sábado, 16 de fevereiro de 2008

... parece ter sido ontem!!!...




… parece ter sido ontem, a jantarada,
éramos bastantes, mais jovens em idade, em número,
num dia comemorativo, despedida, pretexto… por nada,
não sei bem qual a razão, indiferente, o género,
solteiros, casados, homens, mulheres,
num local determinado, restaurante com quintalão,
numa noite quente, de Verão,
união na vontade, nos quereres,
na hora aprazada, lá estávamos,
comemos, bebemos, rimos… por tudo, por nada,
o tempo foi passando, falámos, recordámos,
o jantar foi quase banquete, sem fim, sem término,
arrastou-se até às tantas, entrou pela madrugada,
cá fora, naquele espaço, no quintalão, estava fresquinho!!!...


… alguém se lembrou duns amigos, foliões e fadistas,
vai daí, num repente, numa decisão súbita,
agarrou no carro, foi buscá-los… aos artistas,
sem apresentação prévia, surgiram à vista,
ar de gingões, com guitarras, sorridentes,
habituados que estavam àqueles eventos,
dedilharam uns acordes, afinaram as vozes, contentes,
deram um ar de mistério, com os seus acordes, momentos,
ficámos parados, com os copos nas mãos, pensativos, atentos,
tudo mudou, interiorizámos, calados,
fomos ouvindo fados lânguidos, arrastados,
letras já conhecidas, entoadas por todos, baixinho,
unidos no sentimento, no fado, na canção,
éramos tantos, bebericando cerveja, provando o vinho,
esquecido o jantar, já banquete… de prolongado!!!...


… horas mortas, não perdidas, no quintalão,
magia no ar, comunhão plena por todo o lado,
olhares embevecidos, já esquecidos… conduzidos,
pelos acordes, pelos fados, pelos artistas,
grandes, completos fadistas,
com reportório vasto, bem produzidos,
alentejanos dos sete costados,
duma aldeia próxima, ali ao lado,
nestas andanças, mais que habituados,
veio o passarinho, às tantas da madrugada,
outras modas mais brejeiras, cantares nossos, lamentos,
todos juntos, em uníssono, de improviso… uma desgarrada!!!...


… o tempo ia passando, noite mais aprazível, mais frescos,
brisas saborosas, agradáveis, no meio de tanta gargalhada,
com fados, com cantares alentejanos, depois da jantarada,
do banquete, pela idade, pelo número, pelas comidas e bebidas,
horas sentidas, bem vividas… não perdidas, nunca esquecidas!!!... Sherpas!!!...

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