... reposição de COISAS minhas, actuais e antigas, algumas fotografias!!!... Sherpas!!!...
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008
... depois de ausência prolongada!!!...
… depois de ausência prolongada,
volto à minha região, ao Alentejo,
vou passando pela via rápida,
alongando os olhos pelas planuras,
nelas me encontro, vejo,
de mim, por circunstâncias, afastada,
com verdes mais sujos, secos,
muitos amarelos que se sobrepõem,
às cores das flores, que esmorecem,
pelo calor que se vai sentindo,
pela chuva que se ausentou,
vou pensando, sorrindo,
observando o que lobrigo,
trabalhos lentos que se fazem,
cortando ervas nas bermas,
crescidas, grande perigo,
no Verão que vem aí, não chegou!!!...
… tractores na faina dos fenos,
avisados, depenando campos,
arrecadando, com avidez,
prevendo chuvas intensas, trovoadas,
alturas do Maio, feira da cidade,
não seria a primeira vez,
dada que é a grandes chuvadas,
imprevisto, calamidade,
gado sem alimento, lavradores pequenos,
tudo estragado, quedando nos terrenos,
sem préstimo, depois de molhados!!!...
… quanto mais me aproximo, mais recordo,
atento, olho e comparo,
tonalidades diferentes daquela verdura,
na copa das árvores, mais feia, escura,
nos montados de sobreiros e azinhos,
um pouco mais clara, a dos pinhos,
quase faiscante, prateada,
nas folhas das oliveiras,
pega atrevida, debicando carne morta,
ali no centro da via, na estrada,
mais além, um corvo negro, grande,
que se afasta, esvoaçante,
um sossego, uma solidão,
pouco movimento, enquanto não chego,
bando de passarada inquieta, de rompão,
quanto aprecio, naquilo que vejo!!!...
… um tufo colorido que resiste,
uns amarelos, uns lilases, alguns vermelhos,
pintura débil que persiste,
que se apaga, que dá lugar
aos secos amarelados, por todos os lados,
na planície que se transforma devagar,
cumprindo calendário, tempos secos,
calores intensos,
Verão, sem contemplação,
altura de colher os fenos,
uma vinha de verdes esplendorosos,
outra que se avista, zona do líquido precioso,
branco, tinto e seco,
apaladado, saboroso,
com muita parra, sem fruto,
lá para Setembro, o vinho novo,
ainda é cedo
passo junto à barragem, bem cheia,
a Primavera foi farta,
que se meneia,
pela aragem que sopra, lhe toca,
logo se afasta,
me fica pelas costas,
pensando e vendo,
em direcção ao meu destino,
vou seguindo o meu caminho,
prevendo… temendo!!!...
… sou para o pessimista,
cauteloso, quase temeroso,
experiência de vida, algo me diz,
enquanto o meu olhar avista,
terreno alongado e formoso,
não foi acautelada, prevista,
época de incêndios, de fogo,
fraca intervenção, lenta e seca,
altura errada, neste País,
campanha que, por tardia, ainda peca,
quando se fala sério, com cariz,
em qualquer órgão de comunicação,
mesmo em cima, quase no Verão!!!...
… assim me engane, já chegado
junto à capela, altura do evento de Maio,
prenúncio de chuvadas, mau negócio,
uma reza que a minha mulher faz,
uma vela, um conforto, um obrigado,
é com ela, pessoa de muita fé,
igreja dominante, ali… na Piedade,
barracas que se alinham, altura de ócio,
distracção que a muitos apraz,
umas bugigangas, carrinhos de choque,
bifanas e cervejas, aglomerado, mercado,
algazarra, poeiras… nas feiras,
incomodidade, pura verdade,
um regresso, um pensar, leve toque
na memória, sentimento,
passado lembrado, momento,
de volta ao lar, ainda vejo,
neste encanto que me toca, no Alentejo,
junto a uma rotunda, já na cidade,
colónia activa de abelharucos,
pássaros lindos, multicolores, realidade,
voares lentos, graciosos, outros Mundos,
tão conformes, tão no lugar, que maravilha,
só não vê, quem não perfilha,
este sol que se partilha,
que vai aquecendo, cada vez mais,
por estas bandas… por estes locais!!!... Sherpas!!!...
terra desejada, bendita,
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