... reposição de COISAS minhas, actuais e antigas, algumas fotografias!!!... Sherpas!!!...
sábado, 7 de agosto de 2010
... lago de águas mansas!!!... (antiga)
... lago de águas mansas, cristalinas,
imenso espelho que se adensa,
tons variados, azulados, esverdeados,
coloridas,
quando se vê, se pinta, por tantos lados,
tal como a cor intensa,
das flores que brotam, aparecem,
contornam seus cantos, seus recantos,
encantos,
sombrios, mais clareados,
por vezes,
num Sol aberto, que mergulha,
às vezes,
na profundidade dos seus segredos,
simbiose perfeita, sem medos,
comunhão total, entrega, partilha,
no que é natural,
equilibrado, quando se perfilha,
se completa, fazendo parte,
como igual,
com amor… com arte!!!...
… local paradisíaco, com odaliscas,
nas margens… risonhas, saltitantes,
nenúfares inertes, flutuantes,
nas águas cintilantes, já vistas,
peixes coloridos, parados… pensantes,
libelinhas, esvoaçantes,
círculos harmoniosos, concêntricos,
bagas de fruto silvestre, candentes,
insectos vários, em chusma… pendentes,
espargindo,
gotas de água produzidas,
caindo,
com som musicado, cantado,
entoado,
por gargantas excelsas, vibrantes,
argênteas , de prata,
numa sinfonia ímpar,
sem dia, sem nome… sem data!!!...
… pequenos instantes, momentos,
ênfase, criação… visão,
fruto da nossa imaginação,
pedaços já gozados, vividos,
partilhados, por aqui, por ali,
em tanto lado,
num recanto qualquer,
esquecido… lembrado,
um sonho belo, que se quer,
no tempo, parado,
inerte, tal como o peixe colorido,
aguardando a queda duma baga, dum insecto,
alimento, vorazmente… engolido,
num ápice, concreto,
seu desejo, seu sentido,
bem longe das odaliscas, esbeltas,
sorridentes, saltitantes
estetas,
numa vida diferente… perfeitas!!!...
… harmonia, partitura de doce melodia,
sinfonia,
entoada a preceito, ao jeito,
de grande compositor, dono e senhor,
maestro,
sem batuta, sem público, sem fama,
aquilo que se chama,
quando alguém, sábio e destro,
se aclama,
por feitos passageiros, fúteis… inúteis,
obras menores, com ambições, com dores,
com mortes, com perjúrios,
augúrios,
maléficos, geniais,
bestiais,
afrontas irracionais,
ao existente perante nós, como gente,
que, sem ver, sequer… não sente!!!... Sherpas!!!...
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
... só quem não vive... (antiga)
… só quem não vive, quem não ciranda por estas ruas, por estas cidades, por este País, só quem vive arrecadado, muito longe do bulício, do contacto directo com as pessoas, só quem, em condomínios fechados, bem apartados, isolados… em redomas, noutros ambientes, outras gentes, por vontade própria, por teres, por haveres, por quererem… simplesmente, como modo de vida, que se não vive, do Mundo real, tão distantes, tão afastados, por não querem ver, cerrando os olhos, cerrando as mentes, sonhando com uma fantasia tão plena e bela, farta e basta, que se não gasta… que se teima, mantendo uma ilusão, uma utopia, se não apercebe do que se sente, a cada passo, em cada momento, em cada sítio, em qualquer lugar, para nosso mal, quando… num dado instante, não propositado, num calhar, damos com o que é normal, em Portugal!!!...
… estendendo a mão… por norma, pedindo esmola!!!...
