sábado, 27 de outubro de 2007

... com os pontinhos nos... iiiis!!!... (antiga)





Com os pontinhos nos is, sem floreados, sem poesias, muito a sério, como deve ser. Como muita gente, deste fórum, gosta e pensa. Para falar sobre dois assuntos que, a meu ver, são pertinentes e devem ser discutidos, até à exaustão, se necessário. Temas muito falados, ultimamente, pelo que nos prejudicaram e pelo que, de horroroso, nos escandalizou, mais uma vez. O primeiro, como não podia deixar de ser, porque doméstico e capital, o dos incêndios em Portugal.


Foi, como já todos escrevemos, falámos, comentámos, uma tragédia, uma verdadeira calamidade. Tratada, aliás, tarde e a más horas, com desorientação geral por parte do Governo, com uma falta de ligeireza da tutela, de espantar, com irresponsabilidade tremenda por parte dos responsáveis que, para nosso mal, não há. Não sou contra o Governo vigente, nem a favor, foram votados e, por lá se encontram. O primeiro Ministro é quem é, como podia ser outro qualquer, desde que votado. Agora, temos de o aplaudir ou denegrir, zurzindo-o politicamente, quando os seus ministros não cumprem, como devem, as suas obrigações.
E, tantos deste Governo, acobertados pelo Dr. Barroso, defensor das excelências ministeriais, por altura dos fogos, depois de ter chamado a atenção à oposição a fim de a dita cuja não se aproveitar da situação para fazer o que ele chama de baixa política, como se a política, toda ela, não fosse baixa e sórdida, até, se limitaram a esconder a cabeça debaixo da areia e a não darem um exemplo digno e ético, ao País, demitindo-se. Seria democrático, útil ao sistema, digno e mostraria, à saciedade, o não apego ao PODER que, infelizmente, não existe.


Mudando de assunto, para outro mais actual e revoltante, para o do terrorismo e do não terrorismo. Parece-me ter ouvido, Sua Exª. o primeiro dos ministros de Portugal, numa das suas oratórias, mais uma vez, afirmar, alto e bom som que, agora, é tempo de nos posicionarmos. Segundo ele, depois desde hediondo crime sobre uma instituição nobre e digna como a ONU, só nos resta a nós, portugueses, sermos, ou contra o terrorismo, com todas as nossas forças, violentos, portanto, ou a favor do terrorismo, com todas as nossas forças, violentos. Pasmo, podem crer! Como se não houvesse o meio termo. Como se não houvesse outro caminho, o da neutralidade, o do consenso, o do bom senso, o da paz e o do esclarecimento. Quer dizer, no ponto de vista deste senhor, só há duas hipóteses, ou oito ou oitenta. Foi, nos tempos passados, não muito recuados, um extremista com todas as letras e, pelos vistos, não mudou nada. Para ele só a violência existe, a dos bons(???...) e a dos maus(???...). Estamos mal, muito mal entregues, a gentes, estas gentes de extremos, de simpatias exacerbadas que, para resolverem problemas muito graves como este, o do terrorismo, só têm um caminho, o da violência.


Eu sou uma voz simples e única, insignificante, por sinal, mas por muito que tente, não consigo entender os extremistas, os demagogos, os populistas, os irresponsáveis e incompetentes. A nossa democracia está-se debilitando, cada vez mais!

...embora não goste dos pontos, dos finais e dos parágrafos, achei por bem abrir uma excepção, curta, mas enfim, uma espécie de homenagem aos referidos e...só lhes não atribuo medalhas porque... não as tenho...um abraço do Sherpas...com respeito e simpatia...

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

... era a escuridão... imensa!!!...




… era a escuridão imensa,
indefinição completa, amálgama,
coisa esquisita, dispersa,
um novelo indefinido,
sem género, sem matéria,
sem qualquer ser vivo,
num universo, tão denso,
difícil de entender,
quando recuo, quando penso,
no princípio… deste ser,
ridicularia abastardada,
na vida, no viver,
quando éramos… menos que nada!!!...

… dizem que foi implosão,
um big bang, quiçá,
que… daquela escuridão,
fez surgir o que está,
com outras formas, feitios,
com tremendas enormidades,
titãs, ciclopes, multi-céfalos,
deuses, divindades,
criaturas, seres diversos,
mentecaptos, acéfalos,
Olimpos, trevas, sabedorias,
sensaborias,
promiscuidades, entre os soberbos,
os convencidos… os mais dotados,
os pobres, tristes mortais,
num Caos de estarrecer,
difícil de compreender,
sem lógica aparente,
disformes,
informes,
aquela espécie de… gente!!!...

… uns… imortais e formosos,
com qualidades, artes puras, sem agruras,
outros, terrenais, mais venais,
conduzidos, induzidos,
na sua enorme grandeza,
física e… pouco mais,
misturados,
ascendendo, deixando sua baixeza,
endeusando, como os tais,
numa grande confusão,
lógica ou… religião,
fantasia, ilusão!!!...

… foram os primórdios,
há tantos anos atrás,
miscelânea, opróbrios,
pensamento, tão voraz,
homem, criatura,
outra estatura, outra figura,
que… nunca se conheceu,
que temeu, quem temeu,
que se entregou, se deu,
quando faz,
o que faz,
como, há muitos anos… atrás!!!...

