domingo, 7 de outubro de 2007

... a crise do... imbecil!!!... (antiga)


O Governo conhece já o número referente à evolução do PIB no segundo trimestre, mas deu ordens ao INE para não o divulgar. Deve ser terrível e, no mínimo, igual ao decréscimo de 1,2% verificado no primeiro. Os especialistas dizem que o valor negativo deve ser bem pior. E agora, em pleno terceiro trimestre, não há retoma à vista. Admito que no final do ano, Portugal venha a registar uma quebra do PIB superior a 1%, talvez mesmo 1,4 a 1,5%, o que ultrapassa tudo o que se podia imaginar em termos de recessão económica e coloca o País bem na cauda da Europa e em grande divergência com a média da Europa dos 15.

Efectivamente ao ler hoje no Expresso os Números da Crise referentes ao primeiro trimestre fiquei aterrorizado; -60,0% no retalho; -19,7% no consumo de cimento e -19,3% no do ferro, apesar de os grandes estádios terem estado todos em construção no primeiro trimestre; -24% nos automóveis; -40% na venda de brinquedos, etc., tudo em comparação com o período homólogo do ano anterior

As exportações registaram em Maio uma quebra de 3% e as importações -9%. A produção industrial diminuiu 2,2%.

Ao mesmo tempo, graças ao novo PEC (Pagamento Especial por Conta) a carga fiscal das pequenas empresas aumentou em 260%.

A dívida pública que no fim de 2002 estava nos 58% já ultrapassou a casa dos 70%.

E o desemprego disparou para 7,3% segundo o Eurostat, apesar de Bagão Félix dizer que é apenas 6,2%. É que ele não está a pagar os subsídios de desemprego a todos os que têm direito e não considera desempregados os que andam à procura do primeiro emprego. Qualquer dia faz como o Aznar que não considera desempregadas as mulheres casadas com maridos a trabalharem e, com isso, aldrabou as estatísticas do desemprego em Espanha.

O País viu ardida uma superfície igual à do Algarve.

Enfim, ao fim de ano e meio de Governo é Obra. Não há um só sector que tivesse melhorado e nem uma única solução. Nem sequer a devolução dos IVAs pagos pelas empresas exportadoras que não debitam IVA ao cliente estrangeiro mas pagam todos os materiais e componentes com IVA, enquanto nos outros países europeus, nomeadamente em Espanha, esses IVAs são devolvidos. Seria uma medida indispensável para incrementar as exportações. Essa devolução estava prevista no OE de 2002 do PS, tal como estava a isenção do IRC por seis a dez anos para todas as empresas que se instalassem ou fizessem novos investimentos nas zonas do interior com o objectivo de exportarem para Espanha, e não só. Estas medidas foram anuladas por este Governo que não aceita a ideia de ter um défice superior a 3%.

A Alemanha que orçamentou um défice de 3,5% e vai chegar aos 3,7% tomou medidas no sentido de reduzir os impostos das empresas e os descontos sociais sobre os salários para ver se consegue sair de uma recessão menor que a portuguesa.

E o Durão continua a sorrir com um ar cada vez mais imbecil como se estivesse no melhor dos mundos. Isto não é um Governo, é uma calamidade nacional.

Diogo Sotto Maior

Sem comentários: