quarta-feira, 5 de março de 2008

... há tempos... (antiga)

Escrevi, este texto reflectivo, há uns tempos largos atrás e, tal como dantes, os políticos e as políticas continuam na mesma ou...pior ainda, razão pela qual não me contenho em o tornar público...Não mudámos nada, piorámos...É altura de repensar o País entre as pessoas que não estão atoladas em situações menos claras e ardilosas como as que, em tempos, referia e, na actualidade, todos sabem...A grande vitima é Portugal e os que pagam são sempre os mesmos, os tais que formam a sociedade em que vivemos e compõem a massa global duma NAÇÃO, o POVO...

“Imunidades - Farto-me de rir quando assisto a certos debates políticos na TV em que as “sumidades” apregoam, a torto e a direito, a democracia e os direitos democráticos a que, qualquer cidadão que a ela pertença, têm direito. Como cidadãos são considerados todos os residentes, nados e criados, num determinado país democrático ou não. Ter direitos pressupõe que se tenham os mesmos deveres e paguem os mesmos impostos que os governantes determinam não os excluindo a eles, aos governantes ou quaisquer outros, destas obrigações como cidadãos que são, embora sejam de primeira porque trabalham com a “coisa pública” e têm melhores vencimentos e maiores regalias. Concluindo este pensamento lógico verifico que, no básico, a cidadania de todos os habitantes deste jardim à beira-mar plantado é igual e não tem diferenças dignas de registo. Assim compreendo a democracia, assim a aceito e tudo o que não esteja dentro destes princípios me cheira a esturro, a compadrio, a corrupção ou ao que lhe queiram chamar. Ultimamente com as estórias dos hemofílicos, dos futebóis e, anteriormente, com os casos do Melancia, dos Batman e do totonegócio, para não falar doutros tão escandalosos como estes, fiquei com as minhas ideias democráticas abaladas e de tal modo confusas que, por vezes, penso estar numa segunda versão, mais moderna e requintada, da República das Bananas. Certo que há muito tempo penso que não há ídolos e todos os que tal se consideram não passam, ao fim e ao cabo, de simples “bacocos” com pés de barro. Os que, no momento, usam e abusam de um poder que não lhes pertence, pois são mandatários representantes de todo um povo que neles acreditou, mais cedo do que imaginam verificarão quanto efémero e passageiro se torna tudo o que nos envaidece e nos incha tal como pavões em maré de corte sexual à fêmea que o aguarda, com reservas fictícias mas, rituais. Alguns há que se vão apercebendo que, com a idade, todas as bajulices, por via dos cargos que ocupavam, e aos que se tinham habituado se vão, gradativamente, diminuindo e então agarram-se, frenéticamente, à publicação dos mais variados livros, biográficos ou não, escritos por eu sei lá quem !… É o crepúsculo dos deuses que tem o seu zénite na altura em que, como todos os mortais, se tornam velhos senis, babosos e sem préstimo, salvo o de alimentarem a terra que os comerá, como a todos!… Salva-os, pensam eles, a célebre frase do nosso maior, em poesia, que se arrimou a ela como tábua de salvação e não lhe evitou a morte miserável, triste e abandonada que teve:
- “Aqueles que, por obras valorosas, se vão, da lei da morte, libertando”!… Libertam-se da lei da morte mas não se livram de toda uma série de disparates que, enquanto governantes, fizeram e os marcaram perante os outros e a sua própria consciência se porventura a têm ou tiveram, ( é apanágio da classe política o facto de serem aldrabões inconscientes inatos além doutros adjectivos que, pelo que fazem, merecem). Mas o facto de, em vida, usufruirem de tantas regalias, verdadeiras mordomias que, quando meninos e moços revolucionários, criticavam e assanhadamente combatiam aos da ditadura passada, dá-lhes uma capa que tapa tudo o que lhes possa chegar ao consciente e vão vivendo completamente embriagados de embevecimento vil e torpe pelas figuras ridículas que, perante os seus olhos e os da classe, são verdadeiras obras de patriotismo e, perante os olhos dos que os concretizam (como políticos) e pouco credibilizam, são verdadeiras aberrações pois