segunda-feira, 7 de abril de 2008

... não somos isto!!!... (antiga)

… não somos isto, definitivamente rejeito esta ideia… POVO à deriva que se enfrenta constantemente por ganâncias e Poderes dos que se pensam acima de qualquer cidadão normal, numa anormalidade perversa, enganosa, diversa e duvidosa!!!... Altura de festas populares, do Santo António de Lisboa, dos que se lhe seguem, com manjericos, brejeirices, sardinha assada e muitos copos, de tinto ou branco, de cerveja, com shots variados e apelativos, como sempre, nas casas da especialidade não respeitando idades ou sexos, leis que vigoram e não se respeitam, absurdos de todo o ano intervalados por esta curta pausa, a tradição que ruma ao castelo de S. Jorge, anima os bairros degradados e populares de Alfama, Mouraria, Bairro Alto, aviva despiques e desaforos bairristas que, um pouco por todo o Portugal que se explana à beira do Atlântico, se engalana em qualquer praça de qualquer cidade ou vila, com muita música e alegria aparente, etilizada, disfarçada… cumprindo calendário, apenas!!!...

… logo, logo a seguir ao dia das comunidades Lusas, com poesia e tudo, Camões, Bocage… evocações históricas produzidas pelo orador eleito, Dr. João Bénard da Costa a propósito, sem propósito pelo trajecto que tiveram em vida os vates mencionados, obras de vulto, grandiosas, vidas incertas, quase de lixo, relegados como é hábito no que concerne aos que se dedicam a estas coisas das letras, dos pensamentos, das líricas, das desventuras sem cuidado, dos descalabros, dos sofrimentos, miseráveis os dois… depois de separados da carcaça envolvente, lidos com mais vagar e atenção, elevados aos píncaros, libertados da sua mísera condição de humanos sem sorte, filhos da desdita que renasceram, mais tarde, em todo o seu esplendor, se lembraram nestas alturas e nos locais adequados a fim de darem brado, de disfarçarem a incultura que alastra, que se instala, que perpassa na sociedade a que pertencemos, que tem sucesso nas acumulações de quem acumula mais e mais… matéria infecta, abjecta, empréstimos de curtíssimo prazo porque se esvai e não deixa rasto, sequer!!!...

… não vou avaliar o discurso do excelso mais excelso, houve quem o fizesse, pelo lugar que ocupa merece-me algum decoro… sem aforo, indiferente, comparo a casualidade das comunidades espalhadas pelo globo, umas em festa, digna gesta de quem venceu a duras penas… outras, não tanto, escravizadas, reduzidas ao mais amargo destino dum ser que se considera digno, pertencentes a um País com tantos séculos, com tantas façanhas de arromba, com uma história de espantar, com altos, baixos e baixíssimos porque persiste em maltratar seus filhos desde que existe, que tanto desencanta quando se encanta e maravilha com Lusos distintos já absorvidos noutras latitudes, sendo latinos, ladinos, desenrascados enriquecidos, portugueses com gosto, profundo desgosto que não sente, seguindo em frente face aos contrários vilmente ludibriados, não protegidos por quem de direito, grande defeito!!!... Há quem pretenda incluir, apele aos direitos humanos, irmandade que se pretende no clube a que aderimos dos vinte e cinco desta Europa que não entendo, por mais que tente… ricos e pobres, miseráveis até, na plenitude que se não atinge, quanto se finge, se tenta ocultar, se tapa, se esquece, se passa adiante, não ligando, sequer!!!...

… peripécias com que deparo, muito antes, muito depois… políticas e políticos desconcertantes, extravagantes, grupos que formam, democracia que não cativa quando inventa, invectiva, tenta denegrir adversário mais forte à base de ofensas pessoais dos que deveriam governar mediante oposição credível, construtiva no seu papel maior o de contribuir para o bem colectivo numa sociedade que se pretende mais equilibrada, justa e nobre!!!... Daí o meu incómodo, o meu despropósito quando dou uma mãozinha, quando tento aceitar algum defeito menor dos que escolhemos, quando critico falhas e erros, mentiras às vezes, conluios e manipulações de cabeças, péssimas sentenças, atitudes arrogantes de qualquer dos bandos… por maiorias conquistadas e mal utilizadas, por pequenas vitórias quando fazem recuar o que quer que seja, luta contínua, disparate que se não aceita, um ir e vir consoante interesses que mudam com o vento, espavento de quem paga na Pátria amarga, um punhadinho dos que se alcandoraram a posições de respeito e reverência, barrigas cheias, cofres repletos… matilha de prestativos, espinhas bem curvas, aplausos na hora, lambarices do costume!!!... Infelizmente somos isto desde que nos conhecemos… subservientes como sempre, a nível ministro, o primeiro e os outros, os que decidem, também ao Presidente que, de trambolhão em trambolhão, tem culpas graves da péssima situação que nos manda embora para outros Países da Europa, não esqueço!!!...

… não somos um País verdadeiro, somos uma espécie de osso descarnado… alguns cães maiores que se deliciam com o que ainda resta, em riste, (… basta atentar na saga da OTA e suas consequências, com enganos, divergências ou ocultações entre os que se alternam logo após o estudo que surgiu, mais submissos, compreensivos até!!!... Quantas manigâncias no segredo dos Deuses???...) mais que preparados para tudo que surja, uma imensa mole de pelintras pendentes do que cai, tratados como tal que, quando desiludidos, agarram na mala de cartão e lá vão com muitas saudades em busca do destino!!!...

… não somos isto, repito… pela grandeza de alma que nos sustenta, pela solidariedade que nos une, pelos sonhos que mantemos, pela ligeireza com que nos embarretam os desenrascados quando nos pregam algumas pantominas, nos enviam para o santuário ou para os campos de futebol, nos dão palmadinhas afectuosas nas costas, nos dão uns tintos, umas sardinhas, umas linguiças, uns couratos assados na brasa… um bom bocado, um momento, um esquecimento, uma tradição que surge, um calendário!!!... Bacocos???... Até certo ponto, creio!!!... Sherpas!!!...

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