… com Deuses vários, raros,
para tudo quanto existia,
quando pouco… nada, sabia,
que lhes eram dados, bem caros,
com eles vivia, coexistia,
transformando, aperfeiçoando,
vivendo… invocando,
temendo, politeísta confesso,
com Deuses, Deusas, a preceito,
ao jeito,
monoteísta, com santos,
mais tarde, mais desperto,
esperto,
ena… tantos,
com credos diversos… dispersos!!!... Sherpas!!!...

... em tempos de... Carnaval!!!... (antiga)




… em tempos de Carnaval, tal como no ano passado, quando escrevi sobre máscaras, as dos políticos, pelo entorno, pelo que se vê, pelo que se ouve, pelo que se lê… torno a falar delas porque, actuais, sempre presentes, à nossa frente, destacando-se nas figuras, nos figurões, os das ilusões!!!... É que a transformação da face, da atitude, do modo de estar, de falar, de gesticular… com a aproximação das eleições, muda radicalmente, como vamos vendo, nestas gentes!!!... Há os que se contêm, os que se mantêm, mais ou menos inalterados, como se nada!!!... Por outro lado… os que vão ser julgados, os que foram eminências, excelências com garbo, com pose, com estadão (…porque não, o dinheiro não era deles!!!...) alteraram… por completo, mudaram o rumo, mudaram o verbo… parecem outros, mostrando à saciedade, escondendo muito… o pouco que fizeram, gabando-se até à exaustão, fazendo muitíssimo mais, em pouco tempo (…quatro meses de gestão, pois é!!!...), o que não pensaram, sequer, ao longo de três anitos de desgovernação!!!... Confundem-se, tentam confundir, escondem, tentam esconder… como maneira de estar, como maneira de ser… com outra cara, diferente, máscara adequada, claro está!!!... Estamos quase, quase… no Carnaval, é evidente!!!...

… os que se contêm, pelos males praticados pelos que vão ser julgados… mostram-se coesos, evitam-se, não se excedem, mantêm-se com máscaras de Estado, pose ajustada, nas circunstâncias actuais!!!... Penso que… não devem, tal como não fazem, levantar muitas ondas, deixá-los falar, espernear, gesticular, inventar, invectivar, criar situações diversas e tamanhas, por cada dia que passa!!!... Não há dia… sem caso, sistematicamente, como presente, como dádiva, como assunto para os órgãos de comunicação, uma fartura, pelos vistos, já é demais, já aborrece… por parte de quem os ouve, de quem os aprecia, (…depreciando, porque chateiam, é demais!!!...) nas suas variantes, as mais extravagantes!!!... Atitudes estudadas que… já não convencem, aborrecem!!!...

…um, transformou-se em vítima, perante os seus, perante os opositores, perante ele próprio, doença grave se apossou da individualidade, muito longe da verdade!!!... Melhor seria… assumir os erros, apresentá-los, sem peias, dizer-nos porquê!!!... Assim penso, melhor seria!!!... Mas não, atira para o ar, contra tudo, contra todos, em várias direcções, com promessas, com zangas, com ameaças, simples chalaças… entre chapadas, pedradas, ambulâncias, casas abanadas, sondagens manipuladas e… muitas, muitíssimas facadas, entre eles, em família!!!... Um desnorte completo!!!... Um espectáculo absurdo, confuso, com muitas inaugurações… de obras que não fez, não teve tempo, sequer!!!...

…outro, de histriónico e histérico… fez-se, dum momento para o outro, mais comedido, mais presumido, colocou a máscara da competência, como excelência, tanto nele, como na pandilha toda…condimentou-se, como se nada!!!... Com Governo formado, com programa quase de saída, já, já… na hora, mostrando como obra, as Ogma, os estaleiros de Viana, não fala sequer, não aflora… a questão do aborto, da guerra, das armas, dos blindados, dos submarinos, dos assessores, da injustiça que fizeram à Justiça, em tempos de Cardona, na ribeira dos Milagres, a que insiste conspurcando o ambiente, prometendo o fim da co-incineração, esquecendo as matas incendiadas, as árvores queimadas, a insegurança das vítimas, que ainda esperam… expectantes, tal como dantes, como outras coisas mais!!!... Quanto a finanças, os fundos de reforma, os dos CTT, os da CGD… impostos, tal como o Património vendido, alienado, desfeito!!!... Quanto a direitos perdidos… não esquecidos, nem os trazem à baila, águas passadas, quiçá!!!... Enfim… se me propusesse continuar, era um sem fim!!!... Foi, ainda agora… há poucochinho, há muitas vítimas do que… pura e simplesmente, desfizeram ou, pior, não fizeram!!!... Não se pode passar um pano por cima, baralhar as cartas e… começar de novo!!!... Deverão ser responsabilizados pelo que cometeram… queiram ou não!!!... O 20Fev2 005, com máscaras ou sem elas, altura de Carnavais… irá falar, mais alto!!!... E, por cima destas máscaras todas, desde as indiferentes, às contidas, passando pelas exacerbadas e modificadas, estudadas, alteradas… paira a grande máscara, a envolvente, a grandiosa, tanto para eleitos, como para eleitores, a… máscara da desconfiança, ténue e sublime esperança, linha fortuita, disfarçada, como se nada!!!... Sherpas!!!...

