sábado, 29 de dezembro de 2007

... emudeces!!!...



... por paragens impensáveis,
lonjuras que confundem,
paroxismos inenarráveis
no íntimo de cada um,
crueldade que se não dimensiona,
agiganta, impressiona,
quando se conjunta,
une,
esgarro que não aninha,
temor que desalinha,

forças maléficas
que não suportas,
tanto aguentas,
emudeces perante,
soltas torrentes incontáveis,
formas lágrimas de pesar,
oceanos de horizonte púrpura
sob sol incandescente,
temor vulgar de inocente,
cáustico que se castiga,
carrega assombração terrífica,

oh Deuses que estais ausentes,
tão impotente te sentes,
sofreres, falsas partidas,
te quedaras num sentido,
cerrado em pútrido casulo,
vontade amorfa, nascituro indefinido,
gota rosada sem face,
rolando em parte incerta,
criatura que não desperta,

seres que profanizam
templos que derramam chamas
ácridas que incendeiam,
despautérios que te reduzem,
lágrimas que soltas em silêncio,
teus penares,
desperfeitos,
oceanos de águas fundas,
longos sofreres,
antes não foras parido,
intenção... num desvario,
cenas ocultas,
desafio!!!... Sherpas!!!...

... de mãos dadas!!!...




… de mãos dadas, naquele planalto,
bem no cimo, olhando o horizonte,
difícil acesso, inverso,
quando subindo, um excesso,
esforço penoso, calculado,
já pensado, cá em baixo, desejo,
antevisão da amplidão, lá do alto,
doce sensação, ambição, anseio,
mal me vejo, quando penso,
contigo ao lado, doce enleio,
vontade que faço, enquanto ascendo,
subindo, ajudando, sorrindo,
de socalco em socalco,
vamos indo,
descansando, penando, sofrendo,
esforço voluntário, objectivo,
atingindo o cume, chegando ao cimo,
olhando a planura que se estende,
que se prolonga, se prostra, se rende,
nos reduz, num contraluz,
diminui, pela grandeza,
pela beleza que nos inunda, realeza,
num trono natural, buscado,
depois de elevados, conduzidos,
de mão na mão, bem unidos,
embevecidos, lugar conquistado,
Paraíso… encantado!!!...

… acolhedor, ponto, referência,
pedaço de terra, monte, altura,
planura quase inacessível, atingível,
esforço que se comete, exigência,
com que dificuldade, agrura,
empreendimento custoso, visível,
satisfação plena, isolamento completo,
longe de tudo, fora do Mundo,
sossego que nos rodeia, repleto,
males que afasta, esquece,
ódios e guerras, invejas, soberbas,
tudo se esbate, desaparece,
do alto onde subimos, terras ermas,
paragens de sonho, bem elevadas,
somos Deuses, somos superiores,
por instantes, simples nadas,
tão iguais… tão inferiores!!!...

… conquistámos os céus, chegámos bem alto,
de degrau, em degrau,
subindo, com gosto,
num entardecer, o Sol quase posto,
vimos a Terra, pintada a esmo,
tudo no sítio, espalhada no horizonte,
num planalto bem ermo,
afastados do caos, bem longe,
dos males que nos afligem, perseguem, até,
que nos instigam, massacram,
nos tiram a fé,
arruínam, arrasam,
pestilentos, controversos,
destroem, trucidam, matam,
insensíveis, sangrentos,
quereres de vulto… por teres, espaventos,
por tristes momentos!!!... Sherpas!!!...

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

... estranho silêncio!!!...



… enorme silêncio me arrebata, nuvens imensas me rodeiam,
não oiço teus cascos, lindo corcel,
não sinto tuas crinas castanhas batidas pelo vento,
teus arfares continuados não me incendeiam,
tão distanciado teu tropel,
tua leveza incorpórea não me sustenta, como lamento,
me apercebo da tua morte, do meu finar,
vítimas duma vida em luta, existência bruta,
confronto infundado, triste acabar,
cavaleiro denodado, cavalo derrubado,
despojos sangrentos da luta… na justa!!!...

