… dia mundial da poesia,
parece impossível, sem poética,
numa universalidade famélica,
que ainda se detenham com estas coisas,
com versos, com quadras, com sentires,
com sonhos, com provires,
com doçuras, com amores,
com azuis fortes, esbatidos,
com vermelhos berrantes e floridos,
com esperança de vidas cantadas,
mais equilibradas, com aves que nos cativam,
quando passam, quando mostram suas cores,
com danças, com músicas,
com trajes a rigor, bem garridos,
sorrisos de todos os tamanhos,
sentimentos, sem enganos!!!...
… com auroras de espantar,
com mares imensos, prometedores,
com nuvens esparsas, farrapos,
brancos, soltos, dispersos,
no meio de muitas rimas,
pessoas que sonham, que arrumam palavras,
que as colocam nos devidos lugares,
famílias felizes, nos lares,
flores que pintam a natureza,
na sua grandiosidade, na sua pureza,
paz que se acalenta, que aumenta,
abraços de coração,
lágrimas no canto dos olhos, emoção,
tudo quanto se intenta,
poeticamente, empilhando,
por aqui, por ali, em todo o lado,
num Mundo que, bem lá no fundo,
com tanta dor, com sofrimento,
não passa dum… fingimento!!!...
… dum dia que se lhe quer dar,
pobre dádiva que se não sente,
quando se oferece, se dedica,
quando se predica,
num conflito permanente,
entregue a poucas gentes,
práticas, bélicas,
com defeitos,
sem cor, sem sonho,
provocando criaturas famélicas,
corpos nus, mortos,
destroçados, tortos,
num dia de Primavera envergonhada,
que se não mostra… que se esconde!!!...
… pobre poesia mascarada,
coitada da árvore que se festeja,
que se queima, se abate,
que se planta nesse dia,
como preito, com alegria,
dando exemplo desconcertante,
num gesto hipócrita, pueril,
como quem disfarça… numa graça,
que passa, que esquece,
num dia que arrefece,
perante a dor, a desgraça,
perante o ódio, o horror,
fazendo face ao pavor,
numa poesia que não é,
deixa de ser… até!!!... Sherpas!!!...
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