... bucólicas saudades!!!... (antiga)

…para aliviar a pressão da presente situação, num País que se não encontra, que se diz e contradiz, num desnorte avassalador, com opiniões diversas, dispersas, de tantos doutos doutores, em leis e outros misteres, com profundas sapiências, dotados de vontade, com inclinações díspares, contraditórias, nos seus arengares mediáticos, onde, como pavões inchados, espalham saberes, interpretações múltiplas, sobre tudo, sobre nada, quando tudo dizem, dizendo nada, do que se intenta saber, como deve, com dever…pouco claros, com transparência, enrodilham todo o baralho, dão cartas, voltam a dar, perante toda a Nação, numa grande confusão, nestes casos complicados, quase presentes aos julgados, mais uma vez adiados, com inocentes e…culpados…porque não abstrair, pôr de lado a trapalhada, congelada, adiada, por uns anos mais alargados, regressar a tempos passados, fechar no esquecimento, este tão triste momento, onde se joga com finura, a verdade que se procura, a culpa de quem abusou???...O tempo vai passando, com futebóis à mistura, desportos com fartura, concursos e novelas, com mais um brother alienante, tanto agora como dantes, enquanto a fita se desfia, nos jornais, nas tv,s, onde não existem pardais, nem colinas, nem montes, lá longe, no sossego, bem fora do nosso emprego, bem cedinho, bem cedo, na vastidão dos nossos campos, ouvindo os sons, os cantos, recreando nossos olhos, com belezas sem par, aos molhos, a fartar:

- De madrugada, quando me levanto/quase de noite, bem cedinho/abro a janela, oiço o canto/de várias aves, pertinho/muito mais madrugadoras/sempre alegres, joviais/não se importando com horas/porque são simples pardais/vivendo cada momento/na sua curta existência/com total empenhamento/saboreando a vivência/desse escasso período/partilhado, já esquecido/nos meus tempos de miúdo/d´outro tempo, já vivido/na minha terra de origem/pequena, no Alentejo/onde nasceram e vivem/pessoas que, há muito, não vejo/que, comigo, partilharam/essa entrega, essa paixão/que nos deram, nos mostraram/nos campos, a ilusão/a natureza mais pura/o belo e harmonioso/o que sempre dura, perdura/o singelo, o mais formoso/os cantos da passarada/os verdes da vegetação/os cheiros da madrugada/os acordes duma canção/o silêncio alto, gritante/a brancura nívea, total/o vermelho, mais berrante/das papoilas, em geral/o azul do céu, celestial/as águas bem cristalinas/dos rios de pouco caudal/os montes, as colinas/tantas, tantas lembranças/de quando éramos crianças/nos afluem, por instantes/nestes lugares mutantes/corroídos pelo progresso/pelo casario em barda/que, sem mostras de retrocesso/tudo absorvem, abarcam/tudo destroem, estragam!...

…saudosismos do passado???...Não, impossível!!!...Só de alguns pormenores, coisas poucas, bem menores, ao alcance dos vulgares, insignificantes no valor, quando os defendo, com ardor, anónimos a muita gente, aos cidadãos em geral, deste nosso Portugal, desequilibrado com fartura que, por mais que tentem, não encontram, na sua grande procura, o consenso entre a gente, o bom senso dos urbanos, que vivem com enganos, suas grandezas, suas manias, longe das singelas alegrias, das naturezas ricas, afastadas, esquecidas, com muita passarada, alegre, irrequieta, numa constante revoada, num encanto de beleza, sem igual, sem par, autêntica canção gritante, nesta paixão que eu sinto, quando escrevo, porque não minto, no interior da Nação, quando relembro, com emoção, tempos passados da minha infância… Sherpas!!!...

... errar é humano!!!... (antiga)

...pequenos erros, falhas, imprevistos, descuidos, enganos, o que lhes queiram chamar, é próprio do ser humano, é admissível, é compreensivo, justifica-se até, aceita-se, não se faz caso...afinal todos erramos, todos somos falíveis, não há os de certezas absolutas, os seres superiores, ao nosso nível, somos todos iguais mas, infelizmente, continuam a existir, abençoados pelo sistema vigente, os que são mais, tal como no triunfo dos porcos de George Orwell...como ele conhecia, e bem, a nossa espécie, triste espécie onde abundam tantos mentirosos e vigaristas que cá se vão safando, mesmo contra ventos e marés, porque teimam... eles teimam mas, a memória não é curta e, eu creio muito no ditado que diz que cá se fazem, cá se pagam...porque será???... Tenho, na minha madura vivência, observado tanta COISA que me leva a acreditar que, embora não praticante, há qualquer COISA DIVINA, ou o que Lhe queiram chamar, que se encarrega de pôr as COISAS no devido lugar, mais tarde ou mais cedo, de emendar os erros que se cometem, quando os que os cometem, não possuem a hombridade suficiente para reconhecerem as suas falhas, os seus erros, como o jardineiro que, descuidadamente, colocou:

