sábado, 26 de janeiro de 2008

... as gordas com... performance!!!...

... num dia mundial da... poesia!!!... (antiga)

… dia mundial da poesia,
parece impossível, sem poética,
numa universalidade famélica,
que ainda se detenham com estas coisas,
com versos, com quadras, com sentires,
com sonhos, com provires,
com doçuras, com amores,
com azuis fortes, esbatidos,
com vermelhos berrantes e floridos,
com esperança de vidas cantadas,
mais equilibradas, com aves que nos cativam,
quando passam, quando mostram suas cores,
com danças, com músicas,
com trajes a rigor, bem garridos,
sorrisos de todos os tamanhos,
sentimentos, sem enganos!!!...


… com auroras de espantar,
com mares imensos, prometedores,
com nuvens esparsas, farrapos,
brancos, soltos, dispersos,
no meio de muitas rimas,
pessoas que sonham, que arrumam palavras,
que as colocam nos devidos lugares,
famílias felizes, nos lares,
flores que pintam a natureza,
na sua grandiosidade, na sua pureza,
paz que se acalenta, que aumenta,
abraços de coração,
lágrimas no canto dos olhos, emoção,
tudo quanto se intenta,
poeticamente, empilhando,
por aqui, por ali, em todo o lado,
num Mundo que, bem lá no fundo,
com tanta dor, com sofrimento,
não passa dum… fingimento!!!...


… dum dia que se lhe quer dar,
pobre dádiva que se não sente,
quando se oferece, se dedica,
quando se predica,
num conflito permanente,
entregue a poucas gentes,
práticas, bélicas,
com defeitos,
sem cor, sem sonho,
provocando criaturas famélicas,
corpos nus, mortos,
destroçados, tortos,
num dia de Primavera envergonhada,
que se não mostra… que se esconde!!!...


… pobre poesia mascarada,
coitada da árvore que se festeja,
que se queima, se abate,
que se planta nesse dia,
como preito, com alegria,
dando exemplo desconcertante,
num gesto hipócrita, pueril,
como quem disfarça… numa graça,
que passa, que esquece,
num dia que arrefece,
perante a dor, a desgraça,
perante o ódio, o horror,
fazendo face ao pavor,
numa poesia que não é,
deixa de ser… até!!!... Sherpas!!!...

... descrença!!!... (antiga)



... só um Povo como o nosso, ignorante e respeitador... amante das bolas, dos credos, confiando sua sorte à divina providência, resquício dum passado que perdura, indigna ditadura, imprestáveis políticos nossos que nunca procederam em benefício do dito, deles próprios como lhes convinha, como lhes convém, ainda, justifica o que nunca existiu, social-democracia que se anuncia, não pratica por quem deveria!!!... Um, popular, outro como tal... ambos se manifestam, sendo, ambos se igualaram afinal... servindo o capital, com ligeiras alterações, tão débeis, imperceptíveis que se confundem quando governam, não sendo... parecendo, simplesmente!!!... Mais se nota quando seguem políticas doutros, desta Europa descaracterizada, a do mercado aberto... subjugada aos grandes vultos dos dinheiros, seguindo regras mundiais, corpo só e mastodôntico, globalizado como sentimos!!!...

... a América dos impérios constipa-se, sentem-se ondas de choque, de medo, de crise financeira, de recessão por toda a parte ocidentalizada!!!... Um valha-me Deus, mãos na cabeça... aflição que se generaliza, injecções de milhares de milhões que passam de mão em mão, que sopram dos Continentes que se arrimam e gostam, Banco Europeu, Banco Mundial remando com voracidade e perfeição, tentando manter o que se pode abater, descredibilizar, ainda assim!!!... Viva a Bolsa, viva a especulação... ventinhos de feição, acumulação do bolo que se avoluma!!!...

... os liberalismos selvagens produzem miséria encapotada, tal como o comunismo que se foi, submergiu, faliu!!!... Dois sistemas que já provaram não resolver problemas graves de fome, ganâncias d´alguns, aproveitamento de número reduzido!!!... Democracia e socialismo, palavras bonitas, na génese... plenas de grandes façanhas, igualitarismo de todos os seres humanos, sem enganos, solidariedade com verdade, pleno emprego ou quase, distribuição efectiva da riqueza dum País pelos cidadãos que o compõem, justiça real para todos, sem subterfúgios, disparidades que se tentam esbater, saúde alargada como um bem essencial, não negociada, educação abrangente, formação e informação íntegra e na íntegra!!!... Nos trinta e poucos anos de democracia, do socialismo que se lhe pega quando se anuncia, que os maiores partidos portugueses apregoam... que vamos verificando os políticos e os ricos a transformação dos ricos e políticos e vice versa, carrossel alucinante que nos tem entretido, enganado sem remorsos, com a consciência plena de que estão tranquilos, que se tentam manter como tal!!!...

... é pena, porque as consequências dos maus serviços destes imprestáveis, sem ofensa... constatando pelos feitos carregados de defeitos, levaram-nos a um labirinto abismal, fortuna do rectângulo nas mãos duma parca centena de caretas, extinção da classe média, incerteza na vida de todos, levados como tolos, eleição após eleição, miséria encoberta, emigração que aumenta, fome que se instala, boca que se cala com medo do que possa vir a acontecer!!!... Claro que ainda quero acreditar, não pretendo tomar como certa esta desconfiança que me avassala, que vai fermentando... perante o que me rodeia, o que sinto e vejo a todo o momento!!!...

