terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

... matança do... PORCO (versão integral)



… mal comparando, PAÍS não é um PORCO,
embora se desfaça,
se mantenha todo TORTO,
se insista no desmancho, tal como, ao bicho,
logo após a matança,
imagem que retenho desde quando era criança,

bem aperreado,
pés atados, homens possantes,
local da artéria em evidência,
carniceiro hábil, com faca reluzente,
pontiaguda,
artista reconhecido,
excelência,

indiferente a guinchos aflitivos,
berraria do animal que se contorcia,
golpe seco,
a esmo,
sangue vermelho e quente que gorgolejava,
logo recolhido numa malga,
sempre o mesmo,

mulher atenta,
submissa,
serviçal que o ia mexendo,
juntamente com algum sal,
para não solidificar,
creio,
quando lembro, mais pequeno,
não me regozijo, não enleio,

recordo e comparo porque PORCO,
embora morto,
exangue,
não é um PAÍS,
embora TORTO…

… depois, com muito afã,
molhos de TOJOS incendiados,
na ponta de paus,
algumas tochas,
naquele recanto, junto a rochas,
passavam pela pele, pelos pêlos,
cheiro de carne queimada,
com que acerto,
desvelos,

como se fora agora,
olhava,
guardava imagem da banca ensanguentada,
ainda ouço a berraria,
guinchos em desvario,
do bicho aperreado,
do sangue que jorrava,
da azáfama,
esforço daquele grupo,
homens possantes,
umas arrobas de carne prometedora,
destino, sina, criação,
seu momento, sua hora,
serventia,
alguma euforia,
palavras soltas,
olhos gulosos de quem aprecia…

… tempo passa,
hábitos alimentares alteram,
recuso matança,
bichos que matam, berram,
idade não permite,
sentimento diferente,

menos carnívoro do que antes,
outros recursos,
recordo cachola que se fazia,
sensação boa que sentia,
comida,
enquanto levantavam a carcaça,
animal inerte,
aberto,
desmancho, a preceito,
dum corpo morto,
PORCO que não é PAÍS,
que não é conforto,

… não se compara,
quando se recorda,
repara,
peças e nomes,
enchidos,
patas traseiras, presuntos,
pimentão de horta,
fumeiro,
pedaços de rabo, de orelha,
animação,
assados na brasa,
tempo passa,
copo de tinto para mais crescidos,
apreciação,
suor e sangue,
arrecadação, salmoura,
acontecidos…

… mal comparando, PORCO não é PAÍS,
mesmo quando se retalha,
se corta em pedaços,
se torna exangue,
não faz cachola,
comido por alguns,
se recusa a outros,
qualquer troço, que DEUS lhes valha,

cheiro de carne queimada,
corpo inerte
pendurado numa trave,
faca pontiaguda,
TOJOS ardentes,
pêlos, peles,
ricos políticos,
reles,

fominha aguda,
quantos diferentes,
não são iguais,
mais acima,
mais abaixo,
mais ao centro,
emborca, vai para dentro,

velhos dengosos,
acumuladores, lustrosos,
matança dum POVO,
matança dum PORCO,
malga vermelha com algum sal,
para não solidificar,
cachola,
na hora….

… PORCO, mesmo MORTO,
não é PAÍS, não é POVO,
não é POLVO,
mesmo à lagareiro,
DINHEIRO???... Sherpas!!!...

domingo, 19 de fevereiro de 2012

... trajecto!!!...



… quantas vezes, por circunstâncias… não altero o meu trajecto,
recuso via de LUXO, poupança duns trocados, adentro por outro caminho,
mais curvilínio, áspero no pisar, com buracos por remendar,
inacabado projecto,
obra de espantar, congelada ou de “braços caídos”
um ter de ser,
tendo sempre que fazer,

fazendo jus a feitio, de quem recusa desafio,
de quem protege futuro incerto,
evitando fazer do longe, mais perto,
final que não visualizo,
poeira, paragem repentina, sinal que quebra a rotina,
minutos que se acumulam, fileira de veículos tantos,
fazendo pensar que, alteração de trajecto,
não foi solução, foi mais um, entre enganos,

embora, quando faço contas de “poupar”
me sinta mais confortado,
antes de “borla” do que tendo de pagar,

estradas de gabarito para quem é rico ou político,
maior fundo de maneio, carteiras mais recheadas,
muito acima das pobre coitadas,
criaturas que aguentam loucuras, desafios, grutas, buracos, desvarios,