… desde casos individuais, bem banais, já corriqueiros, useiros e vezeiros, por drogas, por excessos… fumados, injectados bebidos, quiçá!!!... Degradação humana, último degrau da nossa verticalidade!!!... Mal dos que caem, dos que se deixam atingir, por indução de amigos e companheiros, por festas, por músicas, por emoções, por sensações, simples pisca, experimentação… fruto proibido, moda, gozo, todos sabem como é!!!... Eu, também quero… pois então!!!... Tanto tenho batido e rebatido no assunto que, mais uma vez… os de sempre, lá me vão apelidar do que não sou, de lamúrias, choramingas, cinzentão!!!... Mas, não… podem crer!!!... Não canto o fado da desgraçadinha, como opção, como maneira de estar, por prazer me dar… tão pouco!!!... Quando o faço, tenho motivos que mo levam a fazer, podem crer!!!... Vivo a vida, contacto com as pessoas, dou-me com elas, sou abordado…no meio do bulício, em qualquer lugar, em qualquer sítio, em qualquer canto de qualquer cidade, deste País!!!... Consoante o que vejo, sinto e… escrevo!!!...
… estendendo a mão… por norma, pedindo esmola!!!...
… não procuro, como norma, o que me vem bater à porta!!!... Acontece muitas vezes… tantas, que me resolvi descrever algumas delas!!!... Junto a um supermercado onde costumo fazer compras, quantas vezes não o encontro, homem novo, ainda, mais para o esbranquiçado, de pele, é evidente… alourado, mal trajado, cara avermelhada, de beberrão!!!... Já o tinha visto, já me tinha apercebido que, naquele lugar… sítio de fartura, de alimentos, de compras, de gentes com dinheiro, buscava o que não tinha, uns trocos, alguns alimentos, porventura!!!... Numa das vezes, um dos funcionário do referido local de compras, de vendas… gesticulava com ele, em voz alta, não percebível, pouco audível para mim!!!... Certo é que, pelo que verifiquei, passado algum tempo… o indivíduo em questão, cabisbaixo, afastou-se, de mãos vazias, tal e qual!!!... Passaram-se tempos e, volta que não volta, lá o encontrava, persistente… com o mesmo traje poluído, a pele mais para o avermelhado, alourado, cirandando por ali, junto à porta de entrada, de volta das pessoas que… entravam ou saíam do estabelecimento de comestíveis, um supermercado, como tantos outros!!!...
… estendendo a mão… por norma, pedindo esmola!!!...
… nunca tinha sido abordado por tal elemento, até ontem, inclusive!!!... Hoje, deu-se… mesmo na altura em que estava colocando os sacos de plástico das compras, na bagageira do carro!!!... Medroso, aproximou-se, de mão estendida, com um sorriso tímido até, com um português arrevesado, fazendo o que fazia comigo, com todos os outros… pedindo uma moeda!!!... O seu aspecto de desgraçado, de beberrão, de pouca ou nenhuma verticalidade, de gente apagada… metia dó!!!... Perguntei-lhe, disfarçando o que saltava à vista… se era para meter na veia, ou no estômago!!!... Ele, respondeu-me, com um sorriso imbecilizado, que era para a barriga, claro… numa voz de ucraniano, sem emprego, feito mendigo!!!... Que não tinha trabalho, se eu conhecia alguém que lhe proporcionasse emprego!!!... Agarrei numa moeda e… dei-lhe!!!... Passado um instante, desapareceu!!!... Calculei que o tinha ido transformar em álcool, viciado que estava!!!...
… estendendo a mão… por norma, pedindo esmola!!!...
… quando estou em casa, como gosto de atender bem, quem me bate à porta, como dou a cara, enfrento, oiço, vezes por outras… outros que, com as mãos cheias de papéis imprimidos, com cartões ao peito, com nomes pomposos de organizações, não estatais, relacionadas, quase sempre, com pobrezinhos, criancinhas ou… dependentes de drogas, leves ou duras, indiferente, deambulam de casa em casa, com a conversa de sempre, a de organizações carentes, dessas gentes, das que, por via das circunstâncias, chegaram ao limite, ao último patamar da pobreza, da miséria, da necessidade, segundo eles… pura verdade!!!... Sou solidário, participo, como sócio… sem benefício algum, não tipo Messenas, simples ajuda, umas quotas mensais de algumas instituições da minha terra alentejana, quanto a deficientes, a bombeiros, a cruz vermelha, a clubes de velhotes, lares e quejandos!!!... Pago, com gosto, levo como uma obrigação minha, tal acção participativa… pouca coisa, simples nadas!!!... Sinto-me bem, ajudando!!!... Mas nestes casos de porta a porta, com papéis e cartões colados ao peito, não lhes vejo jeito, rebelo-me e questiono-os, por vezes… dando, outras, negando, apresentando as minhas razões!!!... Ainda, na semana passada… não dei nada, apesar dos argumentos, de peso, que o Estado não lhes dava nada, nem que fosse uma simples moedinha!!!... O rapaz que me bateu à porta, depois da negação… virou-me costas, com alguma indignação!!!...