- Uma flor, isolada/num jardim maravilhoso/é como uma fada/sem o Dom poderoso/de tudo transformar/de tudo embelezar/de dotar de poderes/todas as coisas, todos os seres/de maravilhar, pela beleza/uma parte da natureza/de enriquecer seu recanto/dando risos a um pranto/é um hino inacabado/num canto já começado/é uma pobre duma flor/sem companhia, com muita dor/é a triste solidão/para quem deseja um irmão/é a pujança da cor/num corpo sem ardor/é como uma fonte/sem água, no monte/é ter um mau destino/dum fado em desatino/é a angustia do belo/isolado, como um castelo/é uma imensa campina/um verso sem rima/é como um rochedo/tenebroso, que dá medo/é parecida à tempestade/rápida, que finda tarde/é uma desunião/dum amor sem paixão/é uma flor tão bela/mas isolada no jardim/tal como, numa janela/um vaso perto de mim/sozinho e mal regado/posto ao sol, posto de lado/sem graça e esquecido/ali colocado, como que perdido/tal como a flor/ sem uma irmã, sem um amor/sem eira, nem beira/num qualquer canteiro/sem uma companheira/todo o dia, o dia inteiro/naquela imensidão/do jardim que se espalha/na grande solidão/por causa duma falha/do zeloso jardineiro/que cometeu este erro/porque não viu, primeiro/antes de a pôr...
naquele aterro!...

...pobre da flor, ser vivo, isolada, mal colocada, de beleza murcha porque, de só, se sentia mal, naquele jardim, longe dele, afastada, sem nenhuma companheira por perto...passa com todos, por nossa culpa ou por culpa de terceiros, quando erramos e assumimos, crescemos, somos gente, quando nos consideramos invulneráveis e não admitimos os nossos próprios erros, diminuímos, somos uma COISA qualquer, sem crédito, sem valor, mais baixo do que qualquer anónimo e vulgar cidadão, insignificante, deste País, o nosso, Portugal, o incendiado, onde, agora, no pasa nada...porque será???... Sherpas!!!...

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

... falar do... género!!!...




… falar do género,
do másculo, do macho, do férreo,
do toureiro, do avinhado… de cabelo no peito,
com gestos, com jactâncias, com trejeitos,
sem jeito,
do fala barato, desenrascado,
aldrabão, obcecado,
não dando crédito, não passando cartão,
do sensível, com sentimento,
convencido que está, mais elevado,
do endinheirado,
sem um pingo de… formação,
para mim, para tantos,
é perda de tempo,
contratempo,
um dó, uma pena,
um choro, uma condena,
pura comiseração,
sensação… deturpação,
engano, descuido… tamanho!!!...

… quantas fortalezas destas,
noutras alturas… fora de festas,
quando pequeninos, diminuídos,
menos assumidos,
por dores, por chagas, réstias,
corjas despojadas,
postas de lado, esquecidas,
sem norte, perdidas,
reduzidas à sua humanidade,
com verdade,
sofridas, pura calamidade,
dando o dito… por não dito,
com raiva,
num minuto, bem medido,
se despojam daquela capa,
daquele forte… enfraquecido,
quando o sentimento, se lhes escapa,
chorando, se confessam,
se entregam… se negam!!!...

… todos, sem excepção,
é a minha opinião,
somos homem, somos mulher,
tal como se quer,
sem distinção,
como deve… pela origem,
filhos duma Eva, dum Adão,
predestinado filho dum José, duma Virgem,
dum macaco, duma evolução,
pelo sim, pelo não,
mais ainda, para os que crêem,
quando vêem,
que são… como são,
não fortalezas, tão pouco… machões,
simples aldrabões,
convencidos, rendidos,
perante factos, argumentos,
fora de festas, não avinhados,
diminuídos, envelhecidos,
nalguns momentos,
já esperados… desesperados,
somos mães, somos pais,
como todos nossos iguais,
numa indefinição constante,
misturados,
bem amalgamados,
sensíveis… quando críveis!!!... Sherpas!!!...

... fervorosos defensores... da vida!!!... (antiga)

…simples…conjecturas, claro!!!...


…fervorosos defensores da vida ou…talvez não!!!...Aferrados a ideias preconcebidas, com razão, ou sem ela…tornam-se virulentos com uma situação que, quanto a mim, simples pensador, não deveria, de modo algum ser pertença exclusiva de nenhum partido político, de nenhuma crença religiosa…porque suspeitos, porque com telhados de vidro!!!...

…luta insana e insensata, sob o meu ponto de vista, criatura apartada dessa luta, nem contra, nem a favor…simplesmente, crente de que, com a formação adequada das populações, a situação seria mais fácil de discutir, de esclarecer, de decidir!!!...Sem raivas, nem ódios, num Mundo pejado desses atributos que, por tanta quantidade, poderia dispensar este, que se acumula, que se prolonga, que se estimula, que, com o tempo, sem discernimento, se encarniça, se atiça, por parte de quem, olhando para o passado recente, não tanto e…mais afastado, pouca força moral possui, para se manifestar… contra!!!...

