terça-feira, 27 de novembro de 2007

... deixar rolar... o tempo!!!...




… deixar rolar o tempo, de mansinho,
como quem não quer, indiferente,
enrolado no seu canto, pouca gente,
abstraído, descontraído, pequenino,
filósofo da vida, sem filosofia,
um encanto, uma harmonia,
uma desistência, uma apatia,
mais que falência, um baixar os braços,
derrotado, logo à partida,
num buraco sem saída,
calabouço enorme, atoleiro,
pântano que nos engole,
que nos deglute, que nos sorve,
borracha que o apaga,
pandemia virulenta, praga,
que o intriga, não mastiga,
quando o desliga,o despreza,
que o esmaga, quando lhe chega,
o convence, ludibria,
com sorrisos de hipocrisia,
o apanha no lodaçal,
numa atitude vazia,
naquele momento, no local,
entregue à indiferença,
numa descrença,
deixando rolar o tempo,
devagar, devagarinho,
enrolado… no seu cantinho!!!...

… passam factos, passam ventos,
passam casos, assobia o temporal,
neste imenso lodaçal,
deixando o tempo passar,
numa sensaboria amorfa,
quão diminuto, disfarçado,
não há mal que o torça,
não se sente incomodado,
muda o jeito facial,
engole em seco, empanturra,
quando se sente, empurra,
mansamente, muda de lugar,
aquieta-se, esconde-se,
passa despercebido,
evola-se, esvanece-se,
cada vez… mais encolhido,
pouca coisa, pequenino!!!...

… passam carros e carretas,
agitam-se os excelsos,
por motivos bem diversos,
no meio de tantas provetas,
experiências laboratoriais,
no seio dos mais iguais,
soam alguns gritos, revoltas,
incendeiam-se opiniões,
juntam-se bandos, multidões,
desfilam bandeiras, escoltas,
cerram-se algumas portas,
abafam-se as revoltas,
impõem-se regras diferentes,
calam-se bocas, surgem silêncios,
oprimem-se muitas gentes,
pagam os inocentes,
reina a confusão total,
mesmo ali, bem enrolado,
homem sem opinião,
mente oca, vazia, indiferente,
apagado, no seu cantinho,
encolhe os ombros, não liga,
tão agastado, mansinho,
tudo lhe passa… ao lado!!!... Sherpas!!!...

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