... reposição de COISAS minhas, actuais e antigas, algumas fotografias!!!... Sherpas!!!...
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009
... calcorreando!!!...
… fui, calcorreei caminhos, calçadas,
contornei muralhas, fossos, pontes levadiças,
passei por casas velhas, fortes, apalaçadas,
por outras, mais humildes, bem velhinhas,
com séculos de existência, mantidas,
algumas brasonadas, com escudos, com armas,
memórias dos nossos inícios, princípios,
de quando nos firmávamos como Nação,
numa Monarquia absoluta, dissoluta,
com classes, ignorância, com guerras,
num clero obscuro, nobreza altiva,
povo ignorado, desprezado sem razão,
massa anónima, rebanho de ímpios,
sob o jugo de seus donos, senhores das terras,
mandantes e orientadores da religião,
em convento que se cativa, que abriga,
refúgio de padres, freiras, frades,
sem objectivos, era de incertezas,
que tempos… que contrastes,
que construções, que fortalezas!!!...
… orgulho me dão, algum,
passados que são, séculos e séculos,
ruminando pensamentos,
calcorreando caminhos,
pedras antigas, gastas, rasas,
casas com brasão, apalaçadas,
claustros, colunas… um átrio,
balaustradas, cornucópias, capitéis,
gárgulas medonhas,
com as… que nem sonhas,
no interior, no aspecto, nos eventos,
quantos acontecimentos,
quanta arte grosseira, gótica, românica,
na arquitectura que me troca, engana,
modesto visitante, visionário,
que se encanta, que passeia, olha,
quando gosta, desgosta… pensa,
quando intenta, quando se recreia,
quando se isenta, se afasta, contesta,
já não protesta,
tempos idos, mais que findos,
penumbras, sombras espessas,
tão afastadas, tão densas,
calcorreando sítios, caminhos,
por entre muralhas, castelos, fossas,
memórias nossas,
pedras seculares, tumulares,
esforços de toda uma plebe,
a que se esquece!!!...
… a que permanece sujeita, contrafeita,
sem haveres, sem lares,
mão de obra barata, ao tempo,
tapete almofadado do situado,
tanto agora, como dantes,
povo do meu encanto,
quando… o canto,
quando o enalteço,
quando lhe agradeço,
suores, sofrimentos,
seculares, em tempos de Monarquia,
quanta sanha, quanta raiva,
incontidas,
tão caladas, sonegadas… escondidas!!!...
… quando calcorreio pedras, caminhos,
contorno muralhas, admiro colunas, capitéis,
passo por pontes levadiças, admiro muralhas,
levanto meus olhos ávidos, escarninhos,
denotando respeito pelos cinzéis,
pelos artífices de várias artes,
vindo de todas as partes,
esforço conjunto, como trabalhas,
povo anónimo, águas passadas,
amálgama sofrida, mal paga,
que tudo fizestes, construístes,
sempre pobres, sempre tristes,
se memória se consente,
contigo… sempre presente!!!... Sherpas!!!...
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