... sou socialista de pensamento, sou democrata desde que me conheço... não milito em partidos, famílias que deturpam ideologias por egoísmos, por amiguismos que produzem, acredito nas pessoas bem formadas, rejeito as que já mostraram aquilo de que não são capazes, os tais “bons rapazes” das intenções!!!... Repito-me de tal ordem que... vou falar aqui para mim, ainda assim não moleste quem pretenda fazer passar indignações e fúrias descabidas ou com razões fundamentadas, não contidas!!!...

... social-democracia... q´é dela???... Tantos pobres e carentes para tão poucos ricos e forrados!!!... Enfim!!!... Sherpas!!!...

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

... as gordas com... dor!!!...

... coisa que... muito prezo!!!... (antiga)

…por ser mais uma vez, por ter sido crédulo, por ter depositado confiança, por excesso de confiança…irra!!!...Porque é demais!!!...Porque não mudarmos o comportamento, sermos honestos…com os nossos iguais???...

…coisa que muito prezo…é a honestidade!!!...Coisa que mais detesto…é a falta dela!!!...Vivemos num País que, em termos de honestidade, tem muito que aprender!!!...Já vivi episódios, noutros Países, que não o nosso, que me deixaram boquiaberto, satisfeito…espantado!!!...Por várias vezes, por um esquecimento, duma carteira, duma mala de mão, da minha mulher, numa cadeira, numa mesa, num sítio qualquer, por essas bandas, lá fora, pois então, sempre no-las devolveram, sempre no-las entregaram, com presteza, com sorrisos, com atenção!!!...De acordo com a minha maneira de ser, de estar na vida, questão de educação, de formação!!!...Gratificante, não é???...

…falo de pequenas coisas, de insignificâncias, de minudências porque, das grandes, não vale a pena bater no velhinho…todos sabemos como é!!!...Basta estarmos atentos aos escândalos relacionados com milhões, ultimamente, tão divulgados, nos órgãos de comunicação social, para nosso mal!!!...Há galinfões que desviam dinheiros e muitos que, se fossem aplicados no sítio certo, em prol do desgraçado, estaríamos muito melhor!!!...É o País que temos!!!...

…mas, continuemos com a primeira parte, a que me faz escrever sobre a honestidade ou a falta dela!!!...Mais uma vez afirmo que, tudo quanto escrevo, não são ficções, são realidades do dia-a-dia!!!...Ainda ontem, lá para as bandas de Azeitão, por onde passei, antes, onde resolvi lanchar, com a minha mulher, pelas tortas, as da dita terra, saborosas, deliciosas, as que nos apeteceu comer!!!...Dirigimo-nos ao café/restaurante, já nosso conhecido, doutros tempos, doutras paragens e pedimos um carioca de limão, um Ice Tea de manga, uma torrada e duas tortas, das tais!!!...Antes de sermos servidos, como muitas vezes faço, quis pagar e…paguei!!!...Deliciámo-nos com o pequeno repasto e viemos para casa, a uns quilómetros, poucos!!!...

…hoje, passado o acontecimento, em tempo de revista de mala de mão feminina, feita pela dona, como um ritual, ao princípio do outro dia, a dita, chamou-me a atenção…para um pormenor, insignificante mas, delator do que somos, por distracção, com intenção, não sei bem!!!...Na altura em que paguei, não conferi o recibo, quando paguei, erro meu, admito!!!...Não é que, fomos confrontados com um dos tais enganos, sempre a favor da casa, da que vende, como sempre!!!...Em vez do carioca de limão, tínhamos pago uma sandes de queijo, que não comemos, afinal!!!...Muito mais cara, claro!!!...Sou desconfiado, por natureza, por estas e por outras razões, muito semelhantes e…não é que, por descuido meu, fui roubado, mais uma vez!!!...

…nestas pequenas COISAS, na falta de honestidade de certos profissionais, empresários de restauração, com muitas excepções, evidentemente, se avalia o País que temos, as pessoas que continuamos sendo, teimando no mais negativo!!!...Será dos exemplos dos de gabarito???...Roubam eles, roubam todos, num frenesim constante, aviltante, altamente indigno, gritante!!!...Tenho pena que assim seja!!!...Não nos podemos fiar!!!...Abraço do Sherpas!!!...

... choro os mortos!!!...




…choro os mortos, os desaparecidos,
invoco os Deuses, com ânsia, desespero,
nuns míseros dias, tão sofridos,
catástrofe, por inteiro,
miséria espargida, no Paraíso,
corpos sem vida, espalhados,
lares destruídos, final… juízo (???...),
pagar pelo pecados,
os mais pobres, os escorraçados (???...),
está tudo ao contrário,
neste mundo, neste berçário,
para uns, terrível adversário,
para outros… doce remanso,
vida boa… grande descanso!!!...

…não entendo, não consigo,
tudo virado do avesso,
Natureza, morte, perigo,
Mundo esquisito, travesso,
cruel… muito perigoso,
no lugar mais formoso,
no Paraíso terrenal,
quanta destruição, quanto mal!!!...

… sem prévio aviso,
num instante, num momento,
foi-se a vida, o Paraíso,
quadro infernal… grande tormento,
imagens terríficas,
horrores, sem par,
naqueles pedaços, terras idílicas,
no areal, ao longo do mar!!!...

… será castigo, será aviso???...
será natural, tanto mal???...
Mundo cruel, gentes sem mente,
Vítimas sem conto, de espantar,
Castigo natural… pobre demente,
em guerras metido, com bombas,
rebentamentos… armamentos,
dono de tudo, calado e mudo,
indiferente,
superior… muito menor,
não é rei, não é senhor,
dono da guerra… destruidor,
insignificante, poluidor,
avassalador,
com sanha, com manha,
vazio,
estamos… por um fio,
tanto ali, como aqui,
no Paraíso,
em qualquer canto,
desencanto…
choro, raiva… pranto!!!...

…natural???... Causa posterior,
com tanta morte…
tanta dor!!!... Sherpas!!!...

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

... as gordas... tristes!!!...

... amoras silvestres!!!...

… amoras silvestres, tecnologias de ponta,
água na fonte, remanso na sombra,

embaraço que se tem, ervas nas rochas,
sentidos embutidos, restos ou sobras,
contas dum rosário, riso do falsário,
tacanho, pertinente, fruto maduro,
já podre, no chão, no espaço uma sonda,
audível, completo, sagaz e matreiro,
Mundo que me espanta, veloz o ribeiro,
sinuosa a vontade, montanha tão alta,
sonho que se espalha, físico astuto,
esquilo nervoso, passarinho arguto,
descoberta que se faz, médico medíocre,
engenho que dispara, rebentação que se ouve,
metralha que destrói, mar que rebola,
praias de encanto, apetrecho que desliza,
gestos e gritos, jogo da bola,
sem fralda nas calças, simples camisa,
frondoso arvoredo, matas de medo,
campos imensos, cimento que avulta,
escaninhos tremendos, lixos aos montes,
cacos e trapos, sujos, imundos,
bocas com fome, barrigas vazias,
insensata mania de quem não se culpa,

aposta falhada, tecnologias de ponta,
amoras silvestres, remanso na sombra,

avanço que pára, enganos, fantasias,
gato enrolado, vão duma escada,
criança abusada, nojo que se esquece,
crimes que fazem, Terra que aquece,
revolução que se instiga, vida perdida,
guerra que aumenta, que mata, destrói,
sons que se espalham, palavras que mentem,
neve nos cumes, ferida que dói,
frios imensos, pessoas que não sentem,
dinheiros aos montes, bancos e grupos,
são vivas, apupos,
são chagas profundas, corpos sem alma,
cantos dum cuco, milhafre que plana,
seara que ondula, papoila perfeita,
ecrã tão brilhante, tão largo, tão amplo,
televisão que não é campo,
traste que infecta, luxo que inunda,
rouba, perverte, dor tão profunda,
criança que ri, cão que se enfurece,
seixo rutilante na concha da mão,
faca aguçada, cebola que chora,
lágrima que desliza, rosto que se fecha,
carência tão grande, triste promessa,

urso cinzento, tecnologias de ponta,
urze do monte, remanso na sombra,

preciosismos, ilusões, aglutinações,
intenção de preservar, perenidades,
rubis, esmeraldas, ágatas, topázios,
diamantes puros, eternidades,
acumulações, contrastes,
rebanhos que apascentam,
terrenos floridos, rosáceos,
tão pequeninos, colibris,
adejantes, velozes, esvoaçantes,
tanto encantam, quando intentam
sugar néctares, festins primaveris,
quais abelhas zumbidoras,
cumpridoras,
partes dum todo que se protege,
que se cuida, colónia nos jardins,
tarefas repartidas,
enxame que se alteia, bem comum,
continuidade mais que lógica,

amoras silvestres, mente tecnológica,
cavalo que relincha no prado,

patrão, escravo ou vassalo,
liberdade, supressão,
valores que se atropelam,
remanso na sombra,
dignidade que se não olha,
carpinteiro, serralheiro, trolha,
engenheiro, médico, ladrão,
político, oportunista, carteirista,
pastor, padre, professor,
pássaro, fera ávida, sangrenta,
abutre de garras fortes,
dentes gulosos, bocas famintas,
raças dementes, enlouquecidas,
mal cheirosas, as doninhas,
pedras soltas no caminho,
gemidos, choro baixinho,
inclemência,
degradação,
selva basta, cimento armado,
rua estreita, negridão,
crime que se comete,
perdão,
ingerência,
podridão,

amoras silvestres, tecnologia de ponta,
que contrastes, solidão,
mal que se sente, se aponta!!!... Sherpas!!!...

... algumas regras!!!... (antiga)




… algumas regras, como sabemos, estão sendo organizadas pelo Estado com o intuito de minimizar esse cancro, o do desemprego!!!... O adversário, como bem dizes, globalização na forma de Chineses e quejandos, mão-de-obra ao preço da uva miudinha, coloca a coisa muito negra, difícil… direi!!!... Enfim, diatribes que, vezes por outras, nos surgem pela frente, nos dificultam a vida, nos reduzem, nos diminuem!!!... Para todos os males, desde que, com vontade… há remédio!!!... Se não for eficaz, que consiga, pelo menos, fazer com que o dano não se agrave, seja mais pequeno!!!... Aceitar os factos existentes, como uma maldição pertinaz, insistente… não cola, está fora de questão, por mim penso, claro!!!...

… ainda me lembro que, há pouco, no governo anterior, quando dava bota…. o sistema informático é que pagava as favas, tudo, quanto de mal se produzia, acontecia, se atirava para cima dos erros sistemáticos dos “malditos” computadores!!!... Afinal chegámos à conclusão que o mal maior, gravoso, imenso… era a ineficácia governamental, de mãos dadas com a irresponsabilidade e incompetências profundas, existentes!!!... Posto isto, por causa de globalização, de patrões e de Chineses… não quero pensar, sequer que vamos caminhar no mesmo sentido, considerando os ditos como os males de todas as pragas que nos irão cair em cima, no futuro, quanto a precariedade e falta de trabalho!!!...

… os governos são escolhidos pelo que nos fazem ver, quando fazem propaganda eleitoral!!!... Estão há pouco tempo, vão fazendo, vão tentando resolver, aos poucos… segundo diz a oposição!!!... Tenho opinião diversa, têm saído algumas medidas concretas!!!... Quero ver o resto _________… estou ansioso!!!... Como eu… pensam tantos e tantos portugueses!!!...

… a Europa, na sua unicidade, sendo solidária e compreensiva, (… por mim, não creio!!!...) tem de dar a volta, juntamente com os governos, o nosso em particular… a esta terrível situação que, pelos vistos, se vai agravando, todos os dias, um pouco mais!!!.... Assim penso!!!... Não me conformo com erros informáticos, no passado, com patrões, globalização e chineses… actualmente!!!... Temos cabeça para pensar, vários caminhos a calcorrear, diversos… a fim de podermos inverter o processo, para conseguirmos o que nos interessa, dar um bom porvir para os vindouros!!!... Expectante… me encontro!!!... Sherpas!!!...

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

... as gordas com... calotes!!!...

... Fernão Mendes!!!...




… Fernão Mendes???... Minto???... Não!!!...
Fernão Mendes Pinto,
o da peregrinação,
navegador da aventura,
cavalheiro da desgraça,
pura verdade,
não chalaça,
homem, raça, vocação,
curioso, vendedor, sumidade,
interrogação,
com tanto caso, emoção,
descrição, naqueles tempos,
escritor,
de passagens, de momentos,
um senhor,
verdadeiro peregrino,
sem destino,
com objectivo real,
nascido em Portugal,
País tão diferente,
origem de criaturas superiores,
entre toda… esta gente,
que, junto ao mar, sente
necessidade de partir… conhecer,
ver, com olhos de ver,
com acasos, sem acasos,
puros percalços, ocasos,
enquanto a vida se vai,
se dilui… nos vai!!!...

… sempre tivemos gentes destas,
por portas, por travessas,
muitas vezes… disfarçadas,
obscurecidas, pouco notadas,
menos valias se avantajam,
por regalias, favores,
figuras, bem menores,
com nome, mas… inferiores,
sem pinga de criação,
copiadores, citadores, transcritores,
repetindo à exaustão,
ladainhas doutros escritores,
fazendo gala, vistão,
profunda… aberração,
perante os que são,
o que… são!!!...

… verdade, mentira, disfarce,
mania, usufruto, valia,
descrever, vivências… com arte,
coisas do dia-a-dia,
numa peregrinação, sem destino,
simples passeio… devaneio,
uma caminhada, um caminho,
um escrito que leio,
um escrito que faço,
quando desfaço,
pedaços da minha alma,
coração mais que partido,
dum corpo, que se acalma,
depois de ter sentido,
uma chama, um sinal, um aviso,
ganho e perco… o juízo,
escrevo, sem parar,
como panaceia… para o meu mal!!!...

… de Fernão… o da Peregrinação,
simples Amostra, reduzida,
nem pretensão,
tão pouco… a época, a vida!!!... Sherpas!!!...

... filho do terceiro Afonso... (antiga)


… sem me sujeitar a cronologias, indo como gosto… ao sabor dos gostos, do pensamento, do vento, quando sopra, da inspiração de momento, claro!!!...

… filho do terceiro Afonso de Portugal, que teve de abdicar em prol do filho, por doença… cedo começou a governar, o que fez tudo, quanto quis, el-rei D.Dinis!!!... Teve um reinado longo e pródigo, desdobrando-se em vários sectores fundamentais, na sociedade de então, desenvolveu a marinha, mandou plantar vastos pinhais, ali para as bandas de Leiria, protegeu as letras, as artes e, fundamentalmente… a agricultura, a lavoura, daí o cognome de Lavrador, sem nunca ter lavrado, sem lavra, sequer!!!... Ainda combateu contra o castelhano mas… depois de obter Serpa e Moura, deixou-se dessas lides!!!... Grande impulso na cultura, escreveu cantigas de amigo, deu origem ao primeiro estatuto da Universidade, a Carta Magna Priveligerium, mandou traduzir obras várias!!!... Homem sensível, avisado!!!...

… teve algumas quezílias com a Santa Sé, por questões de terras, de poderios do clero, apoiou cavaleiros portugueses da Ordem de Santiago, alterou o nome dos Templários para Ordem de Cristo!!!... Implementou as feiras, a exploração de minério, as exportações, incentivou a cultura… corte afamada na sua época, em toda a Península Ibérica!!!... Distribuiu terras, fundou aldeias e vilas!!!...