… estendendo a mão… por norma, pedindo esmola!!!...
… e, podem acreditar no que lhes escrevo, coincidência ou não… no mesmo dia, por volta das duas horas da tarde, quando me desloquei ao centro da cidade, ali ao pé, no centro, junto ao Correio, não é que me tocam no ombro a fim de me chamarem a atenção, quando ia andando, cumprindo as tarefas muito próprias de quem, para mal de quem paga, tem de pagar impostos… por tudo e por nada, ainda mais do objecto que mais nos tira do bolso, o malfadado automóvel, bem precioso, de luxo, com tantas taxas que… nem quero pensar, chateiam, sobram, avultam, escandalizam, desde o I.A., aos combustíveis, proibitivos, às inspecções periódicas, aos estacionamentos, aos selos, aos acrescentamentos, quanto a IVAS, aos seguros… para não falar da oficina, das peças que se compram, dos pneus que se renovam!!!... Enfim, tal e qual… dirigia-me à secção de finanças do concelho para comprar o selo do carro, quando fui abordado!!!... Parei, virei a cara e… não me pode conter, quando ouvi, da parte de quem ouvi!!!... Palavra de honra, com a sua idade… a pedir, na rua!!!... Então não é ajudado por nenhuma instituição, não tem uma pensão, não tem o rendimento mínimo garantido???... Depois de soltar estas palavras, de ouvir uma lamúria, verdadeira lamúria de quem não tem… arrependi-me, meti a mão ao bolso, agarrei numa moeda de euro e, com uma palmadinha no braço do velhote e disse:
- esqueça, não faça caso, tome lá!!!...
… estendendo a mão… por norma, pedindo esmola!!!...
… não são lamúrias minhas, não são choradinhos imaginados, são factos reais, de todos os dias, tanto por aqui, pelas minhas bandas, cidade de interior, como por outros lados, no litoral, na capital… quando por lá me encontro!!!... Algo não funciona, muita coisa vai mal, cada vez pior… enquanto alguns bananas, politiqueiros de chinelo, se forram, até mais não!!!... Que País, meu Deus!!!... Até quando???... Sherpas!!!...
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
... luta de gladiadores!!!... (antiga)
… tal como luta de gladiadores… em pleno circo romano, no tempo dos Imperadores, dos Césares, dos Neros, dos Tibérios, dos Calígulas, um deles, o botinhas, quando disfarçado, em pequeno, de legionário, dos Brutus assassinos, assim os vejo, quando na liça, num vencer ou perder, utilizam artes e manhas, conhecimentos bastos, já treinados, por anos e anos de enfrentamentos virulentos, cínicos e perversos, quando se me atravessam, me impedem pensamentos, me enfrentam… desfazendo!!!...
… nunca gostei de carniça, sangue… nem vê-lo!!!...
…é normal, absolutamente natural que, quando não se engolem factos, casos e coisas… se reaja dessa maneira, utilizando armas e bagagens, tentando perverter o sentido das escrevinhadelas, muitas delas, quase todas… sem intenção precisa, fazendo jeitos, aplaudindo gentes que desconheço, com mais ou com menos simpatia, julgamentos meus, sem qualquer tipo de ligação, desprendido como me sinto, garanto!!!...
… nunca gostei de carniça, sangue… nem vê-lo!!!...
… desvinculado em absoluto, irritado pela situação, pela hipocrisia, pela mentira, pelo aviltamento de toda uma população, pelos convencimentos concertados… através dos media, colectivos de informação manipulados, todos inclinados para o mesmo lado!!!... Porque raio hei-de eu aceitar o que me tentam impor, a qualquer custo, a qualquer preço… quando vejo, por mim falo, que não o mereço, nem um pouco, sequer!!!...
