… eram extensas, verdejantes,
sempre as vi assim, colinas
com vales que se alongavam,
pujantes,
ribeiros que cantavam suas melodias,
saltitando no empedrado dos caminhos,
sobre seixos arredondados,
parando, fazendo charcos,
descendo, engrossando,
fazendo leitos mais alargados,
margens salpicadas de vegetação,
a natureza num cântico, um hino,
inebriante quadro, doce emoção,
seres que se remoçavam
mergulhando, espanejando asas alvoroçadas,
quando desciam, quando paravam
nos areais das suas margens, já rio,
águas lentas, transparentes,
crescido, bem liberto,
desperto,
quando lembro,
sorrio,
floresta bem repleta, arvoredo denso,
mundo que se completava, apartado,
luxuriante,
naquele recato, colina verdejante,
vale extenso, rio manso… quase parado!!!...
… memórias de passado recente,
antes da voragem,
imensa labareda se estendeu,
pincelada tétrica,
tudo ardeu,
tons cinza, enegrecidos,
dor de alma, vestígios,
local que se apagou, alterou,
colina escarpada, nua, com paus espetados,
ramos queimados, troncos escurecidos,
águas sujas que deslizam, aluviões,
na escuridão do dia que se pressente, trovões,
enxurrada que se arrasta,
nos encharca,
sítio bem diferente, onde dantes era mata,
local calmo, aprazível,
não visível,
fantasmagórica imagem que nos assombra,
que nos derruba os sonhos,
que nos avassala, que nos ensombra,
quando paramos… nos pomos
entristecidos!!!...
… claudico um pouco,
recordo imagens bem vivas, marcadas,
guardadas no íntimo mais profundo,
quase me sinto louco,
não quero, rejeito o que vejo,
cerros meus olhos, num repente,
critico impotentes, criminosos,
aberrantes comparsas desta trama,
depois de queimada pela chama,
paisagem da minha juventude,
colina verdejante, vale extenso,
quando penso,
desleixo, incúria… inquietude!!!... Sherpas!!!...
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