sábado, 4 de julho de 2009

... tal como na Grécia antiga!!!...


… falta-me o verbo,
foi-se o sentimento,
inspiração sem musa, poema fortuito,
desesperado, sinto-me perdido,
não oiço tanger cordas de lira,
vibração sem fúria, oculta no vento,
varinha de marfim nos confins,
terras ausentes, paragens incertas,
grandes as perdas,
defraudado, triste lamento,
sofrimento gratuito,
negado, sofrido, dores afins,
injúria, revolta… um pensamento!!!...

… tempos já idos, falar com os Deuses,
Deuses também,
bastante aquém,
prodigalidade assumida,
de convencida,
bestas informes,
tão desconformes,
feras… às vezes,
lírica antiga
não é quadriga,

não é luta no coliseu de Roma,
Nero dedilhando lira,
embevecido pelo clamor,
quando se julga, quando se mira,
degustando sua loucura,
na procura,
no sofrimento, na dor,
devorando cidade inteira, labaredas que irrompem,

não interrompem,
não suspendem
impropérios,
tempos de impérios,
insensatez, na embriaguez,

acentuam sua devassa,
desgraça,
orgia que avassala, que espalha,

sons esparsos, tangendo cordas,
declamando em ambiência adequada,
mente retorcida, gente perdida,
olhos vazios, esbugalhados,
fora da vida, esquecida,

doces trinados, varinha de marfim,
poesia dum louco, tão entoada,
principio… do fim!!!... Sherpas!!!...

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