…
… nunca gostei de carniça, sangue… nem vê-lo!!!...
…quando o vejo, quando o oiço… recordo de imediato, os dez anos de mandato, os que fomos fartos em dinheiros vindos da União Europeia, tão mal gastos, constantemente roubados pelos que, hoje em dia, se encontram forrados, bem situados de vida, claro!!!... Foi um desaire, um flop, um fiasco… todo aquele período, o tal que os gladiadores de serviço, utilizando espadas curtas, punhais e tridentes, capacetes com frestas, escudos, redes e massas, carros e carretas desconformes, em pleno circo, enfurecidos… desfazendo, defendiam de qualquer maneira, com fúria assassina, tal Brutus convencido!!!...
… quem desdenha, das duas, uma… ou pretende, ou tenta calar!!!...
… como Nero aloucado, tocando harpa, iluminado pelo clarão das chamas da cidade de Roma, numa outra onda, convencido da sua criatividade… assim se porta, se comporta o candidato das auto-estradas assassinas, dos roubos continuados, das asneiras praticadas, fazedor de monstros enormes, doutros mais pequenos, ostentando uma seriedade completa, cara de pau que lhe é peculiar, que lhe dá… um certo ar cinzento, sombrio, do que não me fio!!!...
… quem desdenha, das duas, uma… não entende, ou tenta fazer falar!!!...
… claro, não discuto a seriedade do dito… concordo que pouco ou nada se ri, também não é dado a muitas palavras, é sonso, é recatado… quanto aos conluios, não mostra a fralda da camisa, sabe guardar o escondido, deturpa feitos, tenta burilá-los, gosta de doirar a pílula, adora que lhe façam festas, todo ele se rebola, quando carambola, quando se torce de gozo, quando antevê o que sonha, dizendo ao mesmo tempo que não tem ambições, que não é, que não pretende ser!!!... Conversa de deslumbrado consigo próprio… é próprio, tal como Nero convencido, tocando harpa, iluminado pela grandiosa obra feita (???...)!!!...
… tempo de bestas, de barbáries… vão-se extinguindo, aos poucos!!!...
… Calígulas e Tibérios, tais como generais feitos Césares… condutores de Impérios, percursos extensos ou atalhados, com muitos percalços, em tempos já passados, não são referência, não são exemplo, não servem!!!... Mortos e enterrados que estão, já foram, já lá vão!!!... Uns calhaus, com formas de gente, estátuas várias e diversas, bem dispersas… é o que lhes resta, alguns escritos, história antiga, espécie de caminho, uma nesga bem remota, tempos de Fórum, de Senado… primórdios, início de sociedades futuras, linhas e directrizes, simples matrizes!!!...
… as brutas feras… não se visualizam, sequer, odeiam-se a elas próprias!!!...
… os tempos são outros… bem diferentes, com outras gentes!!!... Já não há escravos, o conhecimento avulta, cimenta-se a liberdade de pensamento, o julgamento de não feitos… em tempo de vacas gordas, o castigo merecido, não prémio insensato, divisor de conterrâneos, não aglutinador, fluxo de agitação permanente, altamente desestabilizador… ao invés do que os gladiadores de serviço, por meio de invectivas, de murros e pontapés, de palavrões menos próprios, bacoradas fáceis e constantes, fazem tentar passar à força!!!... As eleições… o dirão, pois então!!!...
… rebentar com tudo, com todos… escarnecer, é mau perder!!!...
… em boa verdade, recordando tempos de circo romano, de lutas de gladiadores… só me senti emocionado, torcendo, aquando do Spartacus, lenda ou facto, o que tinha um ideal… o da liberdade, o que se sublevou, com triste final, convenhamos!!!... Sherpas!!!...
terça-feira, 3 de agosto de 2010
... la almudena!!!... (antiga)
… sentado em banco amplo, robusto, madeira pesada,
num dos muitos que a enchem, catedral de la Almudena,
colunas coríntias, criptas de encanto, vitrais diversos,
pinturas, frescos já recuperados,
fúria dum corpo, arrasto dum mal,
decrépito, já velho, figura de pena,
idoso, cabelo em desalinho em surda conversa, tristezas, segredos,
injúria, pela expressão que mostra,
olhar cravado no Cristo que culpa,
braços abertos, na Cruz da Catedral,
perante todo aquele espaço, arranjos florais, altar que se alça,
tronos dos clérigos com espaventos,
incúria dos tempos,
grito de alma,
grupos espaçados,
chusma que tira bonecos, se extasia,
clarões diversos, às vezes parados,
vozes de veludo, som que cicia,
crentes, não crentes, origens diversas,
deambulam, dispersam,
nave primeira, nos altares,
nave que cruza, na lateral,
jovens aos pares,
saudáveis, sem mal,
talhas doiradas, Senhora de seu nome,
tríptico com ares,
cenas bíblicas que gritam preceitos,
velas, esmolas, santos, santas,
pintadas, esculpidas, desconformes, com jeitos,
aconselham, avisam,
mudas que gritam,
almas que sentem trejeitos,
defeitos,
olhos que incendeiam, escancarados, ausentes,
mãos trémulas, frementes,
voz cava que balbucia,
não cala, invectiva,
acusa o sacrificado pregado na cruz,
da ostentação que sente,
dela afastado, de ausente,
amplidão tão fresca que convida ao recato,
descanso tão grato numa tarde de Verão,
sem penitência, simples oração,
visita turística, portas adentro,
relevos de medo,
bronzes pesados,
Petrus descomunal, pedra que pesa, que assombra, real,
casamento gravado naquele local,
Palácio do Oriente ofusca culpados,
góticos que enlaçam, que cruzam, traçam,
pormenores tão densos, gritos de alma,
vozes de veludo dos que visitam,
passam,
visão que estarrece, velho que sucumbe,
dor que grita, pedras seculares
para quantos lares,
estarrecem, incitam,
amedrontam,
chaga que arrasta,
acalma,
quanto se afrontam!!!... Sherpas!!!...
num dos muitos que a enchem, catedral de la Almudena,
colunas coríntias, criptas de encanto, vitrais diversos,
pinturas, frescos já recuperados,
fúria dum corpo, arrasto dum mal,
decrépito, já velho, figura de pena,
idoso, cabelo em desalinho em surda conversa, tristezas, segredos,
injúria, pela expressão que mostra,
olhar cravado no Cristo que culpa,
braços abertos, na Cruz da Catedral,
perante todo aquele espaço, arranjos florais, altar que se alça,
tronos dos clérigos com espaventos,
incúria dos tempos,
grito de alma,
grupos espaçados,
chusma que tira bonecos, se extasia,
clarões diversos, às vezes parados,
vozes de veludo, som que cicia,
crentes, não crentes, origens diversas,
deambulam, dispersam,
nave primeira, nos altares,
nave que cruza, na lateral,
jovens aos pares,
saudáveis, sem mal,
talhas doiradas, Senhora de seu nome,
tríptico com ares,
cenas bíblicas que gritam preceitos,
velas, esmolas, santos, santas,
pintadas, esculpidas, desconformes, com jeitos,
aconselham, avisam,
mudas que gritam,
almas que sentem trejeitos,
defeitos,
olhos que incendeiam, escancarados, ausentes,
mãos trémulas, frementes,
voz cava que balbucia,
não cala, invectiva,
acusa o sacrificado pregado na cruz,
da ostentação que sente,
dela afastado, de ausente,
amplidão tão fresca que convida ao recato,
descanso tão grato numa tarde de Verão,
sem penitência, simples oração,
visita turística, portas adentro,
relevos de medo,
bronzes pesados,
Petrus descomunal, pedra que pesa, que assombra, real,
casamento gravado naquele local,
Palácio do Oriente ofusca culpados,
góticos que enlaçam, que cruzam, traçam,
pormenores tão densos, gritos de alma,
vozes de veludo dos que visitam,
passam,
visão que estarrece, velho que sucumbe,
dor que grita, pedras seculares
para quantos lares,
estarrecem, incitam,
amedrontam,
chaga que arrasta,
acalma,
quanto se afrontam!!!... Sherpas!!!...
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
... saudosismos!!!... (antiga)
... não, não vou rever história moderna, de há sessenta anitos, pouco mais,
folhear, refolhear compêndios apropriados, enciclopédias que tudo trazem,
buscar, rebuscar na internet, buscadores do GOOGLE e quejandos,
recordar gestos e gulas passados, matanças irracionais,
os que se alçaram em países, subjugaram vítimas que jazem,
vasculhar pensamentos de alimárias, recônditos, sujos meandros,
prepotências que me envergonham, separações sem sentido,
universalidade propositada, destroços, sangues, corpos despedaçados,
ruindade que tento esquecer, ainda nado há pouco tempo,
bebé ao colo da mãe, País neutro de Ditador,
espécie de servo, mordomo, antecâmara de tanta trama,
conflito que deu berro, com sanha, alguns anos recuados,
nível de MUNDO que fremia de terror, assombro, medo, dor,
hecatombe que avassalou, calcamento do mais fraco, demente,
apocalipse infernal, cavaleiros do mal, cumulação de máquinas bélicas,
soldadesca sem alma, sem glória, massacre propositado,
enfrentamento d´eixos contra alianças, países com caminhos contrários,
feitos desfeitos, medalhados por horrores cometidos, gente,
extirpe diferente, raça que se julgava, adversários,
anos que se sobrepunham, gritarias e hinos, botas lustrosas,
desfile do medo sobre o medo que resistia, unia,
notícias tétricas, pessoas famélicas,
concentrações, arames farpados, vagões de comboios, rezes,
máquinas que se refinavam, diabólicas, nada angélicas,
teatros de guerra por todo o GLOBO, sobre terra, sobre mar,
relatos que não revejo, não aplaudo, contesto irracionalidade,
quanta versão, quanta verdade,
desmistificação,
heroicidade de quem, para se defender, matou,
de quem matou quem calhou,
ordens dos mais elevados, líderes com sonhos tenebrosos,
apetites colossais, páginas NEGRAS da HUMANIDADE,
GUERRA sobre GUERRA, mundiais ou locais,
continuidade,
não foram seres, foram feras, algozes,
ferozes, pecaminosos,
renegaram sua condição,
com anuência, simulação, indiferente aceitação,
encolhidos num canto, recebendo e despachando, sala de estar, refúgio,
bocado apetitoso para mais tarde recolher,
antes de morrer,
não, não vou rever calhamaço de estante que tenho, enciclopédia,
buscar ou rebuscar na internet usando o GOOGLE, outro qualquer,
vou fazer por me esquecer,
do drama, tragédia, comédia,
actos repetitivos, sanguinolentos,
momentos,
cometidos por trastes contrários, soldadesca no meio,
como sempre,
inocentes em vilas, vilarejos, cidades arrasadas,
homens, mulheres, crianças colhidas na voragem,
vidas cerceadas,
apagadas,
tempos cruéis,
através de campos, sobre serranias, nos ares, nos mares, fora dos quartéis,
usando o que não deveria existir,
armamento variado, retumbantes utilizações, vibrações negativas,
morticínios, destruições, prepotência, segracionismo, racismo, xenofobia, INTOLERÂNCIA,
GANÂNCIA... ÓDIOS, MORTES, MASSACRES, espezinhamento, INUMANIDADE reinante...
mas, tudo isto porquê?
Por uma resposta que não dei,
pergunta que fiz,
quando me sentei,
cansado q´estava, coincidindo com pessoa mais idosa do que eu,
ali ao lado, país estranho, conhecido d´outros tempos,
noutras cidades, viagens que faço,
quando posso, me proponho,
realizo com gosto,
contacto, pergunto, meto conversa com quem não conheço,
respeito,
este o meu jeito,
falou-me de menino e moço, muito antes da guerra,
do Mussolini, “bom” governante, dizia
quando atirava que nada faltava,
sociedade equilibrada,
que pedia
a mulheres italianas para fazerem muitos filhos,
o ESTADO se encarregava de tudo,
era um dos quinze filhos que sua mãe teve naqueles tempos recuados,
todos bem criados,
louvores tantos que me contive,
interiormente, quanto não fazia para refazer períodos tristes da História,
apagava facínoras, tropelias próprias de escórias,
mortes desnecessárias, imposições sobre multidões,
aversões tão grandes, depravações,
sofrimentos de pânico, medos intensos,
esgarramento de carnes, dores profundas,
nódoas imundas,
ideias que tenho, tão diferentes do ditador,
fomentador do fascismo,
parceiro da besta alemã, co-autor de tanto morticínio,
ouvi o que dizia, mantive meu parecer,
não contestei, por respeito,
este o meu jeito!!!... Sherpas!!!...
