segunda-feira, 6 de outubro de 2014

… impolutas… as putas!!!...

... falar de coisas diferentes,
ter vontade disso, esquecendo entorno, gentes,
tarefa árdua,
impossíveis,
dando volta a memórias, passado mui recuado,
nesta vida que se alonga, no encontro que acontece,
caminho de pedras oblongas, pontiagudas, agrestes,
terra de vários tons, locais inacessíveis,

obstáculos que se me deparam,
barreiras intransponíveis,
sombras densas, tão escuras,
solidão que diminui como ser dum colectivo,
parte ínfima que conheço, parte íntima que é muito minha,
recanto sem grandes figuras,
recuado, não activo,
observador que não busca rinha,

fina palavra que define, curta lâmina que recorta,
seja quem for, não importa,
dado a pensamentos profundos,
avaliando todos os MUNDOS,
aceitando o que me foi dado quando nascido,
criado,
mantendo pergaminho, dote da idade, conhecimento,
envolvendo cantar, colorido,
tristeza, muito lamento,

envoltório com que me arroupo,
tão normal, não sendo louco,
quanto me completo,
esquecendo entorno, gentes,
de sonhos, tão ilusório,
quando repleto,

sorriso débil, contrafeito,
modo meu, curto defeito,

corre um fiozinho de água, do alto daquela serra,
galga montes, engrossa um pouco,
alarga, em certo momento,
local que me é querido,
olhos que não consigo fechar,
canta, quando ressalta, tine certo ruído,
da libelinha, claro zumbido,
flor tímida que se projecta,
terra que agradece, margem reverdecida,
do que não me aparto,
quando ando, quando passo,
quando vejo, quando faço,

impossível não reparar no que me rodeia,
campo amplo, quase desértico,
colinas, montes, serra mais ao longe,
meu coração pressente,
longe de tudo, da gente,
formiguinha débil que labuta,
carreirinho doutras mais,
uma tarefa premente,
invernia que se aproxima,
alteração própria do clima,
preenchendo armazém, comunidade que se arrecada,
desaparecendo, não sendo nada,
vida obscura, subterrânea, temporária oclusão,
numa outra dimensão,

mais uma vez me refugio, por descrédito,
da natureza a que pertenço,
na companhia do mais pequenino,
fazendo parte do que penso,
indelével apontamento,

entre companheiros de viagem,
não sendo maior ou de mais valia,
nesta tão grande voragem,
insensatez que se pronuncia,
descambar que se sente,
nesta coisa que é gente,
mole que não convence,

negridão que avassala,
que atira, que não cala,
pretende laudatórios, palmas,
quando sentes, não falas,
escreves, afincadamente,
solitário, recolhido, indo em frente,

quanto mais conheço as pessoas,
mais gosto dos animais,
entoas, entoas,
mais te convences, perante certos anormais,
penachentos, inchadíssimos, pavões,
mal comparando, aves de rara beleza,
disso, tenho a certeza,
quantas e quantas lições,

no seu diário proceder,
pelo exemplo. nos dão,
pelo viver, ritmo geracional,
tal e qual,
não alteram, mantendo aquilo que são,

dignos, fiéis, amigos dos amigos,
companheiros... como os primeiros,
gato, cão, formiga, borboleta,
pássaro que canta,
encanta,
peixe ágil na ribeira,
certeza no cantar do grilo,
cuco sem ninho, vaca possante,
cavalo esbelto, veloz, toiro no pasto,
sem farpas,
nem espada no costado,

domado, sem lide, nem investida,
veado na serrania,
lobo que uiva,
falcão esvoaçante, rapina que observa,
cada um, como é, vivendo,
integrando seu habitat,
sendo,

bicho homem não é de fiar,
bicho politico,
muito menos,
ganância por PODER, verdade que é mentira,
quando atira,
para perder, para ganhar,
por interesse, posição,
está em si,
enganar,

com doses de pasmar, sorriso beatífico,
consciência tão limpa como em qualquer bordel,
sem honra, nem quartel,

desculpem-me as putas,
impolutas, impolutas,
destinos de vida, da vida,
vendendo o que melhor têm, o corpo,
com ou sem gosto,
enormíssimo desgosto!!!... Sherpas!!!...

  

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