sexta-feira, 5 de outubro de 2007

... crimes de... colarinho branco!!!... (antiga)

...não, não vou defender ou, sequer, compreender, os que, por necessidade, recorrem ao furto, ao roubo, ao pequeno delito de desviar uns tostões, em carteiras ou outros pertences de gentes descuidadas, propensas a serem gamadas pelos donos do alheio, os ditos cujos, os que me motivaram, me levaram a escrevinhar esta brincadeira, onde o apresento como uma pobre vítima da polícia, bem atenta(???...)...no meio de tantas molhadas, de tantas trapaças de vulto, de vigarices de alto coturno, de desvios(...grandes roubalheiras, de milhões e milhões!!!...), simples desvios, cometidos por gentes de gabarito, gentes de elevada craveira na sociedade moderna portuguesa, que se fazem por esquecer, que se dão como arquivadas, que se tomam como insignificâncias, pelas quais, no pasa nada, sou levado a considerar os ladrões, os pequenos ladrões, os manipuladores hábeis, sagazes, ratões, como vítimas, grandes vítimas do sistema...normalmente, quando apanhados em flagrante, apanham do bem bom, na cadeia, por quantias irrisórias que surripiaram a alguém, enquanto os tais, os do colarinho branco, os dos milhões e milhões, com uns anitos de prisão preventiva e...um bom advogado, na hora, na altura mais indicada, são postos em liberdade (...quase total???...), ainda a tempo de se deliciarem com o que o dinheiro consegue, numa grande farra, à altura do que roubaram, perdoem, desviaram...assim e dadas as circunstâncias, resta-me caricaturar o ladrãozeco de algibeira, o que paga as favas, quase sempre, pela medida grossa:



- Numa derradeira luta/do bem contra o mal/duma vida que se encurta/por um caso trivial/de alguém que se furta/num golpe, sem igual/de destreza, habilidade/fugindo à vulgaridade/mas que é detectado/por um elemento fardado/representante do sistema/por agora, implantado/que, como num teorema/não admite nada errado/nem sequer um poema/ quanto mais ser roubado/um vulgar cidadão/por um honesto ladrão/que, durante o seu trabalho/foi directo, sem atalho/à vítima descuidada/sem notar gente fardada/nas cercanas imediações/que opusessem problemas/ou outras complicações/a pessoas, não enfermas/como ele, em condições/de activo trabalhador/para roubar, seja o que for/aos papalvos despistados/rural, piloto ou doutor/sem posses ou bem abonados/que o possam ir mantendo/sem esforços, com magia/com arte, só dependendo/da esperta policia/que, servindo, vai defendendo/a imensa maioria/dos que sofrendo, gemendo/pelas tarefas do dia a dia/até se vão esquecendo/da algibeira que, de vazia/faz o ladrão ir sofrendo/na luta sempre desigual/nesta sociedade ingrata/do bem contra o mal/que tanto fere, como mata!...

...enfim, é vê-los, a entrarem para a cadeia sob um grande alarido, com jornais, televisões e rádios que comentam o grande feito, a da justiça, a tal, a que é cega, a que colhe tudo a eito, sem olhar a quem...pena é que, passados dois anitos, de descanso, evidentemente, regressem, triunfantes, ao convívio com os anónimos cidadãos deste Mundo, como vulgares, pacatos e honestos (???...) que foram, barbaramente, molestados, pela autoridade...os bolsos destes desviantes, não ladrões, certamente, bem recheados ficaram e não...com alguns tostões...assim vai o País, esta República que diferencia o pequeno gatuno do tratante, grande malabarista de milhões...

... Sherpas!!!...

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