domingo, 2 de agosto de 2009

... fausto!!!...


... não é ópera, tão pouco teatro,
quando menciono fausto, obra que maravilha,
pelo contraste na reviravolta,
logo após um pacto,
entre terrenal tão vulgar e representante do Diabo,
com alma de permeio,
recreação de quem escreveu, usando uma lenda, devaneio,

vida de luxo, d´espavento,
solução, saída em tempos d´aflição,
num percalço que se teve, momento,
venda do que se pensa ter, tendo ou não tendo,
cálculo de quem muito pensa,
olha, mira, remira,
ambicionando tudo aquilo que não tem,
revoltado por não ser alguém,

única valia num corpo que sofre inclemência,
rigores da fome, penúria, estação mais fria,
imaginação fértil, demência,
alegoria,
quase direi, extensa fantasia,

se fosse essa a porta de saída, entrada,
quantas almas não se vendiam,
sem música alguma, sem representação,
no rocambole do milhão,
na miséria do sem tostão,
prensa enorme q´oprime,
faustosas vidas que se passeiam,
excessos sem contenção
perante os que nada valiam,

assim se viam,
assim s´avaliam,
nos reversos desta medalha que se contempla,
humanidade que se não redime,
permite realidade de quem ostenta,
rarefacção de quem não vende aquilo que não tem,
continuando sendo ninguém,

como entretém, no âmago, alguma pedagogia,
apreciação de quem assiste, disfarçando incómodos rebuços,
plateia ampla, bem composta,
dos que se sentam, aplaudem, se postam,
porque pensam, comparam, não gostam,
alma tão preciosa entregue a Mefistófeles
por dinheiros, regalias,
quando se pode roubar, dentro da lei q´ordena,
que tira, deita fora, condena
gentios tão desvalidos, ignaros de pensamento,
sórdidos, por nascimento,

baixos, cruentos, reles,
mantendo estatuto d´espezinhados
pelos que s´alçaram tão alto
não fazendo... nenhum contrato!!!... Sherpas!!!...

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