quarta-feira, 17 de setembro de 2008

... as gordas com... "pilhos"!!!...

... quero sentir o cheiro da Terra!!!...


… quero sentir o cheiro da terra, respirar a plenos pulmões,
calcar pedras na serra, acariciar folhas, flores,
ouvir chilreios pelos campos, ver searas pujantes, fartas,
colher frutos multicolores, ferrar dentes em polpas sumarentas,
auscultar frémitos de prazer, emoções,
risos em catadupa, partilhar diversos amores,
fluir, como as águas de rio que corre,
deslizar por vales de encanto, albergar barbos, bogas, carpas,
retê-los, quando fisgados por anzol,
linha tensa que verga cana de pescador,
agitar que se sente naquela grande mole,
regozijo, fim de vida, engano, dor,

palpar areia que se desfaz por entre dedos que não fecham,
mão aberta, condescendente, afago com que intento
acariciar outros corações,
ser diferente, quando penso,
no instante, no momento,
maravilha que se explana,
desfia
como cena já vista no passado,
desafia
vontade que me avassala, quando retenho este querer que me corporiza,
intensifica, martiriza,

lembrança dum bom bocado,
quero deter pensamento que me marcou,
como o tempo passou,
desfiar de décadas que modificaram valores,
tantos sentires, sabores,
árdua caminhada,
cheiro de terra molhada,
erva rasteira embebida de gotículas finas, frescas,
no meio de rios, de pescas,
natureza que me embriaga,
acolhe, afaga,

dádiva de quem se entrega
quando recorda bárbaros, hordas,
com intuitos destrutivos,
não apelativos,
furores que provocam mortes, fomes, sofrimentos,
na perseguição da refrega,
na luta pela valia,
medonhos pesadelos que os fustigam,
inverso da vida, pujança, alegria,
catatónicos, quase amorfos,
rígidos em profunda epilepsia,
instalados em poltronas doiradas,
imóveis, parados,
figuras assépticas,
velhas, gastas esqueléticas,
insondáveis,
descartáveis,

mão na mão, olhos nos olhos,
juntinhos, os dois,
doces, perfeitos, bem feitos,
jovens, donos do Mundo,
futuro naquela margem,
sombra fresca, densa, fotografia, paragem,
homenagem,
continuidade da verdade,
promessa que se conjuga,
comunga,
quero sentir essa vida,
realidade que me foge,
parte dum todo, terra que cheiro,
ar puro que respiro,
água que encobre, resguarda,
tão lenta, quase parada,
emoção de quem apanha,
com sanha,
peixe livre que se enganou,
puxou, tentou
se desprendeu de anzol,
com vigor, doirada, forte,
sua sorte,
carpa que se… escapa!!!... Sherpas!!!...

... ver a Lua!!!...




… sem Lua, olhar a noite escura,
imaginar uma aranha prateada
perdida naquele emaranhado estrelado,
tecendo teia brilhante,
longo fio doirado,
desenhando, com proporções tamanhas,
um coração, uma pomba alada,
amor imenso, sempre presente,
PAZ continuada,
naquele espaço sideral,
sem qualquer estação espacial,
sem lixeiras que rolam ao nosso redor,
resultados que nos convencem,
que nos dão conhecimento,
nos provocam algum espavento,
de momento!!!...

… ciência que não pára, um ror,
foguetões, satélites de várias espécies,
velharias que não caem,
que continuam o seu caminho,
objectos que são espiões,
que controlam vidas, multidões,
marcando o nosso destino,
por ambições,
que bom seria, irrealidade,
a aranha gigantesca,
sonho com que sonho, outra verdade,
delicada filigrana prateada,
no seu labor,
pendurada duma estrela,
por fio brilhante,
de oiro fino, alucinante,
naquela tela,
figurando o que mais se pretende,
amor entre os homens… entre as gentes!!!...

… espaço encantado,
tendo como rainha envergonhada,
branca, nívea,
aquela bola rutilante, astro de encantamento,
eterna enamorada,
que espreita, que alicia,
que convida, que partilha,
que ilumina, com todo o seu esplendor,
qualquer manifestação de… amor!!!...

… quanto não daria, melhor seria,
maravilha, aquele sonho,
com que me ponho, quando me disponho,
inebriado por doce fantasia,
descurando o avanço que regride,
que ameaça, cada dia,
abundância de tralha vazia,
inútil, abjecta,
que já nos alerta,
que nos enterra, sufoca, mata,
nesta constante bravata,
disputa mais que insensata,
tentando ganhar terreno,
descobrir o ignoto,
continuando a alegoria, no meu posto,
olhando o céu estrelado,
vendo uma aranha prateada,
dependurada… duma estrela!!!...

… habilidosa, de corpo esbelto,
com todo aquele empenho,
fiando seu fio de oiro reluzente,
perante o pasmo generalizado,
no desenho que vai criando,
na pomba que parece que esvoaça,
no coração avantajado,
ao longo da noite escura,
recomeço da aventura,
sem tralha, sem cobiça,
sem espias, sem satélites,
dando um recado aos menores,
imagem que nos fortalece,
que nos obriga, abriga,
nos aquece,
gente amiga, sem intriga,
todos os seres na Terra,
com carinho, compreensão, entrega,
seus iguais,
como outros, tantos mais,
nas… atitudes, bem maiores!!!... Sherpas!!!...