sábado, 16 de agosto de 2008

... não o frequento muito... (antiga)

... não o frequento muito, ao El Corte Inglês de Lisboa... em tempos tão contestado pela má vizinhança que iria fazer quanto a clientes que fugiriam para lá, vindos doutros locais comerciais, pela construção mastodôndica, desenquadrada do entorno, ali por trás do Parque Eduardo VII, bem central... a um passinho de tudo!!!... Muitas vozes se levantaram em protesto, o projecto avançou, concretizou-se... por lá se encontra, vai para uns anitos!!!... Acrescento mais... caiu no goto dos alfacinhas, pelos vistos!!!... Por mim, só contesto o "EL"... termo espanhol e desadequado, não tem nada que ver com o território nacional, estamos em Portugal mas, por uma questão de marca institucionalizada, forte e bem conhecida, manteve-se!!!... Enfim!!!...

... nada do que preconizavam, com anterioridade, se realizou, a clientela aumentou nos comércios vizinhos, o “El” continua de pé embora esteja desfasado do local onde se ergueu!!!... Com o continuar do tempo habituamo-nos, sempre assim foi!!!... Não sou favorável ao consumismo desenfreado, aos Centros Comerciais que proliferam, à ida aos Shoppings… como maneira costumeira de passar tempo mas, convenhamos que salas de cinema, em condições, só nos ditos, as outras foram à viola, estabelecimentos de roupa, com qualidade, também e, quanto a restaurantes, encontram-se bastantes, com preços acessíveis, para não falar dos fast-food em super-abundância, pecadilhos dos miúdos e dos graúdos que engordam cada vez mais, parece estarem insuflados por acumulação de calorias, alimentação errada, gulodice que se generalizou… depreciando a dieta mediterrânica, a nossa, a mais indicada e proveitosa, copiando americanos e quejandos… não sendo!!!...

… na hora do almoço, lá ao cantinho… logo a seguir às tapas, restaurante reduzido, ocupámos uma mesa e recreámo-nos com os sabores duns secretos de porco preto, dum polvo à galega, acompanhados por um tinto Monte Velho, do Esporão, reserva bem cara, alentejano fino e bom, enquanto conversámos despreocupadamente, no meio daquela azáfama toda!!!... Como sobremesa pedimos um aglomerado de chocolate com frutos secos ao que dão o nome pomposo de “ brownie”, encimado por um gelado de caramelo, denominado por “topping”, colocado ao lado ou no cimo, indiferente!!!... COISAS finas, tão vulgares!!!... Depois do repasto, derivámos… cada um para seu lado!!!...

… estando no local de que falo, com familiares… depois de nos separarmos, cada um foi em busca dos seus interesses, claro!!!... Reparei que na parte do subsolo, ao nível do super mercado, na zona da Pizzaria, das Tapas e do Restaurante, naquele grande espaço onde muitos comem, à pressa, o que levam nas bandejas, devidamente refastelado… dei por mim a avaliar os frequentadores, muitos milhares, daquele empreendimento!!!... Passaram figuras conhecidas, públicas lhes chamam… criaturas desconhecidas de todas as cores e credos, gordos, magros, altos, baixos, cabelos engrenhados, alourados, carecas, mulheres jovens prenhas, quase a dar à luz, velhinhos que se arrastam, turistas que ali foram ter e aproveitaram para comer, vestidas ou despidas, pelo calor, das mais variadas maneiras, a maior parte delas informais e jovens!!!... Um que outro, com farda de serviço, fatinho completo e gravata, funcionários de serviço e ao serviço, contribuindo, com o seu trabalho, para o funcionamento daquela empresa de vários andares, de vários apetites, de vários apelativos, todo um formigueiro efervescente, centro cosmopolita, sem pretensões!!!... Vezes por outras, um ou uma drogada que interrompia a faina de rua, arrumadores de automóveis… para virem meter uma bucha, beber algum líquido fresco, pedir umas moedas, à sorrelfa, é evidente!!!...

… definitivamente, queiramos ou não… o “EL” caiu nos hábitos das gentes de Lisboa, vulgarizou-se, continuando sendo, quanto a construção e a local, um autêntico aborto que por ali puseram, mesmo nas traseiras do Parque Eduardo VII, pertinho de tudo, quase no Centro!!!... Sherpas!!!...

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