... burro velho, não aprende línguas,
dizem...
desde que a vontade seja grande, desadequado o dito,
meu caro, meu amigo,
tudo se aprende, em qualquer idade,
tudo se modifica, se altera,
com, sem custo... grande susto,
pensamento profundo, sem hipocrisia, sendo o que sou,
hábito antigo,
procedimento, toda uma vida...
alimento,
omnívoro, para meu mal,
tal e qual,
menos glutão em carne ou peixe... consequência,
frutas e legumes... por excelência,
retrocedendo, com falha,
advertimento... um que outro pecadilho,
de que me arrependo, prosseguindo,
meu mal... meu descaminho,
sobrevivência, somos o que comemos,
lamento passos dados...
pedaços e... pedaços,
habilidades culinárias, gosto que nos atraiçoa,
a boca não perdoa... arrependimento,
alimento, alimento...
abordei, vezes várias,
alimentação VEG em restauração de luxo... na estranja,
nas minhas idas e vindas,
descoroçoado... com culinária estranha,
fugindo, um pouco, enjoado com o que comia,
buscando coisa diferente, saladas, frutos,
leguminosas, quase cruas...
recursos que me foram úteis, na altura,
depois de muita procura,
em mim, não fez escola, no meu pedaço,
torrão natal,
bem acomodado, sem grande quantidade,
depois de regressado...
sabores de infância, região de interior,
retomei o ritmo...
pura verdade,
sem grande fervor, mais condimentado,
borrego, porco, vaca,
peixes plastificados, carne antibiocada,
hormonas em profusão, calorias aos montões...
desilusão,
doçaria, frituras, tapas de espanha,
um que outro tinto, branco,
cerveja fresca que se veja, mariscada... caracolada,
para não falar de produtos mais exóticos,
provenientes de qualquer canto da TERRA,
caçarias ou pescarias, derivados,
devidamente embalados, apetitivos...
nas grandes superfícies comerciais,
tentaculares, nesta globalização que nos diminui,
curiosidade,
sabores que nos traem, cometimentos abissais,
mal da boca... cabeça que flui,
vontade que cede, outros ares,
gula dos que comem mais... experiência, inovação,
outras coisas mais...
foi pena, na triste evolução que seguimos,
quando, das árvores e das cavernas fugimos,
mais afoitos,
enfrentámos agruras, deixámos raízes, tubérculos e frutos,
folhas, ramos, arbustos,
lobrigámos outras coisas... a custo,
fogo, pedras aguçadas, astuto,
opusemos dedo gordo, aos outros,
matámos semelhantes... comemos,
carne crua, antropofagia, assada, por acaso, quando caída
no fogo, brasa incandescente,
por acaso, mais saborosa...
foi o caso,
continuámos matando seres diferentes,
deixámos práticas antigas, aos bandos,
abatemos animais e bichos, comemos,
passada pelas brasas
comemos...
com sem penas, comemos,
com, sem escamas, comemos...
tornámo-nos vorazes,
de tudo, fomos capazes,
sentimo-nos donos do MUNDO...
depois,
bem, depois rezam os “canhenhos “ uns mais, outros menos,
enfrentamentos constantes, grandes e fortes,
muralhas e fortes, cidadelas,
grandes espaços, hipócritas, gananciosos, em demasia,
razia, atrás de razia... atitudes mui apócrifas,
chegámos onde chegámos,
mais e mais, nunca chegava,
doces, ágrios sabores,
quantas dores... cobiça,
interesses em demasia,
modificação do que nos rodeia, incendeia,
maus gestores do que é de todos,
loucos e... loucos,
mas, voltando ao início,
sinto dó de mim, alimentação imprópria,
desadequada,
não comendo quase nada, mantendo minha condição,
gostaria de mudar,
como burro velho que sou...
difícil de concretizar,
posso tentar, claro, não aprendo, na totalidade,
abstenho-me,
sabendo para onde vou... pelo que como,
confesso, tenho asco!!!... Sherpas!!!...