… outras paragens, ambiente estranho,
calma total, renascer ou desengano,
carícia mansa, mortalha, fim da batalha,
cascos já surdos, imóveis no chão,
matéria sem vida, etérea, planando,
memória passada,
sombras esbatidas, guerras perdidas,
alados nos ventos, esquecidos, solidão
se sente, tão de repente,
sofreguidão,
sopro que sustenta leveza mais pura,
num estertor que nos une, fiel alazão,
promessa que persiste, doce ilusão,
espaço bem raro, diferente… anunciação!!!...

… longe do mal, impregnado de anseios,
sinto teu corpo bem junto ao meu,
teus saltos bem loucos, amplos passeios,
corridas inteiras, levezas singelas
longe da Terra, acabada a guerra,
paisagens de sonho, nuvens tão belas,
silêncios intensos neste véu, neste céu,
sem sons, sem tons, cabelos ao vento,
quanto choro destino tão trágico,
alma se eleva num pensamento,
caminhos sem pedras, cavalos sem cascos,
teus trotes, teus saltos,
leveza mais leve que alguém já teve,
teus sentires, meus passos,
tuas crinas castanhas, tuas cores tão puras,
luminosidades perenes, por vidas tão… escuras!!!... Sherpas!!!...




... falência do regime!!!... (antiga)




… falência do regime, do presente, do vigente, por causa das corporações sugadoras, fortes e duras, que se criaram, todos o dizem, todos a prognosticam, todos a prevêm, com excepções bem evidentes, dos que, com ela sobrevivem, que a mantêm, que a sustêm!!!... O descontentamento é patente, mais que visível, na grande massa anónima dos cidadãos… basta ouvir, ler, estar atento!!!... Foi imbróglio, desde há trinta anos, uma ilusão continuada que, ao fim e ao cabo, pelos vistos… deu em nada!!!... Que houve evolução, claro… o tempo passou, alguma coisa alterou, cometeram-se montes de asneiras, não se resolveram problemas sociais, reformas estruturais, melhorias abrangentes, muito reduzidas, escassas, quase nenhumas!!!... O Poder andou de mão em mão, ora rosa, ora laranja, numa alternância abusiva!!!... Os escândalos, os favorecimentos, as corrupções, as impunidades… cometeram-se ao nível dos clubistas destes dois bandos, continuam a ser cometidos, não se diferenciam, um do outro, quanto a partidos, quanto a actuação!!!... Por arrastamento, por conveniência, uma espécie de partido, um grupinho de migalhas, uma força de Poder, como gostam de se apelidar, ainda assim… não façam falta, outra vez, como naquela última Santa Aliança, como no tempo malfadado, o do queijo limiano, os PP,s, pois então!!!...

… três grupinhos evoluídos, bem forrados, entre boas e más moedas, embalados pelo monstro, criação do algarvio, entre intrigas, entre bulhas, conflitos internos, diatribes, aldrabices… muitas vezes, no meio do maior descaro e sem vergonhice, fazendo de conta, simplesmente, vivendo como nababos, virando costas a quem os mantém, usando e abusando de todas as armas ao seu alcance a fim de cimentarem os convencimentos, desbaratando fundos, dinheiros, de qualquer maneira, o que são, sempre foram… pertença de todos, sem distinção alguma, legislando em casa própria, beneficiando das leis criadas, abrindo e fechando inquéritos e processos, perante o pasmo, a incredulidade de todos nós, praticando injustiças, criando desequilíbrios, provocando desgovernação, com jeito e afeição, numa mudança de cadeiras e pelouros, cada uma melhor do que a anterior, com despudor, hipocrisia e cinismo!!!... O regime actual… está em falência, tem pouca credibilidade, pelos vistos!!!... As corporações não se fartam, pretendem sempre mais!!!... Transformaram-se num garrote que, cada vez mais, nos vai apertando o pescoço, tirando o fôlego, tornando a vida do anónimo, do cidadão vulgar… verdadeiro tormento!!!... Sugadores de gabarito!!!... Vergonha imensa, realidade cruel!!!...