domingo, 1 de agosto de 2010
... calamidade!!!... (antiga)
… através da janela de casa, receio,
abatem-se fúrias dos céus, escuridão que inunda quando despeja,
águas que sobem, arrastam, destroem, sem poesia, devaneio,
não se deseja,
pequenos que somos perante o que sinto,
arrastamentos, carros que parecem barcos, formigas no meio,
casas avassaladas, objectos estragados,
pertenças, lembranças, carinhos sujos, enlameados,
rostos tão tristes, cidades, destinos, subjugados, húmidos e frios,
ruas que são rios,
elevados pensares de quem se julga, pouco partilha, nada comunga,
tralha tão feia que se enleia, remoinhos,
escaninhos,
sarjetas tão cheias, mortes que surgem,
águas que caem, juntam, rugem,
danos tão grandes,
miséria de alguns, móveis, colchões, cadeiras, estantes,
desvario,
caras sem rosto, profundo desgosto,
lágrima que assoma, estupefacção, braços estendidos, confusos perdidos,
parca palavra,
corpos vazios, mãos sem nada,
calamidade repentina,
afastados que estão, grandes poltronas, cumprem rotina,
palavras ocas que dão,
sensação tão triste, medonha razia, amargura na rua, torrente de lama,
instante que regista, desespero que chaga,
desgraça que não pára,
ferida tão funda que tudo inunda,
sentida, compungida, tão muda,
responsabilidade que se atira, que passa, que fica,
sem culpa, na mesma, sem sorte na vida,
carregos de medo, trabalhos de dor,
chuva que cai, torrente que inunda, na rua o pavor,
desfeito seu sonho, negócio estragado,
lar decomposto, mais arruinado,
num dia, saída,
altera, destina,
só queda presença… laivo d´horror!!!... Sherpas!!!...
abatem-se fúrias dos céus, escuridão que inunda quando despeja,
águas que sobem, arrastam, destroem, sem poesia, devaneio,
não se deseja,
pequenos que somos perante o que sinto,
arrastamentos, carros que parecem barcos, formigas no meio,
casas avassaladas, objectos estragados,
pertenças, lembranças, carinhos sujos, enlameados,
rostos tão tristes, cidades, destinos, subjugados, húmidos e frios,
ruas que são rios,
elevados pensares de quem se julga, pouco partilha, nada comunga,
tralha tão feia que se enleia, remoinhos,
escaninhos,
sarjetas tão cheias, mortes que surgem,
águas que caem, juntam, rugem,
danos tão grandes,
miséria de alguns, móveis, colchões, cadeiras, estantes,
desvario,
caras sem rosto, profundo desgosto,
lágrima que assoma, estupefacção, braços estendidos, confusos perdidos,
parca palavra,
corpos vazios, mãos sem nada,
calamidade repentina,
afastados que estão, grandes poltronas, cumprem rotina,
palavras ocas que dão,
sensação tão triste, medonha razia, amargura na rua, torrente de lama,
instante que regista, desespero que chaga,
desgraça que não pára,
ferida tão funda que tudo inunda,
sentida, compungida, tão muda,
responsabilidade que se atira, que passa, que fica,
sem culpa, na mesma, sem sorte na vida,
carregos de medo, trabalhos de dor,
chuva que cai, torrente que inunda, na rua o pavor,
desfeito seu sonho, negócio estragado,
lar decomposto, mais arruinado,
num dia, saída,
altera, destina,
só queda presença… laivo d´horror!!!... Sherpas!!!...
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