quinta-feira, 1 de outubro de 2009

... ilusões tão diversas!!!... (antiga)


...não previnem, não mantêm, não acautelam, não recuperam, deixam cair, arruinar, ao desbarato, casas, bairros inteiros, grandes talhadas, muitos e muitos metros quadrados centricos e valiosos, autênticos tesouros, em dinheiro, para os donos descuidados, laxistas, que pouco ou nada ligam aos rendeiros, pobres criaturas, empecilhos, velhos e chatos que se agarram, pelo pouco que pagam, uma insignificância, ao prédio desgarrado, arruinado, pelos anos, décadas e décadas, sem cuidados, um século ou mais...quando já não há remédio, quando cai o telhado, a parede greta e ameaça se torna é vê-los, em campos opostos, coitados...uns porque não têm onde se abrigar e os outros, os senhorios, satisfeitos com o que vão ganhar, pelo terreno, só por ele, pois então, um punhadão de massa, mais dum milhão...e é assim, casas, ruas, bairros inteiros, grandes talhadas, a cair, aos bocados, velhas e gastas, todas rachadas, sem telhados, emparedadas, à espera, sofregamente, com emoção, pelo milhão, mais um milhão e muitos mais, pela modernidade que progride e avança sobre a lembrança, sobre a memória, sobre a história:


- O progresso é retrocesso/nas sociedades actuais/ nos países de sucesso/nas cidades e capitais/onde viram, do avesso/casas, bairros e canais/por força da modernidade/que não quer coisas banais/se futura, com vaidade/nas suas congéneres, iguais/a quem, por rivalidade/pretendem ultrapassar/derrubando o obsoleto/para construir, criar/casas chiques, nalgum gueto/onde, a rir e a brincar/se cultiva o sossego/o espampanante, no gastar/o consumo, como ego/duma classe de espantar/própria do tempo moderno/que manda tudo p´ró inferno/desde que possa gozar/uma vida de espavento/sem tino, sem tento/de barrigadas de fartar/cómodas instalações/que lhes possam proporcionar/respostas e soluções/para o que venham a encontrar/neste Universo de ilusões/de progressos com retrocessos/das gentes com sucessos/que não poupam o passado/que, para eles, está estragado/velho, ultrapassado/que convém deitar abaixo/na estrumeira, como lixo/substituir pelo moderno/criando um confuso inferno/bem terrestre, bem actual/porque é bom, não tem mal/não é diferente, é bem igual/às cidades d´outros locais/grandes centros, capitais/com aglomerados comerciais/com guetos, nada banais/sem porcarias superficiais/que escondem lodaçais/de baixos, sórdidos valores/da fauna bem, dos doutores!...

...e doutros que não, outros senhores, os endinheirados, os de sucesso, sem retrocesso, os de futuro, os espampanantes, agora como dantes, as excelências com apetências, os de espavento, os de ilusões, neste Universo, os que, de simples e vulgares, nada possuem, pelo dinheiro e posição, extrema máxima e condição, que da insignificância, sem relutância, se desvincularam, cidadãos do Mundo, com várias casas, com vários cantos, muitas paragens, sonhos em barda... perversas ilusões, de tão diversas!!!... Sherpas!!!...

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