… casou com uma tal Isabel de Aragão, mulher de muitas virtudes!!!... Desta união surgiram dois filhos, Constança e Afonso, mais tarde o IV, tão nosso conhecido… como Bravo, o da batalha do Salado!!!... Doutras mulheres, várias… outros sete surgiram, conhecidos como bastardos!!!... Era um senhor rabo de saia, pelos vistos!!!...

… Isabel de Aragão, conhecida como Santa pelos milagres que praticou, pela caridade que praticava!!!... São rosas… Senhor, dizia ao marido quando por ele passava com o regaço cheio de esmolas, alimentos e moedas que distribuía pelos mendigos, pelos pobres que a perseguiam, expectantes!!!... “Apesar de tudo, Isabel era muito piedosa e passou grande parte do seu tempo em oração e ajuda aos pobres. Conta-se que, certa vez, a rainha, decidida a ajudar os mais desfavorecidos, teria enchido o seu regaço com pães, para os distribuir. Tendo sido apanhada pelo soberano, que lhe inquiriu onde ia e o que levava no regaço, a rainha limitou-se a responder: «São rosas, Senhor!». Com efeito, ao abri-lo, teriam brotado rosas do regaço, ao invés dos pães que escondera. Este evento ficou conhecido como milagre das rosas. Por isso mesmo, ainda em vida começou a gozar da reputação de santa, tendo esta fama aumentado após a morte.”

… depois da morte do marido recolheu-se a um convento de Coimbra, Santa Clara-a-Velha, dele saindo… só para evitar guerras, como piedosa que era!!!... Morreu em Estremoz e está sepultada no Convento já referido!!!... Tempos de lavouras e… milagres, é evidente!!!... Sherpas!!!...

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

... as gordas... com $$$$$$$$

... ilhas!!!... (antiga)




…ilhas… pedacinhos de terra, espargidas pelos oceanos, aqui ao pé, mais ao longe…resultantes, geralmente, de picos elevados, antigos vulcões, já extintos ou…em vias disso, da extinção que, vindos lá das bases, sítios escuros, escusos, dos abismos profundos, emergem à superfície, a medo, espreitando o sol, as nuvens, a superfície das águas revoltas… dos mares que as ocultam, que as protegem, que lhes negam direitos, que lhes outorgam valias…mais que muitas… por vezes!!!...O problema da insularidade, da periferia, do afastamento, do isolamento…a falta de terras, de espaços que se diminuem, que nos tolhem os movimentos, que nos provocam insónias, pensamentos escabrosos, ridículos, sem fundamento…por vezes, repito…admito!!!...

…conheço muitas, desde há muitos anos a esta parte…tive essa boa sorte, esse privilégio, como já tenho escrito, umas vezes disfarçado, como tropa forçado, outras, claro…de propósito, como turista, quando posso, como gosto!!!...Todas elas, as ditas, têm os seus encantos…tamanhos, verdadeiros Paraísos, jardins de encantar, umas…por isto, outras…por aquilo, todas elas, pela variedade enorme que nos mostram, num território tão pequeno, pela diversidade na paisagem, na vegetação, pelos microclimas, os que se manifestam, quando estamos a norte, quando estamos mais ao sul, na parte este ou oeste, consoante os ventos que as beneficiam ou prejudicam, tornando-as férteis, em abundância, desérticas…quase estéreis… consoante o local, claro… umas partes, mais que planas, outras íngremes abruptas, serranias tão compactas, de difícil acesso, escarpadas, verdadeiros labirintos, com casario anichado, num vale, perto duma lagoa, lá no cimo, na abrigada, casinhas dispersas, aqui, ali, por todo o lado, como presépios, devidamente enfeitados!!!...

…bonitas de se visitarem, de se percorrerem, de se apreciarem, de se usufruírem…como deve!!!...Nomeá-las???… Já o tenho feito, nunca é demais fazê-lo, quando me refiro à Madeira, aos Açores, a Cabo Verde, às Baleares, às Canárias e…às Berlengas, aqui ao pé, pois é!!!...Gratas recordações…de todas elas, mais agora, como visitante voluntário, ao invés do passado, quando disfarçado, por imposição!!!...

…ultimamente, quando o faço, quando lá me desloco, passado pouco tempo, embora goste, quase sempre…sinto aquela sensação que, não me levem a mal, sou do Alentejo, habituado a grandes espaços, num dia qualquer, acordo…com os pés molhados, no mar… porque, é anedótico, tenho a sensação de que a terra é curta, é pouca, não dá para mim, para tanta gente, aquela que lá vive, que por lá ciranda, que por lá labuta…na luta, a da sobrevivência!!!...É admirável, como em espaços tão diminutos, se construa um Mundo, tão complexo, tão perfeito, ao jeito dos que lá habitam, às custas, claro…de tanto esforço, de tanto apego, de tanto amor, por aqueles nacos, por aqueles pedaços, de céu…espargidos, pelos mares!!!...

