quarta-feira, 5 de junho de 2013

... arco do... PODER!!!...

... renova-se tradição do arquinho, do balão,
nos bairros velhos de Lisboa,
na Mouraria dos meus encantos, nos santos, tão populares,
no tinto que jorra na praça,
das risadas... dos prantos,

cheirinho de sardinha assada, voz potente q´encanta,
no destino que não é vida, na pungente contradição,
da menina com a trança...

casa arruinada que passa, papelinhos pendurados, nos pequeninos recados,
aproveitamento doutros arcos...
desfile colorido na avenida,
concurso, como despique, da Bica até à Graça,
do tempo que vira, que passa,

quadra do manjerico, tão brejeira, mafarrico,
bairro da Madragoa,
no fado que s´entoa...

namoradeiros, santos, na Lisboa de santo António, noutros, tão populares,
proximidade que enlouquece,
noite de Verão q´aquece...

às tantas da madrugada, chouriça frita, assada,
copo que se renova...
gente velha, gente nova,

mágoa esquecida que passa, que s´empina,
com graça, olha o balão, oh patego,
insistência, com apego...

gargalhada, disposição,
cumprindo tradição...
toda a gente s´encaminha, em direcção ao Castelo,
no auge,
puro desvelo,

sobranceiro perante a plebe, dádiva de excelência,
que aplaude, incentiva,
não cativa...

pouco bebe, não aplica seu dinheiro,
bairro de miséria que mantém,
esquecendo quem não tem...

foco d´atenções, visitantes que s´aproximam,
que bebem,
se divertem, que tentam cantar,
também...

desfile de ilusões, bairrismo que s´orgulha,
na avenida maior, aponta, como faúlha,
quanta penúria... quanta dor

grande incêndio, fogueira que não tem cura,
esmorecida, já fria,
passou-se a noite,
veio o dia...

fados, cantes alentejanos,
desde sempre... quantos enganos,

tourada, despique bárbaro,
indo em frente, parado, país de puro folclore,
quanta penúria,
desamor...

escape, entretenimento,
escondendo sofrimento...
cantando, entornado no tinto, tanto de noite, como de dia,
boa cara, alegria,
quando se vê, repara,

sardinha assada, chouriça que se vai comendo,
às tantas da madrugada, subindo até ao CASTELO,
olha o balão, oh patego... há anos que não o vejo,

parada, no meio da praça, na quadra que se lê,
com gosto...
cheirinho do alecrim, depois do sol posto,
lembro-o, sinto-o assim,

menina das tranças pretas, são desgostos, são nesgas,
frincha de portas fechadas...
vidas tristes, quase paradas,
rostos vincados, bocas caladas!!!...  Sherpas!!!...