TEMPUS de incerteza tão grande, sob TROIKA, sob mandantes,
sob pavões subservientes, vendidos,
tão arrogantes,

estrada nacional, além de incerta, não cativa, não desperta,
assusta, amedronta até,
quase, quase melhor… andar a pé,
numa curva, numa subida, numa descida mais apetecida,
num excesso inadvertido, não avaliando o perigo,
quando vemos, já tardio, caçadores de multa em acção,
proibido, proibição, multa graúda, dimensão,

pequeno artefacto escondido, estando, não estando de serviço,
registo, bem gravadito, carta registada ao domicílio,
espanto tão grande, aflição, foi-se a poupança num ápice,
quantas e quantas vias de LUXO, quanto aperto de cinto,
quão mal me sinto,

num PAÍS, quase COUTADA, rebanho tão esmifrado,
rapam a lã, retiram o leite, fazem queijadinhas tão boas,
requeijão com doce de abóbora,
viro as costas, vou embora,

faço ginástica sueca, sinto-me esfalfado, quase pileca,
castigado em borbotão, nesta tão grande aflição,
leis injustas, em profusão,

manobra de perigo eminente, quando me sinto inocente,
poucos quilómetros a mais,
favorecendo KAPITAIS, resma de COIMAS por aí,
algo se passa por aqui,
dando bochechos tão avultados, aos que deveriam ser castigados,

vivendo com prebendas de vulto, ultrapassando regras constitucionais,
vão roubando, vão impondo, utilizando o que é de LUXO,
sem qualquer racionalidade,
fazendo instituições, falsidade, injusta situação que se vive,
para quem… só sobrevive,

para quem é meteórico, influente companheiro de partido,
sem cardápio, currículo de jeito, bastando ser afecto,
tudo se arranja, transforma, abjecto subserviente, dilecto,
ostentando cartão, passaporte, quebrando ética, qualquer norma,

mesmo fazendo figura de urso, dizendo, desdizendo
num pesaroso contrasenso, numa caricatura medonha,
num enfeitar da situação, num pasmar aflitivo de quem ouve,
avalia,
não despertando simpatia,
criando atrito, aversão, prometido paraíso se avizinha,
entre má cara ou rinha,
quase TUDO se adivinha,

tem passado, continua passando enquanto o copo vai extravasando,
aguentando equilíbrio,
sem qualquer honra, sem brio,
mantendo TODO um trajecto,
pavoneante situação, porcaria tão aberrante,
sendo cómico, extravagante,

carteira forrada, saltitante, bicos de pés, alaranjado,
dando, fazendo recado,
notícia de quem se entretém,
quando se considera ALGUÉM,
engraxando, quanto pode, mau gestor duma figa,
que se enriça, ainda afirma,
esquecendo quem tem FOME, esmolando, enquanto enrica
bando, seus parceiros, caquéticos, entontecidos,
mordomias e dinheiros, enrugados, carcomidos,

tonterias de quem se julga dona da união desunida,
porcina criatura,
se adona dum mal que não tem cura,
prepotência, como estigma, recuados no TEMPUS,
enfrentamentos,
horrores, mortes, destruição,
fazendo grande aflição, cometendo por cá, GRANDE purga,

pobre coitado, infeliz,
que se considera, contradiz, pau mandado, incapaz
no REINO do “tanto faz”
dos que pagam mas não usam
quando fogem,
recusam,

pagando COIMA despropositada, excesso tão escasso,
adverso,
nos caminhos, no retrocesso,
na subida esconsa, descida convidativa,
proibição que tanto castiga,
mudando caminho, TRAJECTO, não sendo filiado, AFECTO… Sherpas!!!...