…nem impondo, nem proibindo, analisando caso a caso, em consciência plena, respeitando a liberdade de decisão, por parte dos interessados, dos pais, dos que conceberam a criatura, dos que, futuramente, mediante estudo profundo, decidirão pela vinda, pelo acolhimento, em condições do filho que nasce…ou não!!!... A mãe o gerou no ventre, o pai contribuiu para que ele surgisse, aos poucos, no lugar devido… bem querido, é um enlevo, uma bênção de Deus!!!... Renegado, logo de início, é um sofrimento, uma aberração, fonte inesgotável de problemas graves, instabilidade gritante na sociedade, onde é mal recebido, não aceite!!!...

…grupos políticos, intimamente ligados a credos religiosos, tomam como luta própria, arvoram como bandeira, um não rotundo e sonoro…ao aborto, porque é imoral, porque… atentatório à vida!!!...Hipocrisia profunda, rotunda, de quem protege à nascença, como crença, teimosamente, porque se mata gente, gente que ainda não é, falsos valores perante pequenos seres que se geram, ainda não nascidos, em gestação, quando…contra tudo e contra todos, tal como no passado, são, como sempre foram, pela bruta guerra, pela crueldade, pela matança sem tréguas, pelo esmagamento, pelo trucidar de homens e mulheres, já formados, tristes e coitados, abandonados, esparramados pelos chãos das grandes metrópoles, nos campos de batalha, nos conflitos causados…tantos, mais que abençoados, santificados, como cruzadas, nas lutas contra o mouro, na guerra santa do muçulmano, na defesa sanguinária do Israelita, num bocado de terra, num País encravado, com mortes, com bombas, com explosões…aos montões!!!...

…triste quadro, todos estamos lembrados, na idade média, daquele desacerto, triste concerto, orquestrado pelos altos dignitários duma igreja que, agora, se rebela perante o aborto, que queimava em fogueiras, só porque eram diferentes, só porque não concordavam, no tempo da santa inquisição, má recordação, desta controversa religião!!!...Quem sou eu…para julgar!!!...Quem nunca pecou…que atire a primeira pedra!!!...

…tremenda hipocrisia por parte de quem, acérrimas defensoras da vida, bem acomodadas, ricas, fiéis praticantes duma religião que desculpa, que perdoa, em tempos, em consciência, porque com posses monetárias, em condições dignas, no estrangeiro, quantas e quantas vezes…não o fizeram, também!!!...São coisas que, por mais que tentem, não esquecem, podem crer!!!...Ao invés, quantas, por falta de formação, por falta de meios económicos, não atentaram contra a vida do inocente, do feto, em gestação e, pela falta de condições, se condenaram a elas, pondo em risco a própria vida, perdendo-a… muitas das vezes!!!...Ainda por cima, se com resultados concretos, sujeitas a serem julgadas, penalizadas!!!...Não lembra, nem ao Diabo!!!...Mundo cão, de contradições profundas, imundas!!!...

…quantos genocídios a nível mundial, perante muitos olhos, impávidos e serenos, sem se rebelarem, sequer, aceitando, simplesmente, apanágio de tanta gente, a contrária ao aborto, na maior parte dos casos, a que o considera… assassínio!!!... Com revolta surda, interior, por mim falo, claro, rebelo-me perante tanto disparate, autêntico dislate…com a vinda do barco do aborto, numa Europa esclarecida, informada, liberta, onde, para nosso mal, com mais um ou dois, somos excepção, condenando, amarrando a leis insensíveis, irracionais, mulheres que arrastam às barras dos tribunais, as que, quando o praticam, com as suas razões, de ordem moral ou económica, arriscam, inclusive, a própria vida!!!...Quanta insensatez, morbidez, disparate, por uma vida em formação, aplaudindo, sendo favoráveis… a matanças ignóbeis, cruéis, de vidas adultas, já construídas, plenas, em consciência, coniventes, como as do Iraque!!!...

…o Mundo enlouqueceu de vez, não o entendo!!!...Chegou a hora do Pinochet, assassino cruel da América do Sul, perder a imunidade!!!...Vai ser julgado pelos crimes hediondos que cometeu!!!...Me parece que o dito, assassino reconhecido, convicto, era um avozinho bondoso, bom pai dos seus filhos, fiel praticante duma religião, a católica, a apostólica, creio eu!!!...Brutas feras, como esta, tantas…se escondem em religiões convenientes, matando, trucidando, escapando, do mesmo lado da bancada de…certos bandos, que pululam por cá, até que, um dia… acontece!!!...

…nem contra, nem a favor, nem negando, nem impondo…favorável a informação total, esclarecimento completo, íntegro, liberdade de decidir, por si, consoante e conforme os casos, em consciência plena, racionalmente, de uma forma digna, com referendo, o que se augura, sejamos donos do nosso destino, deixemos de ser reféns dum partido que se dilui, inexistente, pouca gente, duma religião que se contradiz, tal como o dito, o referido!!!...

…enfim, não é autorizado a entrar em águas nacionais, por uma questão de saúde pública…dizem!!!... O barco do aborto fica…pelas internacionais!!!...É mais seguro, menos complicado!!!...Que cuidados, que zelo, pelas populações!!!...É de espantar, da parte de quem, em termos de hospitais e Centros de Saúde, é o que se vê…lá para o Redondo e outros lugares mais!!!...Quanto a medicamentos, quanto a comparticipações, o zelo é tanto que, as ditas…nos são negadas!!!...Definitivamente, não os entendo!!!...Fora do contexto…simples pretexto!!!...

…a memória não é curta, não esquece, não fenece!!!...Sherpas!!!...

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

... são versos!!!...

… são versos,
reversos,
palavras que cruzas,
imagens
com que apontas, acusas,
são frases, são temas,
não tremas,
são teimas,
são partes,
são artes,

são letras apenas,
palavras com que arrumas
traumas, passagens, sonhos,

quando nos pomos
naquilo que fazemos,
escrevendo,
dizendo,
entregas, dores, partilhas que trazes,
vómitos, às vezes,
chicotes que fustigam,
quando instigam,
são chagas,
estigmas,
marcas com que ficas,
bem fundas, sentidas,

recados que dás, mastigas,
não digeres, proferes,
sobre coisas, sobre seres,
deitados sem tino,
aos jorros,
são passas, são porros,
fumaça com graça,
chalaça,
lembranças,
são hinos,
bucólicos,
saudosos,
brilhos que iluminam,
dão cor,
incendeiam,
ateiam,

sorrisos sem pio,
débeis, mais fracos,
redundantes,
sonantes,
uma linha, um fio,
tão baixos, sem som,
cultivando tudo de bom,
falando do mal que degrada,
não agrada,
são versos,
são rimas
quando afinas,
palavras que usas,
abusas,
são temas… apenas!!!... Sherpas!!!...

... há palavras... tão intensas!!!...




… há palavras tão intensas que,
quando as pensas,
não te limitas a levá-las,
não as calas,
ou as escreves, ou as escondes no pensamento,
por instantes… por momentos!!!...


… escolhes local apropriado,
quando falas,
quando mostras o que intentas,
descrevendo imagens que possuis,
quando intuis,
sob formas bem diversas,
quando comentas,
quando baralhas, quando compões,
com versos que arrimas,
quando te entreténs,
descarregas, tira-las de cima,
com empenho, encantamento,
passam por ti, não as deténs,
nem escravas, nem reféns,
de intensas que elas são
te provocam… emoção!!!...


… são portentos, quando entoadas,
ditas no lugar exacto,
próprias, adequadas,
são revoltas, são recados,
são mimos, são floreados,
soam como bofetadas,
quando surgem, inesperadas,
bem merecidas por quem,
não as pensa… não as tem!!!...

… há palavras tão intensas,
proferidas, bem sonantes,
maravilhas que são imensas,
mesmo isoladas, são gritantes,
poemas duma palavra só,
num encontro, deslumbramento,
pai, mãe, filho ou… avó,
amor, paixão, sofrimento!!!...


… transparência, amizade,
entrega com muita verdade,
renuncia em prol de alguém,
adeus, com muita saudade,
abraço a quem nada tem,
dor, humilhação, sofrimento,
esgar, morte, firmamento,
universo com raiva, com guerra,
mesmo aqui, em nós… mais longe, noutra terra!!!...


… compreensão, humildade,
tão fora da realidade,
palavras que nos consomem,
que nos embalam, embevecem,
martirizam, quase matam,
quando elas não se calam,
quando se dizem… proferem!!!...

… palavras lindas que afagam,
tão doces, rutilantes,
intensas nos seus amores,
próprias dos apaixonados,
deitam chispas, resplendores,
brilhos que cegam, quando pertos,
são namorados, são cegos,
imbuídos de coisas boas,
tantos, por tantos lados,
finas cantigas ou… loas!!!...


… convencimentos com propósitos,
enganos, outros negócios,
materialismos impuros,
palavras que são logros,
quando desviados, quando jogos,
na perfídia, na mentira,
jogada que se atira
que se inventa… que retira
qualquer poema, que não encaixa,
fazendo da mulher, meretriz,
vergonha que nos rebaixa,
quando se engana, se baixa,
o nível da conversa,
quando se detesta, como simples remessa,
fora de qualquer matriz,
sem intensidade nenhuma,
fazendo péssima… figura,
na palavra que se emprega,
quando se fala… se diz!!!...

… há palavras tão intensas
que, quando as pensas,
não te limitas a levá-las,
não as…
calas!!!... Sherpas!!!...

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

... como bando de... galinhas!!!...




… como bando de galinhas alvoroçadas,
em galinheiro assolado, invadido,
perante raposa voraz, gulosa,
agressora famélica, atenta, desperta,
com esvoaçares de asas, debandadas,
cacarejar aflito, repetido,
de galo, contristado, diminuído,
ave possante, bem formosa,
que se esconde, não se afecta,
deixando o poiso, local de alerta,
inchado, colorido, vaidoso,
com cantares de vitorioso,
em tempos de acalmia, perante as pobres,
tão isolado, encolhido,
quanto te isolas… enquanto sofres!!!...


… adversário bem forte, pela frente,
sentindo garras, sentindo dente,
nervoso, inseguro, como galinha,
bico caído, baixinho,
enrolado com elas, como uma pinha,
temeroso, num cantinho,
galinheiro que se agita, formigueiro,
bicharada alvoroçada,
raposa gulosa, matreira, faminta,
animal feroz, que se agita,
olhando de soslaio, com pinta,
uma e outra vítima,
saboreando, com deleite, o banquete,
muito antes, porque se antecede,
com gozo, um primor,
fazendo sofrer, sem dor,
galo e galinhas,
juntos… como pinhas!!!...

… galinheiro pacato, com galo,
de rompante, com estalo,
algazarra, confusão,
raposa ou raposão,
como fábula, já contada,
quebra do remanso, da ilusão,
fuga precipitada,
cacarejares vários,
doutros galos, de galinhas diversas,
com precipitação, com pressas,
asas que se agitam,
que se enfunam,
aves que temem, que fogem,
que se apinham,
que se congregam, afundam,
umas nas outras, que rinham,
diminuídas, confundidas,
espavoridas… muito antes de feridas!!!...

… não há escape, não há saída,
força de bloqueio imponente,
é o fim de toda uma vida,
na boca aberta, no dente,
da raposa gulosa, voraz,
matreira, sem apelação,
sem guarda alerta, galo capão,
enrodilhado a um canto,
nervoso, agastado,
vencido, desencanto,
capoeira avassalada… triste fado!!!... Sherpas!!!...

... há quem tenha... muitos conhecimentos!!!... (antiga)




… há quem tenha muitos conhecimentos, seja basto em habilidades mil, por formação académica, por vontade própria, por experiência, por vivência… sendo autodidacta, porque não, levado pela curiosidade, lendo sem fazer distinção, procurando, investigando, satisfazendo necessidades, indagando, investigando por sua conta e risco, claro!!!... Para mim, com formação académica ou não… são de louvar, quando juntam ao que têm, uma série de qualidades que não os diminuem, antes os engrandecem, os tornam maiores, os transformam em exemplos, sendo sempre os primeiros… em qualquer coisa em que se metam!!!... A um vulgar cidadão sem pretensões, com alguma idade, com algum caminho percorrido, sempre contaram muito a honestidade, a moral a dignidade, a verdade, a ética nos comportamentos e… afins!!!... Devo-o aos meus ancestros que, além de me propiciarem formação académica mediana, profissão que me permitiu a sobrevivência a contento, não se esqueceram desses princípios, os que me inculcaram, os que faço questão de defender, procedendo como tal…pois então, não desviando um milímetro, sequer!!!... Sempre assim fui, continuo sendo, não admito conviver com gentes que se não pautam por estes anunciados, regras fundamentais da decência, da civilidade, do saber estar, em harmonia, com todos os que me rodeiam, com os que tenho oportunidade de trocar palavras, ditas ou escritas!!!... Não deixo de ser humano, quando levado aos arames… por vezes, perco o controle, descarrilo!!!... Quando me apercebo do cometido, arrepio caminho, sou capaz de reconhecer, de pedir desculpa, inclusive, não me fica mal… antes pelo contrário!!!...

... a um vulgar cidadão sem pretensões, com alguma idade, com algum caminho percorrido, sempre contaram muito a honestidade, a moral a dignidade, a verdade, a ética nos comportamentos e… afins!!!...

… a formação académica conta muito… ah, se conta!!!... A formação moral, familiar, a dos nossos lares, a dos nossos progenitores, se pródiga e na hora, ajustada, adequada, ainda conta mais!!!... Quantos burros doutores há… por aí, uma perfeição em termos de conhecimentos gerais, em função da oratória, como diz o outro, quanto a prosápias, debitando saberes diversos, excelsos, escarnecendo de quem tenta, de quem quer ser, de quem mostra… procedendo como autênticos salafrários, arruaceiros de gama alta, quando injuriam, quando escarnecem mas, ficam por aí, coitados, falta-lhes o melhor, o que se não compra, não se adquire em livros, em compêndios, enciclopédias, em Internets, claro… refiro-me aos tais defeitos, aos quais, pelo sim, pelo não, junto mais três aberrações, a soberba, a vaidade, a inverdade!!!... Há quem os tenha, aos primeiros… em excesso, tais como aos atrás mencionados, bem colados, fazendo parte da personalidade dos ditos, como segunda pele que, por mais que tentem… não conseguem descolar, faz parte!!!...

... refiro-me aos tais defeitos, aos quais, pelo sim, pelo não, junto mais três aberrações, a soberba, a vaidade, a inverdade!!!...

… em alturas de confrontos eleitorais, como nos desportos, nos futebóis… entre o perder e o ganhar, tal e qual, quando se tenta convencer o ignorante, o néscio, o iliterato… o que vive no Mundo das sombras, completamente soterrado nas profundezas
do desconhecimento total, em relação ao que o rodeia, vivendo o dia-a-dia… com ganância, com furor, encimesmado pelo dinheiro, pelos autismos gritantes, não discernindo, sequer… capazes de todas as atitudes ilógicas e irracionais, quando defendem seus haveres, como avaros e rapaces a tempo inteiro, violentos, absurdos, caricatos, mais se utiliza o estratagema, à base do engano, do logro, da peta, como queiram!!!... Política lhes chamam… os responsáveis, os espertos e convictos safardanas, os que ascendem a postos de eleição, de ostentação, excelências e quejandos!!!... Temos muito disso… por cá, no nosso cantinho!!!... Quantas vezes não os utilizam em proveito de quem o faz, com os tais populismos, demagogias propositadas, levando os pataratas de vencida, convencendo… uma e outra vez, fazendo política de algibeira, pouco honesta, nada credível, usando e abusando da aldrabice!!!... Não culpo direitas, nem esquerdas… dentro destes campos tão vastos, há de tudo um pouco, como na botica, pelo que vemos, pelo que sabemos… ainda mais, bem adubados, através das televisões de certos órgãos de comunicação social, nosso bem, quando nos embalam, fazendo brincadeiras de encantar, quando nos fazem chorar, quando nos dão música… nosso mal, quando nos fazem a cabeça, no-la enchem com teias e mais teias de aranha, propositadamente!!!... Ao que chegámos, pelos vistos!!!...

… tempos de modernidade, de Oásis e de Califórnias… de promessas aos pontapés, como quem não quer a coisa, ao sair de boca, simplesmente!!!... Chamo-lhes… atoardas inconsequentes!!!...

… quantos não pactuam… mediante pagamentos acertados, com este estado de coisas???... Tenho pena!!!... Sherpas!!!...

... romenos... amenos!!!...

… circunspecto,
avanço pelo espaço que me separa dum grupo duvidoso,
cauteloso,
língua impenetrável, gestos e risos, cerveja na mão,
cigarro que vão passando,
irmão para irmão,
família completa descansando
naquela sombra apetitosa,
relva ainda fresca da rega,
na labuta da vida, na entrega total
ao que, neles, é normal
bem juntos naquele canto dum jardim,
como uma pinha que se alinha,
combina,
roupas em desalinho, caras rotundas,
descontraídos,
como os ciganos doutros tempos,
mui parecidos,
romenos,
obscenos,
quando ludibriam, regateiam, pechinchando com insistência,
mais amenos,
reminiscência,
esquecimento, por momento,

andam pelas grandes cidades da Europa,
como fogo que incendeia, matéria que inflama,
pedem o que não têm, como esmola,
usam truques, habilidades,
qualquer engano, mera trampa,
grande, vasta escola
que alastra, assola,
mulher, homem, criança,
grupo denso que descansa,
bebendo cerveja, fumando,
risota prolongada
olhar desconfiado para quem chega,
pouco se importando,
não passa nada,
conversa que se alonga, não despega,
quotidiano,
cena que se vai vendo,
descrendo,

gente singular, máfia organizada,
valores distintos, excepções,
lamurientos, quase chorões,
sentados no chão
estendem a mão,
nas escadas das igrejas mostram os filhos,
andarilhos, andrajosos,
grupos escassos, numerosos,
dispersos,
como praga que se instalou,
filhos de Deus,
escolhem vítimas que rapinam,
arranjam esquemas que resultam
ainda se culpam,
apinham,
tiram, vendem os seus,
não trabalham,
riem, gargalham,
descansam sob sombra agradável do jardim,
passam cerveja de mão em mão,
fumam cigarro que partilham,
organizam golpe futuro,
assim deduzo,
assim auguro,

cena urbana que se repete,
como ferrete,
na Europa dos ricos, os mais pobres,
quando os medes, os avalias, quando os sofres,
encontros casuais,
quem os não teve,
provocados, mui normais,
não se conteve,
impelido por sentimento, por penar alheio,
algo dá,
premeia quem insiste, quem arrasta sem parar,
esmolar,
ludibriar, enganar,
romenos
de somenos,
mais amenos,
fazem parte,
com muita arte,
da sociedade que temos!!!... Sherpas!!!...

... o Alentejo... no mês de Agosto!!!...


… o Alentejo, meu amigo,
ao longo do mês de Agosto,
assim o penso, assim o sinto,
só depois do sol posto!!!...

calma que se espalha, lentidão,
tarde quente de Verão
na rua deserta da vila alva como linho,
branco ligeiramente desmaiado,
sombra reconfortante, cigarra que soa seu hino,
barulho repetitivo que convida
a um cerrar de olhos, sonolento,
atirar dum corpo descuidado,
banco de pedra fria,
adormecido,

até ele sofre calor intenso,
quebra-se a fortaleza de qualquer
perante,
liquefaz-se o pensamento,
esboroam-se imagens que adormecem
na modorra que nos sustenta,
esquecidos,
vê-se estampado no rosto
em qualquer mês de Agosto
quando, com valor, se enfrenta,

recordam-se coisas diversas,
lembra-se melancia fresca, doce,
recanto doméstico, interior,
portas e janelas cerradas,
lânguido percalço, como se fosse
dia do Juízo Final,

longa tarde quente de Verão
vila branca, desértica,
mantendo tons, estética,
folhagem de árvore que não bule,
azul forte como campânula,
palco gigante dum Sol abrasador,
vedeta sideral,
energia, vida, ponto fulcral,

gaspacho frio na mesa, minha gula,
campos gélidos da Sibéria, meu desejo, pendor,
som arrastado da cigarra
noutra tarde calma
dum Agosto que não este,
ligeira aragem que passa,
tal como eu,
por aqui,
um bocadito diferente
como se quer em toda a gente,
sendo normal como os outros, porque… iguais,
nem de menos, nem de mais!!!... Sherpas!!!...