quarta-feira, 18 de junho de 2008

... chuva!!!... (antiga)

…penso sempre neles, nos mais desvalidos, mais ainda, quando as condições atmosféricas são adversas, mais ainda, quando não têm o manto protector, o Sol redentor, mais ainda, quando a sociedade é mais injusta, mais ainda, quando o sentimento não existe, mais ainda, quando o fardo se torna pesado, incomportável para os mais débeis, mais ainda, quando se descuram políticas sociais de capital importância, mais ainda, quando ganâncias exacerbadas se avolumam, sem freio, sem contenção, numa doidice avara altissonante, gritante, mais ainda, quando regredimos, progressivamente, criando mais desvalidos, mais indigentes, mais ainda, quando os antagonismos, dos que se acentuam dos que se forram, que se regozijam com ganhos, que acumulam, na Bolsa, transformados em Midas, que tudo transformam em ouro, tudo quanto tocam, inclusive o coração, que…já perderam!!!... Mais ainda, quando a natureza os maltrata, aos desvalidos aos que chora, quando chove, destruindo casas, arrastando bens, castigando corpos:

- A chuva cobre a cidade/como um manto transparente/cai, com intensidade/lava casas, molha gente/arrasta lixo, das ruas/rega as plantas/secas, sem folhas, nuas/anteriormente plantadas/quase sempre, abandonadas/como os desenraizados/pelos cantos, molhados/plantas murchas, quase mortas/vivem nas ruas, nas portas/esquecidos pelos acomodados/falsos mecenas, escariotes/hipócritas ajuizados/possuem tudo, aos magotes/não gostam de partilhar/férteis na arte do não olhar/não vêm ou não querem ver/os que se fartam de sofrer/neste Inverno, noutros mais/que massacra os carentes/como se fossem animais/irracionais inocentes/Cristos, párias, crucificados/escarros duma sociedade/que se habituou a pô-los de lado/que não aderem ao sistema/são, marginalizados/até quedarem inanimados/num beco, numa avenida/morte triste, não sentida/não chorada, esquecida/miseráveis, indigentes!!!.../Nas igrejas, muito crentes/com ladainhas, orações/entoadas em conjunto/junto a imagens, ilusões/tantas, que as confundo/com empolados sermões/dos curas, dos sacerdotes/vígaros, mercenários/adoradores do dinheiro/como uns falsários/atitudes que não tomam/para os que não vivem e morrem/para os que abandonam/não os sentem, nem querem/como aquela crucificação/que lhes deu uma religião/dum Mestre que foi irmão/dos desvalidos, sofredores/seus mais dilectos amores!!!...

…é uma situação que se perverte a ela própria, porque inconsistente, porque resistente, inconsciente, indiferente a uma maioria de gentes que se massacram, se iludem, se enganam, prometendo, sem fundamento…a grande Maioria dos enganados, desempregados, sem futuro, teimosamente, com frenesim, hipocritamente, por quem não sente, pelos que vivem arredados, apartados da realidade, bem longe, dando circo, espectáculo, gesticulando, barafustando, disparatando!!!...O pão vai sendo pouco, reduzido, esmolado, sofrido, amargo, sem sabor, com fel, pouco mel, pedra martelada com cinzel, consciência dura, impura, políticas frouxas, bem loucas, sem norte, antevisão duma morte que se augura, se futura, políticas erradas, erráticas, apáticas, sem lei, onde os mais são iguais, diferentes dos iguais, (???...) os que são menos, duas leis, duas medidas, num Estado torto, zarolho, meio morto!!!...


…um abraço do Sherpas!!!...

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