito!!!... Sherpas!!!...

... brincadeiras e... jogos!!!... (antiga)

...o tempo passou e pouco ficou, só a saudade, só a recordação, só o lembrar do nosso companheiro de tropelias, o nosso cão... o cão que animou tantos momentos familiares, o que se divertiu e nos divertiu, também, o fiel amigo, o companheiro... o cachorro brincalhão, sempre pronto a entrar em acção, sempre pronto a perdoar o que lhe fazíamos, levados pela inocência, pelo entusiasmo... o velhote ronceiro, agora, enroscado a nossos pés, cansado, entristecido, quase posto de lado pelos que, já não jovens, mais crescidos e com outros entretenimentos, outros entusiasmos, outras brincadeiras, os que quase o ignoram, embora não o esqueçam, nem tão pouco aos bons bocados que nos proporcionou:

- Um cão que salta e brinca/uma criança que o desfruta/um latido, um ganido que fica/um pulo, um simulacro de luta/satisfação plena dos dois/ naquele jogo consentido/amizade que perdura, depois/dum para outro amigo/na brincadeira, nos pulos, na alegria/no gosto que os mantêm unidos/neste, noutro e noutro dia/de dois seres compreensivos/jovens e abençoados/comungando todos os prazeres/dois amigos, dois seres/bem juntos, identificados/mas, o tempo passa/o menino foi crescendo/o cão já não salta, já não caça/a amizade foi esvanecendo/o rapaz já não brinca/o cão já não corre/ronceiro, fica e dorme/amolengado, velho e lento/olha, por vezes, o companheiro/dum passado, menos cinzento/mais brilhante e prazenteiro/quando o tinha, por inteiro/ao rapaz que era menino/ amigo de brincar/bem pequeno, pequenino/quando podia saltar/correr, brincar e ganir/gozando o prazer da companhia/do seu amigo, com alegria/quando era pujante e cachorro/quando latia e ladrava, em coro/com as palavras e gritarias/do pequeno, das alegrias/do menino que já cresceu/do amigo que já perdeu...

...brincadeiras e jogos, jogos e brincadeiras, uma dualidade interessante entre as quais se vai desenrolando o filme, o da nossa vida...é verdade, entre brincadeiras e jogos, nos vão comendo o coco porque, quando nós brincamos ou jogamos, vá que não vá, o pior é quando brincam connosco e, ultimamente, têm-no feito à tripa forra, baseados na tal maioria, a da tal coligação esquisita que nos arranjaram, a que nos caiu em cima, a das amplas promessas que se transformaram em, ainda mais amplas mentiras, para nosso mal, para mal dos que pagam as favas, os de sempre...enfim, lá nos vão prendando com uns joguinhos de futebol e, entre o Porto, o Benfica e o Sporting, a malta vai-se divertindo e...até esquece, ou faz por isso...não sou devoto da bola, não sou fã de Figos e outros que tais, não gosto de futebol de bancada, pratiquei-o, quando catraio, com outros da minha idade e...gostava, aliás como todos ou quase todos mas, por mais que tente, não consigo compreender, nem tão pouco aceitar, os milhões e milhões com que se vendem e compram homens do futebol, nova escravatura, escravatura doirada, inclusivé em países terceiro mundistas ou quase, como o nosso e outros, onde os problemas sociais se mantêm, graves, muito graves, com situações de miséria e pobreza, aos pontapés, enquanto, esses meninos, os dos pontapés na bola, auferem como uns príncipes, dão a ganhar outro tanto aos técnicos das técnicas e das tácticas, aos que arbitram as partidas e a uma série de parasitas que, tal como moscas, volteiam e encaixam bastante, com contas dúbias e discutíveis(segundo disseram e... calaram, nos média)...mas, quem sou eu, um vulgar e anónimo cidadão, insignificante, perante situações de tão elevado gabarito a quem, toda a Nação, devota tamanho carinho e pastaréu a rodos, descurando o essencial, o necessário, ao comum, ao desprezado, ao ignorado, ao que vota e que, só nesse dia, interessa aos políticos???...Não brinquem mais connosco e deixem-se de futebóis porque, há COISAS muito mais importantes, para Portugal e para os portugueses...respeito quem gosta, é como tudo, se todos gostassem do amarelo o que seria do encarnado???...