… a democracia pode continuar, alterando regras, modificando o sistema, arrecadando este regime falido, apeando estes artistas, colocando outros, bem diversos, mais honestos, mais credíveis… há sempre tempo disso!!!... Basta querer, está em nós, sempre esteve!!!... Sou republicano, como afirma, alto e bom som, o poeta do nim, candidato a P.R. ou não, sou democrata, acredito na igualdade plena, sou por uma justiça eficaz, sou pela mudança… desta contradança aflitiva, repetição de golpes e golpadas, sou pelo fim do corporativismo, sou pela penalização do corrupto, do promíscuo, sou pela dignidade, sempre me considerei ético… quero ter e sentir valores, acredito na boa formação do indivíduo, na solidariedade, na verdade!!!... Que a segunda República já deu o que tinha a dar, dizem certos artistas, alguns atolados até ao pescoço em casos e coisas, um disparate, um ror!!!... Talvez não… há sempre uma oportunidade!!!... Quanta vezes escrevo que, por falta de mérito, alguns grandes partidos podem transformar-se em ninharias… ao invés doutros, bem pequenos que, dum momento para o outro, se podem transformar em partidos de Poder!!!... A democracia é assim, sempre assim foi!!!... De pedra e cal, com disparates à mistura… não, basta, já chega!!!... Os resultados destas desgovernações estão bem patentes, estão à vista de todos!!!... Fosso enorme entre os que nada têm e os que nadam na abastança, sacrifícios avantajados para os de sempre, benefícios e regalias para um molhinho de outros, os de sempre, castigos e penalizações para os mais humildes, os carentes, falta de provas, arquivamentos… para outras gentes, vidinhas seguras e confortáveis para os excelsos e incompetentes… um grande ponto de interrogação para os que pagam na medida grossa, os que se não sentem governados, os que se sentem explorados, os que pagam o pato!!!... A situação tem, forçosamente… de alterar, com os artistas de serviço, entre rosados e alaranjados ou então, depois de devidamente apeados, minimizados através da falta de expressão política, manifestada através do voto, democraticamente, arrumados na prateleira, por maus serviços, substituídos por outros que… nos sirvam e ao País, efectivamente, como deve!!!... A democracia continua, a República persiste, insiste, os que abusaram, os que se adonaram do alheio… no lugar indicado, na cadeia, justiça imparcial, correcta, não uma Amostra, castigando o que prevarica, como deve!!!... Vai sendo tempo disso!!!... Sherpas!!!...

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

... espécie de Cinderela!!!...




…espécie de Cinderela,
durante o dia, uma vergonha,
abuso, maus tratos… peçonha,
beleza disfarçada, uma tela,
perfeita, sem mácula,
uma estrela… andrajosa,
está bom de ver,
podem crer, de tão formosa,
enteada, um ter de ser,
escrava, bem escravizada,
bela e fogosa,
um trapo, um desfazer,
mau bocado… sempre a varrer,
a esfregar, a limpar, a coser,
sempre a dar, o corpinho ao manifesto,
sem um queixume, sem um protesto,
pobre da Cinderela,
tão fogosa, sem mácula… tão bela!!!...

… passam-se dias, meses… anos,
com montes de enganos,
como uma Cinderela,
escravizados, com maus bocados,
com Pátria… tão madrasta,
que contrasta,
entre filhos, enteados,
borra a pintura,
que amargura,
quando engana, quando ludibria,
quando desafia,
num logro que continua,
à luz do Sol, à luz da Lua,
permanentemente,
como quem mente,
duma maneira… indecente,
pobre e bela… Cinderela,
nunca mais chegas, com tua beleza,
a formosa e casta… princesa!!!...

… a do conto, a da estória,
durante o dia… abusada,
com madrinha dilecta, diligente,
com toque de varinha de condão,
revirava… ia-se embora,
em carruagem apropriada,
outra gente,
com magia, com ilusão,
ao longo da noite, na escuridão,
era beleza, sem igual,
com trapinhos adequados,
com sedas, com cetins, com doirados,
com sapatinhos… a condizer,
era um regalo ver,
num baile elegante, um espanto,
uma paixão, um encanto,
um sapato que se perde,
um achado,
um repente, a Lua que se vai,
o Sol que… se ergue,
quase, mau bocado,
quem se levanta… também cai!!!...

… tão caídos que estamos,
pobres de nós, Cinderelas,
que mal nos encontramos,
sem Lua, sem estrelas,
desmandos,
sem sapatinhos ligeiros,
transformados em bananas,
com padrastos, com madrastas,
anos e anos… inteiros,
sem varinhas, sem magias, sem fadas,
tratados… com devaneios,
mal arroupados, uns frangalhos,
caminhando por atalhos,
longe da boa vida,
a que nos foi prometida,
sem príncipe de encantar,
aqui… neste lugar!!!...

