... outra coisa seria, antes de ser MUSEU,
não gosto de investigar origem de edifícios apalaçados,
conservados, devidamente reaproveitados,
como penso, como gosto,
critério discutível,
obra feita no passado, estruturas fortes,
séculos passados, décadas,
sei lá...
... penso eu,
quando falo com os meus botões,
aprecio, aplaudo imaginação,
apropriada utilização,
alguns quês por aqui, outros por ali, mantido,
devidamente reparado,
encanto meu...
... grande superfície, amplíssimos corredores,
exteriores, os elevadores,
bem concebida adaptação,
óptimas vistas, em cada piso,
enlevação,
feliz concepção,
... local perfeito
para descanso dum GUERNICA que grita,
dum PICASSO que nos afunda,
faz pensar na irracionalidade da GUERRA,
aqui, em qualquer TERRA...
... gera laivos de raiva muda,
contra quem a pratica,
perante quadro que GRITA
devastação, HORROR,
nos faz plenos pela harmonia dos POVOS,
pela PAZ universal...
... não,
não tinha visitado ainda este belo ESPAÇO,
agradavelmente vivo,
convite que gera outro convite,
empatia por quem, por ele, deambula,
como alguns mais que conheço,
como gosto, como faço,
... festa permanente,
entre ele e toda a gente,
idades diversas,
tenras, mais maduras,
dispersas,
futuras...
... agradável surpresa,
satisfação,
maquineta na mão,
tiro bonecos, em liberdade,
sem ser libertino, respeitando,
alguma proibição em obras de vulto,
assim penso, assim julgo,
refúgio da minha expectação...
concretização,
curiosidade que s´aferra, atinge seu auge...
... curto período, alargada mensagem,
cativo e... cativado,
dois entes que se completam,
quando s´encontram, logo s´adentram...
... não sou crítico, especialista,
expert d´arte,
pintura, arquitectura, escultura,
obra escrita, poesia, prosa apurada,
rabisco na parede, plantação,
vendedor ou vendilhão...
... vulgar... tão ou mais como os outros,
corrida curta, encontros,
vida tão bela, pespontos,
simples apontamentos,
momentos,
paisagens plenas, desenhos magníficos,
feituras de todo, qualquer feito,
imagética tão complexa do HUMANUS...
... evoluídos, por evoluir,
meus irmãos, companheiros de viagem,
nave sideral que nos suporta, aguenta,
neste UNIVERSO desconhecido,
abrangente, interrogação constante,
ISENTO...
... pensamento meu, mui próprio,
não afecto, egoisticamente, ao material,
mais pensativo, espiritual, irmanado no belo,
no que nos faz melhores,
boquiabertos,
sorrisos, esgares, pasmo, comtemplação,
SENTIMENTO mais EMOÇÃO,
dádiva repleta,
LIBERTUS......
... quanto nos emocionamos,
quando avaliamos,
quando sentimos, obra pequena,
insignificante,
volumosa, inalcansável, qual portento,
gigante soberbo, mundo a seus pés,
enaltecido, tão cantado, imorredor,
fama pasmosa que tudo e todos calca,
sobressalta...
... afasta, torna-se erma, solitária,
fechada a sete chaves, tesouro inaudito,
nem sussurro,
nem grito,
paz na MORTE,
sua sorte, seu destino...
... tristeza minha,
quando, com ela me deparo,
não páro,
choro sua desdita,
mente cerrada, algozes tão broncos,
museus de teias, algumas aranhas,
edifícios como sepulturas colectivas,
paredes que são ermos,
guardas de fila,
cães domesticados, regras inflexíveis,
incríveis...
... libertar obras extraordinárias,
criatividade, não s´encerra,
não se prende, proibida a outros olhos,
que não os nossos, da objectiva que cativa,
que guarda, leva, se torna de todos,
no sossego do lar,
no computador pessoal...
... aumentada,
perspectivada, consoante gosto,
sem teias, sem aranhas,
museu aberto, flexível,
encontro de todas as artes,
aprendizagem dos vindouros,
embevecimento dos mais vividos,
aqui, em todas as partes,
activos, activos...
... resguardado de vândalos,
de ganâncias desmedidas,
público... para o público,
edifícios antigos,
restaurados,
recorridos, servindo, sendo alvos,
percorridos, incessantemente,
instruindo, ensinando,
mostrando...
dando...
... deixando tirar bonecos,
não proibindo,
pobres palhaços tristes,
tão falados, eremitérios,
sossego que s´amplia, como nos cemitérios,
encarcerados,
nas paredes, bem pregados,
critério meu...
triste MUSEU!!!...
Sherpas!!!...
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