…quando lá estou, costumo alugar um carrinho, normalmente… um Clio, ou um Opel… dos pequenos, com estaleca para subidas, para descidas, íngremes, com voltas e reviravoltas, pelas serranias, junto ao mar, nas arribas, por tudo quanto é sítio, por tudo quanto é canto!!!...É um espavento, é um encanto, é um deslumbre!!!...Gosto de subir, nalguns casos, nalgumas ilhas, mesmo ao cume, lá no centro…ir até à cratera, circundar aquelas terras, as novas, ainda sem vegetação, de lava recente, acastanhada ou… enegrecida, por entre as quais, muito, aos poucos, a medo, quiçá…vão rebentando umas plantas, de algumas sementes, sopradas pelos ventos, vindas doutros lados!!!...Paisagens inóspitas, lunares, fantasmagóricas, diferentes!!!...

…depois, bem…depois, nas pequenas cidades, nas vilas, nas aldeias, com os seus cafés, com os seus restaurantes, com os seus hotéis…não falta nada, há de tudo, como em qualquer sítio, inclusive, azáfama, bulício…stress, pois então, uma confusão, deliciosa, mais saborosa, mais recente!!!...Visitar uma ilha, aprender como ela é, com um carrinho de aluguer, contactando com os seus habitantes, comendo as suas comidas, usufruindo a sua hospitalidade, nos bons hotéis, fazendo as nossas compras, recordações…dá gozo, provoca satisfação!!!...Mas, durante as noites, as que lá passo…sonho ou penso, não sei, naquela falta de espaço, um pesadelo, sem pés nem cabeça que…qualquer dia, não me levem a mal, sou do Alentejo, região de grandes espaços…acordo com os pés molhados, no mar!!!...Que façam BOAS VIAGENS!!!...Abraço do Sherpas!!!...

... estantes enormes!!!...




… estantes enormes, repletas,
silêncio pesado, ambiente de ruptura,
mundo diferente, ausente,
presenças constantes, saberes, cultos,
quando fechados, cheiros a mofo,
papel velho que se respira,
obras e obras, completas,
quanta ciência, quanta valência,
quantos pensares, quanta cultura,
resmas, quanta fartura,
papel fino, novo, delicado,
sensível ao toque, acetinado,
ali guardados, bem arrumados,
capas de couro antigo, folhas amarelas,
recordações que trago comigo,
quando me sinto, folgado, calmo,
neste recanto, precioso abrigo,
biblioteca, bem receptiva,
receptáculo de novos, de velhos,
gentios interessados pela vida,
encantos imensos, quão expressiva,
quando encontro o que busco,
numa procura… numa pesquisa!!!...


… meus olhos passeiam, divagam,
percorrem vorazes, não param,
títulos, nomes de tantos escritores,
tratados de filosofia, enciclopédias,
rato sabido, bem preparado,
anseio, passo com a mão,
sinto o sabor daquele olor,
papel amigo, conhecimento vasto,
devoro, não me farto,
hábito de sempre, desde pequeno,
sossego permanente, um casquilhar,
folha que passa, um folhear,
olhos sequiosos, gulosos,
livros e livros, acariciados,
quantos já lidos, apreciados,
quanto me deram, quanto me dão,
rato escondido, ratão,
biblioteca de estaleca, suma paixão,
tempos esquecidos… na imensidão!!!...


… livros na mão, satisfação,
uma procura, investigação,
um querer mais, insaciável,
encontro casual, um notável,
palavras, pensamentos, enredos,
conhecimentos que arrecado,
que bebo, que guardo,
terrores, medos,
superstição, vaidade, ambição,
obra de renome, ficção,
tempos vividos, biografias,
estórias e fantasias,
ódio descrito, um assassino,
romance delicodoce, grande paixão,
termos já escritos, desatino,
encontro com a vida, bem arrumado,
certinho, catalogado,
estantes, bastantes,
espaço alargado,
biblioteca que se ama,
livro que… nos chama!!!... Sherpas!!!...

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

... as gordas com... sexy!!!...

... carroceiros!!!... (antiga)