… é, falta-nos o sapatinho,
um pé delicado, a condizer,
um príncipe, uma promessa,
uma harmonia, um hino,
um toque de varinha, um querer,
uma procura que… não cessa,
para fazermos como a Cinderela,
tão fogosa, cândida e bela,
um trapo… posto de lado,
um caminho aberto, amplo… encontrado,
magia, pura magia,
com planos… com tecnologia???...

… por enquanto somos… Cinderela,
na Pátria formosa e bela,
com madrastas e padrastos,
com restos e… muitos cacos!!!... Sherpas!!!...

... arroubos poéticos!!!...



… arroubos poéticos, êxtases, enlevação, enlevo,
liberdades que se permite, quando critica patéticos,
quando se diminui, se admite,
se procura, quando insiste,
quando tira ou… dá relevo, quando se considera o mesmo,
quando não finge, restringe,
se julga pouca coisa, quando se avalia a esmo,
sem ser um fingidor,
provocando mágoa, dor,
quando berra, feito blasfemo,
inconformado, deslocado,
quando descreve pássaro que poisa,
flor de cores belas, vivas,
quando fala de ódios, de amor, quando se sente apartado,
num cantinho, redutor, escondido, temeroso, com pavor,
perante as maleitas do Mundo, que não compreende, que detesta,
com pensar tão profundo, que o agasta, arresta,
que enfrenta… que contesta!!!...

… pobre poeta, coitado, não está bem em nenhum lado,
deslocado, imbecilizado,
quase posto de lado,
da verdade, fez seu lema, doença de que enferma,
quando sincero a valer, quantos não faz sofrer,
sofredor, não fingidor,
com o sofrimento dos outros, seja lá onde for,
universal, abrangente,
quanto lhe passa na mente,
nos instantes, nos encontros, fugazes, bem repentinos,
com pensares… com desatinos!!!...

… sinceridade, punhal que trespassa, que arrasa, que fere, que mata,
quando se aventa, quando traça,
marca que queda, ferida, tão sentida, tão profunda,
que não altera, que não muda,
hipocrisia que abunda, falsidade que enxameia,
dos que vegetam, insanos,
que não atalha, alteia,
avoluma a fantasia, cruel, oca, vazia,
redundante, prepotente… alegoria!!!... Sherpas!!!...

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

... de cortar à faca!!!...




… de cortar à faca, o silêncio,
numa penumbra que se vai desfazendo,
isolado, na madrugada,
como gosto de fazer, escrevendo,
bem longe de refregas, imenso,
na minha individualidade, crendo,
com uma grande vontade, penso,
dentro do meu melhor amigo,
quando o faço só, comigo,
sem companhias adversas,
muito longe das conversas,
adentrando-me, muito íntimo,
companheiro nas horas vagas,
no tempo que se alonga, perdido,
quanto caminho, quantas chagas,
quantas alegrias visualizo,
nesta penumbra que se desfaz,
neste silêncio que me apraz,
nesta entrega, sem refrega,
que me assola… que me chega!!!...

… encontro marcado, todos os dias,
numa hora imprópria, bem cedo,
entrega, voragem, manias,
fuga de todos, fuga do medo,
esperança que se constrói,
sonhos, utopias,
quanto silêncio, quase segredo,
quando, sentado, vou escrevendo,
bem afastado de qualquer pensamento,
ao sabor do que me sai,
sem rumo definido, muito sentido,
por dias passados, sofridos,
recolhido em mim, introvertido,
escondido da vida, em silêncio,
nesta penumbra que se dissipa,
que se vai desvanecendo, lentamente,
numa normalidade que se repete,
dando lugar ao dia, imenso,
que se clareia, que se agita,
num instante, de repente,
que nos enche… nos aquece!!!...

