terça-feira, 27 de julho de 2010

... imagem do GOOGLE... mais duradoura!!!...

... olhos tapados!!!... (antiga)

… tapo os olhos com as mãos,
tento reter visão que se me depara,
colorido pujante, cheiroso, naquela álea do jardim
onde me perco, seduzido,
permaneço estático,
o tempo passa,
vou caminhando por fim

pelo meio de tantos irmãos,
rebentos que desabrocham por todos os lados,
flores que abrem suas pétalas viçosas,
insectos nos seus mundos diminutos,
borboletas que volteiam, pousam delicadamente,
revoada de aves por entre arvoredos,
sons, os mais variados,
jardim pletórico, enriquecido,
tão perto, tão longe, tão esquecido,
expondo, inocente, seus segredos,
quase perdido,

recanto de encanto, prazeres partilhados de quem se mostra,
se deixa ver,
de quem olha à cautela,
pensativo, cativo por tanta coisa bela,
num sem querer,
só por e para ver,

oculto minha presença
como parte ingrata dum quadro mágico,
insignificante, perante,
quase intruso que se adentra, apático,
quase rasgo incomodativo,
degradante, naquela harmonia que se não ofusca,
aceita, deleita, completa,
não afecta,
alteia, rebusca
composição dimensionada,
quase imóvel, parada,
variada,

flora redundante, envolvente,
convidados para repasto,
néctares dos Deuses,
embriagantes odores descubro quando passo,
viventes menores, revezes,
logo após porta que atravesso de repente,
dela me desfaço,

cacofonia medonha se abate,
chega, me trespassa, me devassa,
ruído de automóveis, gentes,
pregões, discussões,
risadas despropositadas, gargalhadas,
desperto,
encaro outro Mundo, tão diferente,
choro amargura do que me não tenta,
regresso
ao outro universo,
volto à fantasia que me delicia,
escancaro os olhos por aquela vegetação luxuriosa,
indolente, preguiçosa,

aprecio seus vassalos, dependentes,
convidados de festim tão vasto,
baile intenso sob folhas, pétalas delicadas,
ares enfeitados com teias finas,
borboletas abrindo, fechando suas asas,
abelhas afanosas, zumbindo,
chegando, partindo,
criaturas tão débeis,
de costas voltadas,
espaços paralelos,
vidas tão plenas, locais tão belos!!!... Sherpas!!!...

domingo, 25 de julho de 2010

imagem do GOOGLE... mais duradoura!!!...

... TODOS iguais???... (antiga)

…há os que se aborrecem, os que, por tudo terem, aos montões, se refugiam nos milhões, com acções, fundos e obrigações…convencidos, com eles próprios, pobres bacocos, não se enxergam!!!...Há os que, pelo meio, vão tirando, sempre vai dando, com alguns devaneios, tiram partido do que a vida lhes vai proporcionando…aos poucos!!!...Há os que, embora queiram…não conseguem, nada têm, os que, com migalhinhas, vão vegetando, aguentando, como se nada, com fome, com miséria, aos montões, muito longe dos primeiros, a quilómetros dos segundos, não são gente…são zero!!!...

Todos iguais???...


Todos iguais, todos diferentes,
nesta profusão, nesta variedade,
neste mundo de tantas gentes,
nesta complexa humanidade,
de tantas cores, tantos tamanhos,
de físicos perfeitos, aberrantes,
com falhas, com alguns enganos,
com defeitos, por vezes, gritantes,
obras, imaginadas, dum só obreiro,
dum Deus que nos inventou,
que nos pôs à prova, primeiro,
depois nos abandonou,
à nossa sorte, ao nosso destino,
num desafio, num desatino,
numa prova alucinante,
como quem julga, como quem tenta,
como um Ser extravagante
a experimentar o que inventa,
abrindo-nos todas as portas,
dando-nos todas as chances,
com voltas, reviravoltas
tanto agora, como dantes,
na caminhada da existência,
desta vida que se prolonga,
em abundância ou falência,
neste período, nesta ronda,
com trabalhos, com canseiras,
com doenças, com tristezas,
com carismas, com asneiras,
com dúvidas, com certezas,
com certos prazeres, alegrias,
com constantes fúrias, guerras,
com raivas, berrarias,
com doces remansos, acalmias,
com falhas, quebras, manias,
com tudo o que nos completa,
com o que nos faz como somos,
magros, gordos, fortes, atletas,
espertos, vagos, tarecos, sonsos,
com tantas, tantas inclinações,
todas elas, puras invenções,
dum Supremo Criador
que, no meio de tantas aberrações,
Se sente único Senhor
do miserável, do abastado capitalista,
do iletrado, do impante doutor,
do desmesurado machista,
do encarniçado folgazão,
do traste, do imbecil, do arrivista,
do empreendedor timoneiro,
do que se julga sempre primeiro,
diferente do mundo inteiro,
do que é menos que igual,
daquele que também é gente,
por isto, por aquilo, pelo tal,
pormenor, pequeno defeito,
anormalidade que é normal,
curto erro, num ser perfeito,
nesta tão complexa humanidade,
com tanta gaffe, com tanta verdade,
obra dum só Criador,
único Deus, único Senhor!...

…Sherpas!!!...