terça-feira, 4 de março de 2008

... estamos regredindo!!!...

… estamos regredindo, pelos vistos,
quando os vejo, embalando parcos haveres,
bem tristonhos, escorraçados, não queridos,
costas curvas, desgostados, pobres seres,
falta de esperança, sem perspectivas,
cansados de procurarem saídas,
num buraco sem solução,
com um bocado, noutro lado, promissor,
uma tarefa, trabalho compensador,
País mistificador, enganador,
que te debilitas,
que mais débil ficas,
quando os deixas fugir,
sem tugir, nem mugir,
ripanço dos bem forrados,
dos negociadores, dos embolsados,
dos senhores dos dinheiros,
insignificância, bem reles,
dos que, por usanças, por meios,
por escassez provocada, bem legal,
só pensam na vida deles,
fazendo de Portugal,
um inferno insuportável,
ganância, hipocrisia inenarrável,
falta de valores, no mesmo rumo,
partido único, mais que igual,
vamos regredindo… enquanto me consumo!!!...

… vai para quarenta e tantos anos,
a caminho da França, da Alemanha,
lugares inteiros, despejados,
escorraçados por elites, antanhos,
logros, roubos, quanta manha,
procissão de desgraçados,
a salto, de qualquer maneira,
passavam a fronteira,
tristes, esfomeados,
procurando o seu destino,
com ânsia e voragem ilimitadas,
fugindo dos latifúndios, das penúrias,
dos cinzentos do momento,
das carteiras recheadas,
com mala de cartão, com saudade,
enrijecidos, sem lamúrias,
com um só pensamento,
numa busca incessante, da verdade,
vida digna, passagens espúrias,
isolamento, sofrimento,
trambolhões, lá longe, bem distante,
tanto agora… como dantes!!!...

… escravos modernos, em Países parceiros,
exploração aviltante, quanta degradação,
saída, única solução,
para quem é obrigado, pelo pão,
atrás duma visão, procurando sendeiros,
outros caminhos, uma salvação,
ilusionados, bem escorraçados,
nesta outra regressão, nova versão,
duma casa que não abriga, que afugenta,
quantos lutam, não se intenta,
desfazendo lares, provocando saudades,
sem mala de cartão, com alguma impressão,
enganados por cá, por lá,
indiferente, tanto faz,
numa Europa que não nos pertence,
que maltrata muita gente,
neste pedaço que nos ludibria,
com logros, muita fantasia,
que nos quer ofertar, quem nos tenta enganar,
porque, meus amigos,
num local com alguns ricos,
podres, a rebentar, os tais, os de espantar,
quantos e quantos… têm de emigrar???... Sherpas!!!...

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