... pela maneira como conduzem uma carroça, se avaliam os carroceiros e os que nela são transportados... estamos muito mal conduzidos e os carroceiros não passam disso mesmo de simples carroceiros, não no sentido pejorativo porque, na minha mocidade, conheci e convivi com muitos a quem respeitava e considerava como pessoas de poucas letras mas de rígidos princípios e extrema dignidade...eram alentejanos doutros tempos, verticais, os tais que labutavam de sol a sol, nos tempos da lavoura, não a de Paulo Portas que a via e a entendia sob outro prisma, de cima para baixo, dos lavradores latifundiários para os maiorais, manajeiros, vaqueiros, pastores e ganhões (mão de obra barata e escrava) os que, aos poucos, se transformaram em trabalhadores à jorna, nas ceifas, nas mondas, na apanha da azeitona ou como tractoristas, reduziram o horário de trabalho e foram sistematicamente reformados, com aposentações de miséria, das lides campestres, hoje, inexistentes porque sai mais rentável, aos donos das terras, não as trabalhando porque ganham balurdios em subsídios e não pagam o devido aos alentejanos, se porventura, trabalhassem na lavoura...o Alentejo passou a ser uma espécie de deserto do Saahrá, com alguns Oásis, as quintinhas e as casinhas de campo dos alfacinhas (políticos ou não) e dos empresários do Norte, os que brincam com os seus berloques e com os seus brinquedos por aquelas paragens, deixando algumas migalhas aos indígenas... e assim vai o baile, alguns se divertem e muitos, muitíssimos vão vegetando no seu dia a dia, nesta carroça mal conduzida por determinados carroceiros, não os do Alentejo, os que se não avaliam a eles próprios, os que antes se convencem do que não são porque gostam bastante de olhar para o umbigo, dar uma vida fácil aos apaniguados e aos amigos do peito, esquecendo velhas promessas, regidos por obsessões vagas e ambíguas, gostando das asneiras que praticam, aprovadas com a conivência dos apalermados toureiros e alaranjados da Assembleia Nacional... fracas cabeças pensantes, mal conduzidas por esta fraca extirpe de carroceiros que esquecem os que vão atirando para as urtigas, cada vez em maior número, os que se quedam na vil condição de desempregados, meio passo dado para a pobreza, para a miséria, para um futuro sem perspectivas. Pois é, parece que o mal agora é da conjuntura... já foi de tantas COISAS esta COISA que se não convence que não serve, não presta, está inadequada para a realidade portuguesa, que ainda vai acentuar mais as desigualdades entre as pessoas, entre as regiões, cavar um fosso mais fundo entre os que tudo têm e os que estão nus, nada possuem no presente e muito menos no futuro... bem falavam eles em acabar com as assimetrias existentes na sociedade e no território, vê-se, não vê???...Está-se a ver, tal como a extinção dos governadores civis, a descentralização dos órgãos do poder, a equidade nas tributações e nas economias pessoais e colectivas(regiões), as zonas da grande Lisboa, todo o litoral, norte, centro e sul e o interior, o malfadado interior cada vez mais desértico e sem qualquer tipo de hipóteses, a não ser no lado poético da questão e no facto de estar na moda para os endinheirados que lá deixam umas sobras para os naturais e residentes, para não dizer, resistentes, os mais velhos, os que ficam sem os filhos que, estes, vão para os grandes centros em busca dum modo de vida, a única saída ou então metem-se na política a sério e...mais tarde ou mais cedo sempre terão direito a um bocado, uma fatia do bolo. Enfim, como alguns dizem, é o exercício salutar e gratificante do PODER (ao próprio, a quem o exerce) ao invés do que sempre pensei, o nobre sacrifício de servir com dignidade os portugueses e Portugal, no seu todo, sem assimetrias, com mais equidade dando exemplos e servindo de referência a toda uma Nação... está tudo mudado, numa trapalhada tão trapalhona que os não consigo perceber, aos que estão a conduzir esta carroça, estes maus carroceiros que se não avaliam e nos põem a todos, os que vão na carroça, numa condução muito perigosa, com resultados catastróficos, sem rumo, sem ninguém ao leme, sem objectivos mas com um fim:
- O desastre total, na precariedade, no desemprego, na saúde, no ensino, na segurança... a desigualdade profunda a nível pessoal e territorial...as grandes comezainas para alguns e a pobreza e a miséria para muitos...as mordomias escandalosas para uma minoria, os impostos e carestias de vida para os de sempre...vergonha nacional... Sherpas!!!...

... boneco!!!...



... com métrica, com estética, com rima,
agrado pessoal, pensamento que o segue,
instila, persegue, clássico, moderno,
sem regras, tão grato, tão terno,
sem tino, com pregas, sem pegas,
destino, enfados,
recados,

desafinado,
sem estilo, espartilho,
suga o perfume que lhe adocica o espírito,
metamorfoseia a existência,
carência,
analisa vistas de momento,
instante que o inebria,
encanto,
recanto,

alma que salta,
embriaga,
olhos desfigurados, quando cerrados,
imagens que se formam por tantos lados,
desfere palavras com fases,
disfarces,
entretenimentos que o aliciam,
desafiam,
rompimentos que são quebras,
quando lhes pega,
recalques,
sofrimentos,

massa encefálica
tão válida,
recesso profundo que comanda corpo amorfo,
boneco,
carapaça, fortim de muralhas enormes,
resguardo,
guarda a vida que se evola,
que rola,
que manda,
desmanda,
dúvida que tenha,
mantem-na,


encontra o que faz eco, recolhe,
acolhe, enormiza,
enfatiza,
arruma como um prumo,
embeleza, não reza,
pobre indigente, não crente,
cônscio do que preza
escreve tal como vê,
com modéstia, com apego,
revê,
dispõe a seu gosto, bem feita, composta...
como gosta!!!... Sherpas!!!...

domingo, 20 de janeiro de 2008

... as gordas... de luxo!!!...

... saudades do meu País!!!...

… saudades do meu País,
já as senti, quando cirandei por aí,
quando me afastei, viajando, andando,
quando, bem longe, muito me diz,
a sua ausência, a não presença,
por muito distraído, feliz,
satisfeito com o entorno,
quanta tristeza, que diferença,
quando recordo, quando sonho,
nada me preenche, me compensa,
embora seja turista, com gosto,
sem ser forçado, por trabalhos,
quando comparo, quando se pensa,
no pobre do emigrante, que desgosto,
por caminhos, por atalhos,
obrigado, pela sobrevivência,
dele, dos próximos,
procura outra valência,
modo de vida mais concreto,
lá longe, nos confins,
em Países bem diferentes,
tratado como objecto,
tal como dantes, inocente,
um desvario, pouca gente,
com saudades do seu País,
cabisbaixo… infeliz!!!...

