segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

... era uma rua... inclinada!!!...

… era uma rua inclinada,
subida que se acentuava
partindo da esquina,
cruzamento donde derivava,
lá em cima,

horizonte indefinido,

espécie de céu azul esbranquiçado,
infinito,
na minha mente de petiz,
local proibido,
princípio do muito que se não diz,

fora de portas,
negado ou… fingido,
conversas tortas,

segredos feitos,
quase desfeitos
pela idade que ia aumentando,
passos mais largos,
outras fugas
com muitas curvas,
outros espaços,
arcos, adros,
encontros, grupos,

brincadeiras muito para lá daquela rua,

falso horizonte,
céu bem aberto,
campos de sonho,
quando me ponho
na minha pele,
mais longe, mais desperto,

sôfrego por conhecer,
andando sem rumo
num querer sem saber,
olhando o que via
que bem me sentia,

plantas estranhas,
árvores, folhas,
ervas tão belas,
searas ondulantes,
aves, bichos,
ninhos e nichos,
piares, ladrares, zurros,
carroças, burros,
mulheres roliças,
garridas, brejeiras,
trabalhos nas eiras,
homens esforçados
por tantos lados,
gados no pasto,

que figuras faço

quando me lembro,
quando retorno,
quando me volto,
me faço pequeno,
sem jeito,
tempo escasso,
rarefeito,
quase perfeito,
imaginário que se adoça,
quando se endossa,
se direcciona
para qualquer zona,
dimensão dispersa
que já… não interessa!!!... Sherpas!!!...

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