se esqueceram de todos os princípios que tanto apregoaram, enquanto novos e idealistas. A memória é curta e a dos políticos, pelos vistos, é curtíssima embora eles nos façam crer que, por uma questão de estratégia e objectivos do partido a atingir, são obrigados a dar o dito por não dito e a cometer toda uma série de tropelias que muitas vezes lesam interesses de outros. Onde já vão os chavões que nos meteram pelos ouvidos dentro tais como o que dizia que “a nossa liberdade acaba onde começa a liberdade dos outros” e outros muito parecidos que nos fizeram sonhar com uma democracia esteticamente perfeita. Agora nos vamos apercebendo que eles, os políticos, andaram durante muitos anos a fazer a cama para nela se deitarem e agora, como mais velhos, estão a tornar mais macio o colchão porque, de estarem tantos anos deitados, já lhes vai magoando as costas (o dito). As últimas leis, aprovadas na Assembleia, debruçaram-se mais sobre questões que lhes eram incómodas, a eles, aos políticos, do que propriamente ao bem estar dos simples cidadãos, dos governados. Preocupam-se essencialmente com a própria segurança, com a sua imunidade, com a estabilização da posição cimeira em que se encontram, com o equilíbrio dos grupos partidários que mantêm a representação teatral-política em cena, vai para vinte e dois anos. Tudo o que vá de encontro ao que eles estabeleceram, ao sistema que criaram e deturparam consoante os seus próprios interesses, os faz movimentar independentemente da cor política a que pertençam. É o que temos verificado no que se relaciona com o futebol onde eles, os políticos, vêm um sério adversário razão pelo qual lhes permitem todos os desmandos e afirmações. No caso dos hemofílicos, onde se poderia constatar que os cidadãos dum país democrático são todos iguais, chegou-se à desfaçatez de se juntarem as direitas com os centros e com os moderados para, todos juntos, combaterem o poder judicial, o equilíbrio da verdade e da liberdade porque se começaram a ver, num futuro muito próximo, as próximas vítimas daquilo que eles, os políticos, criaram. Incongruências revestidas de uma desfaçatez vergonhosa que me levam a considerar a classe governativa bem como as oposições, os políticos em geral, uma cambada de parasitas enfatuados, aldrabões experientes, troca-tintas descarados, inconscientes mórbidos apátridas porque a Pátria tem regredido no mais nobre:
- Na honra, na palavra e no exemplo!… É natural que se tenha chegado a este estado pois é voz corrente que, quem na sociedade não sabe fazer mais nada, vai para político. Todos conhecemos figuras carismáticas nas autarquias e juntas de freguesia que, noutros tempos não eram nada nem se lhes conhecia ofício nem benefício, melhoraram de visual e de “statuos”. A nível do parlamento e de determinados orgãos do poder executivo também nos apercebemos da existência de certos figurões cujo papel é nulo, exceptuando o momento sagrado de meter as “massas” ao bolso, no fim do mês, e de arranjarem todos os estratagemas e mais alguns que lhes proporcionem uns ganhos extras. Chegámos a uma situação altamente compadríaca e corrupta a todos os níveis e em todas as classes pelo exemplo que eles, os políticos, nos não dão, constantemente. A democracia é bela para quem com ela e nela vive mas, por vezes, cheirar só uns vapores da dita não ata nem desata pois:
- O que sempre ganhou o pão com o suor do rosto continua a fazê-lo e o que sempre se pautou por princípios de honradez e honestidade continua a não ser político. Já é tempo da classe política se ver ao espelho e tentar aproveitar o pouco de bom que ainda tem dando exemplos construtivos aos que neles se revejam, futuramente!…”

Escrevi este texto há uns anos atrás, como já referi, e agora com os escândalos da Moderna, da Casa Pia, do Benfica, do Fisco, da fraude, da corrupção, do nepotismo, da promiscuidade, do desemprego, da falta de ética e de moral dos políticos, da ditaturazinha que nos caiu em cima, etc,etc...não resisto em torná-lo público através da v/revista...Pensem senhores, pensem...Sherpas!!!...

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