… sim, já estive longe, já senti a saudade,
digo-o em boa verdade,
amargor, sensação intensa, que dói,
mesmo como turista, gozando,
em voltas que dei, cirandando,
em tempos de recreio, nada nos mói,
mas, interiormente, quanto nos rói,
vezes por outras, quando penso
quando se sente aquele brilho intenso,
aquela recordação bem funda
que nos apouca, aprofunda,
nos massacra, nos denigre,
nos magoa, nos atinge,
nos faz sorrir, entristecido,
com vontade de regressar,
para aquele cantinho que é nosso,
lugarzinho apetecido,
nossa casa, nosso lar,
sentimo-nos mal, com saudades,
logo regresso… assim que posso!!!...

… sou livre de proceder,
quando entendo, por querer,
nada me prende, não sou obrigado,
esteja onde estiver,
muito perto ou… afastado,
ao longo de dias, de meses,
a maior parte das vezes,
nada me atalha, me contraria,
numa saída, numa aventura, curto período,
lá vem o dia do regresso, que alegria,
quase me sinto um miúdo,
tamanha a satisfação,
tão elevada emoção,
aquela coisa que se acumulou,
que me impele, propalou,
se aquieta, quando encontra,
a razão da sua existência,
aquela terra bendita, aquele chão sagrado,
hospitaleira, aberta,
aquela janela enfeitada,
o aldrabão, o desenrascado,
o filósofo, sempre alerta,
o rico e o pobre, não misturados,
bem distanciados,
as equipas do coração,
a fado, o destino… a má governação,
mais trambolhão, menos trambolhão,
o céu luminoso,
sol brilhante, incandescente,
mar portentoso,
aquela gente, tão sentida… bem diferente!!!...

… quando deixam o torrão natal,
porque não há vidas em Portugal,
quando buscam o pão,
quando se afastam, quando labutam,
quando realizam trabalhos menores,
tratados como inferiores,
quando procuram, quando buscam,
quando, para isso, são atirados,
aguardando pelo Verão,
outros, que não,
matar saudades das festas, rever amigos,
que saudades trazem, portos e abrigos,
remansos, descansos, doce sensação,
alívio, interrupção,
daquela rotina cansativa,
daquela lembrança contínua,
daquela dor que transportam,
que calam, que aportam,
quando chegados, após tantos anos,
emigrantes forçados,
sofrimentos tamanhos,
sentimentos trocados,
saudades dos familiares, do País,
como se sente, como se diz,
quando andei, por aí,
por pouco tempo… já a senti!!!... Sherpas!!!...

... quantas vezes nos cruzamos!!!...




… quantas vezes nos cruzamos,
com vizinhos que nos são estranhos,
nos prédios em que vivemos,
dos quais, nada sabemos,
nesta corrida, pela vida,
nesta indiferença sentida,
desapego pelo que nos rodeia,
metidos connosco próprios,
num gesto que nos alheia,
nos afasta, nos alteia,
nos torna egoístas, impróprios,
nas cidades insensíveis,
sem urbanidade alguma!!!...


… gentes e gentes incríveis,
nesta passagem, que se esfuma,
numa rotina doentia,
corrida louca, insensata,
num vaivém constante, apressado,
indo para lá, p´ra qualquer lado,
vindo, não sei de onde,
como culpado, que esconde,
algo que não quer mostrar,
que nos faz desconfiar,
desconfiando, também,
quando cruzamos com alguém,
nas escadas do nosso prédio,
gaiola reduzida, tédio,
refúgio, albergue, couto,
espaço curto… tão pouco!!!...

… conheço de vista, somente,
cumprimento, porque gosto,
num instante, num repente,
esteja bem ou mal disposto,
nas escadas, onde me cruzo,
quando subo, quando desço,
sorrio, pergunto, faço conversa,
provinciano, tonto, néscio,
sem resposta, numa pressa,
desencontramo-nos, logo de seguida,
com gestos de toda a vida,
palavras contidas, parcas,
useiros, vezeiros,
maquinais e rotineiros,
nestes encontros, nestas escarpas,
quando escalamos escadas,
quando descemos, velozes,
metidos connosco, ferozes,
reduzidos nos sentimentos,
não paramos… por momentos!!!...

… ontem, caso estranho,
cumprimentei o vizinho de baixo,
recebi sorriso aberto,
não alargado, cabisbaixo,
palavras, pouco normais,
queixume, confissão, no concreto,
peso interior, necessidade,
lá me disse, pesaroso,
com muita pena e verdade,
no seu estado lastimoso,
que se tinha divorciado,
quedei, deveras… pasmado!!!...

… trocámos algumas palavras,
consolei, aconselhei, fui humano,
parados, naquelas escadas,
acontecimento bem estranho,
onde se não tem um momento,
na corrida, na vertigem,
se abafa o sentimento,
nas coisas que nos atingem,
sem um choro, sem um lamento,
excepção justificada,
pela dor, pelo sofrimento,
do vizinho separado,
perdido no Mundo, desamparado,
em busca de ombro amigo,
no encontro… que teve comigo!!!...

… depois, lá foi correndo, apressado,
para outro local, para outro lado,
fugindo do prédio, como antanho,
vítima ou carrasco, simples humano,
bem mais aliviado,
carregando suas penas, seus remorsos,
depois de ter parado,
naquele vão de escadas,
sem sorriso nos olhos,
duras vidas… separadas,
desentendidas, divorciadas!!!... Sherpas!!!...