… água da cascata que vergasta pedras milenares,
caindo de altos cumes em cachão,
abundante corrente dum degelo, sua fonte,
nascimento do que foi nuvem, agora chão,
líquido que se esparge,
rega que se deseja,
vida que se dissemina, absorve, criação,
outros tempos, outros ares,
puros retornos, ciclos sem mácula, repetitivos,
simplificação,
empurrão na pequena semente que desabrocha,
apelação do que frutifica
que dá o pão,
estendendo-se para lá do horizonte,
campinas vastas,
celeiros cheios, cânticos, odes,
trabalho dos pobres,
na pontinha do vento que sopra,
sussurro que me desperta,
recorda, me alerta,
imagens que tenho retidas,
dimensão tão distante,
afectos que marcaram percursos doutras vidas,
risos, coros, saltos, danças,
harmonia de quem colhe o que lhe dão,
integração,
natureza pletórica, pouco explorada, desconhecida,
recuada no sonho, recordação,
alguma ilusão, descoberta por descobrir,
um há-de vir, um ter que ser,
alguma confusão,
resposta curta, um encobrir,
época remota, décadas atrás,
um tanto faz,
sapiência incipiente,
pouca ciência naquela gente,
modéstia tão simples, mulheres com vestes,
papoilas silvestres,
searas tão fartas, agora gastas,
géneros distintos, agarração,
seguindo instintos, buscando o gosto
ao sol posto,
recostadas na palha, na eira aloucada,
sombras do nada,
suspiros do gozo,
sol de Agosto,
dias de canseiras, sabores do esforço,
amor ao pescoço,
abraço tão forte, entrega total,
tão longe, distante… natural!!!... Sherpas!!!...
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