segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

... como sombras!!!...

… como sombras esbatidas na parede,
foram vidas, copos vazios sem sede,
vendo passar o tempo que se ergue,
inclemente,
como obstáculo que se visualiza,
suaviza,
caminhares que pararam de repente,
um não fazer, sem querer,
indolente vontade que se agita,
que não grita,
se sujeita como sombra que se desenha,
levemente,
naquela rua pejada de gente,
naquele recanto do desencanto,
arrastando a sua sorte
quase às portas da morte,
grupo que se completa emudecido,
olhando,
vendo passar, com tempo, sem grito!!!...

… leve gemido,
palavra suspensa se solta,
conversa que esmorece,
que murcha, fenece,
que esquece,
recorda dores, agruras,
venturas,
saudades que já foram,
sem rede,
protecção que se pretende,
copos vazios, sem sede,
vidas com sombras esbatidas,
pensares que te perseguem
se erguem como obstáculos,
paredes erguidas,
sombras que seguem,
na tua frente,
figuras ágeis do passado,
tentáculos
a que te agarras… quando paras!!!...

… quando te encostas, sem respostas,
conversas tidas, interrompidas,
tuas mãos postas,
orações reprimidas,
esgares, dores,
na face, nas costas,
no rosto dos outros,
sentidas,
com tempo, sem grito,
gemido contido,
imagens tolhidas,
conversas sem som, palavras escassas,
quando olhas… quando passas!!!...

… suspensas,
esbatidas… nem pensas,
são restos, são sombras,
são grupos, aos molhos,
com quem te encontras,
por onde passas… os olhos!!!... Sherpas!!!...

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