segunda-feira, 24 de novembro de 2008

... abraço desconhecido!!!...



... poema, entrega sincera,
nele, tudo se encerra,
dele, tudo se espera,
conversa íntima que temos
quando contamos, quando sofremos,
quando cantamos aventuras, desvarios,
quando tentamos descrever amores,
desafios,
quando entregamos o Mundo
tal como o vemos,

quando o aperfeiçoamos
mascarando o horror,
formoseando lugares de pavor,
terras inóspitas,
desérticas,
figuras carregadas de sofrimento,
esqueléticas,
agruras para tanto desprezado,
que se albergam num verso,
esgar amargo
que disfarçamos com um sorriso,
palavra amiga que enleia,
feliz de quem saboreia,

distingo num poema
que se entoa na solidão dum quarto vazio,
companhia, vontade suprema
que nos enche, nos afaga, nos abraça,
que fica, não passa,

sinto aquecimento dum corpo, suspiro da alma, alivio,
reconfortante,
aconchegante situação,
doce emoção
para os esquecidos,
sensação dum poeta
que não escreve,
que sente o que lhe dão
na altura certa,
ocasião,

formatos diferentes,
conteúdos idênticos,
aproximação de muitos entes
que se encontram num gesto,
num pensamento,
únicos,
tão cêntricos,
alvos de tudo, não excêntricos,
poema dum homem sozinho,
intento,
profundo alento!!!... Sherpas!!!...

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