quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

… cada um… como, cada qual!!!...

... fazendo pela vida, já idoso, como um pai,
continuador, por tragédia passada,
já lá vai,
era, ainda menino, o rapazão,
companhia permanente, em qualquer ocasião,

quase homem, direito,
escorreito,
ali ao lado, longa caminhada,
com burro ronceiro,
companheiro,
ombros curvados, quando a pé, pela idade,
sombria realidade,

neto no lombo do asno, arrastando pés pelo chão,
desenvolvido, corpo pujante,
lá iam, pensativo e...  despreocupado,
ajoujado,
como irracional,
besta de carga,

criaturas de DEUS,
conhecidos meus, de há tanto, desde pequeno,
estória vernácula,
imaginária,
conto com alimária,
parentes chegados,
avô, neto, idades díspares,
fazendo pela vida, tragédia passada,
longa caminhada,
com burro carregado,
sem cuidado,

ao longe,
com o andar, tornando-se próximo,
vilarejo no sopé dum monte,
habitantes entregues a fainas d´época,
rurais,
outras mais,

falatórios, em surdina, coscuvilhice na certa,
lonjura
que se encurta,
bem no centro,
interrompendo,
olhando, com ar crítico,
sendo figuras centrais,
o burro, o neto e o avô,
subindo de tom,
gargalhando,
apontando,
apontando,

escarcéu se acendeu, palavras soltas,
vergonha... rapaz tão são, robusto,
no lombo da alimária,
velho, a pé,
andando com tanto custo,

saíram do povoado com ideias contrárias,
resolveram sentar o velho no burro,
rapaz seguindo atrás,
noutras áreas,
caminhando,
caminhando,
depois de darem razão àquelas vozes do povoléu,
ruim escarcéu,

searas ondulantes com tantas papoilas vermelhas,
daninhas, como tantas outras,
bordejavam vereda por onde iam comendo caminho,
devagar, devagarinho,
burro esbaforido,
rapaz cansado,
mais reduzido,

velho, todo lampeiro, no lombo do animal de grandes orelhas,
espumando pelos cantos da boca,
coisa louca,
rancho de mondadeiras,
cantadeiras,
folgazãs,
logo interromperam a faina,
empertigadas, brejeiras,
guinchos, risos, dedos apontados,
alguns dizeres, com muita vergonha,
crítica apurada,
na ponta da língua afiada,
mais e mais peçonha,

rapaz,
ainda novinho, calcando a vereda,
velho, ainda novo, segundo diziam,
andando, de cansaço, tal como uma lesma,
devagar, devagarinho,
burro folgado,
havia lugar para os dois,
razão, sem razão, dispões...

da vida dos outros com insolência,
excrescência,
quantos chistes,
alarves, gritantes,
quanto te ristes,
mulher da monda, cantadeira, língua afiada,
ali, parada,
fizeram pensar, pensar,
quando se puseram a andar,

pois, melhor o fizeram,
dando ouvidos ao POVO do lugarejo,
assim o vi, assim o vejo,
às mondadeiras,
cantadeiras,
tanto escarcéu,
resolveram montar o asno, um atrás, outro adiante,
espavorido caminhante,
espumante, orelhas caídas,
arrastando patas, levantando poeira,
vereda acima, custoso penar,
mais devagar,
mais devagar,

deram, de frente, com rutilante cavaleiro,
dono de terras, sabedor,
vendo, na face do animal, tanto custo, tanta dor,
nem depois, nem primeiro,
razoável,
criticou procedimento,
tanto lamento,
tanto lamento,

gente sem alma, cruel até,
os dois a pé,
jerico lampeiro,
pensando,
pensando,
lá foram andando,
andando,

depois de muito matutarem, resolveram,
novo e velho, burro também,
não dar ouvidos às vozes do MUNDO,
pensamento profundo,
fizeram como quiseram,
não ligaram,

a partir daí,
daqui e dali, orelhas moucas,
palavras loucas,
logo se puseram, a trote, a galope,
em cima em baixo, os dois, os três,

era uma vez...  Sherpas!!!...

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