… tantos factos, acontecimentos,
sociedade que se procura, com loucura,
insatisfação permanente,
que passa, sofrimentos,
bem calados, bem fundos,
em tanta vida perdida, obscura,
na alma de muita gente,
quanta insanidade,
quanta perversão disfarçada,
dos que têm tudo, não têm nada,
vorazes inconsequentes,
seres que não sentem, dementes,
conduzidos por interesses materiais,
falando dos mais normais,
esquecendo os menos iguais,
tão entregues aos seus quereres,
em silêncios estarrecedores,
penumbras densas, haveres,
posições desmedidas, favores,
quantos conluios, quantos segredos,
quantos receios, quantos medos,
não solitários, matinais… em grupos,
alargados ou reduzidos,
bem delineados, conduzidos,
quantos espectros… quantos vultos!!!... Sherpas!!!...

... contos de Natal???... Porque não???... (antiga)




…contos de… Natal???... Porque não!!!... Está na época, está na moda… fica bem!!!... Não há jornal, não há rádio… nem televisão que, não os publique, os edite!!!... Os contos sempre fizeram sonhar, miúdos e graúdos, sempre deram alguma ilusão, um sentir bem, tremenda satisfação!!!... Vai daí… entraram na berra, chegaram, a outras esferas, às mais elevadas… às do mundo das letras e das artes!!!... Não há elemento escrevinhador que se preze… neste nosso Portugal, e não só, por toda a parte que… levado pela emoção, pelo lado bom, se não ponha a inventar uma situação, um conto… com bruxas, com fadas, com demónios, com coitadinhos, situações complicadas e complexas, de arrebatar, de fazer chorar, desde o meio, quase… até ao fim, onde, por artes mágicas, por boas vontades, se consegue, afinal, naquele reino, naquele vale, naquela aldeiazinha, naquela cidade empedernida e dura, naquele tempo, noutra era, num Mundo muito diferente, longínquo… fazer justiça, acabar com o mal, levar a verdade de vencida, compensar os pobres coitados, terminar a estória com sorrisos e promessas… para sempre, felizes e contentes!!!...

…recordo, com saudade… os contos que ouvi, em criança, que me preencheram os sonhos, que me deram alento, que me ajudaram na formação pessoal, que me prenharam a imaginação, que me dotaram de aversão tamanha aos bruxos e às bruxas, aos demónios, aos malvados, aos prepotentes e calculistas, tal como… ao invés, embora… com uma quantidade razoável de anitos em cima, continue a acreditar na vitória do bem, contra o mal, em utopias, em fantasias, em fadas boas, em cavaleiros andantes, em heróis… no bom da vida, inocentemente, tal como dantes!!!...

…claro que não vou falar de cavalos azuis, de elefantes com asas… nas orelhas, voadores, de magias, de feiticeiros, de encantamentos em castelos, em palácios, de duendes, de gnomos… de zombies, criaturas medonhas, inverosímeis, inexistentes, para assustar, para espantar, para encantar, causar sonhos doces e bons, pesadelos de aterrorizar!!!... Claro que não!!!... Antes, pelo contrário, um conto normal, vulgar, de gentes como nós, sem mais, sem menos… com complicações, com vidas correntes, com sentimentos, com sofrimentos, com alegrias, com tristezas!!!...

… levado pela época, como mais um… coração de manteiga, não resisto, claro… tento acompanhar a leva, a marcha, tenho de a contar… uma estória, um conto, como outro qualquer, com malvados, com vítimas, com boa gente… com recompensa e castigo finais, respectivamente, é evidente!!!... Todos começam da mesma maneira:

- Era uma vez… numa terra pequenina, com poucas casas, com pouca gente… junto a um rio, formoso e belo, de águas mansas, quase paradas, languidamente esparsas, com barquinhos de vários tamanhos e feitios, uns que subiam, outros que desciam, coloridos, repletos de gentes, contentes, alegres, divertidas, fazendo adeus, quando passavam, para as populações das margens, dessa terrinha e doutras, parecidas… uma menina, pequenina que, tal como outros e outras, da mesma idade, por ali brincavam, regalavam suas vistas, agitavam suas mãos, correspondendo aos cumprimentos, pulando, saltitando, de satisfeitos!!!... Plena emoção… enorme contentamento!!!... O dia ia passando e… a criancinha, rodeada por altos montes, escarpados, verdejantes, tanto dum lado, como do outro… do dito rio, continuava brincando com os companheiros e amigos, fazendo adeus para os barcos que passavam, saltitando!!!...

… a referida, vivia com o pai e com a mãe… operários numa fábrica de calçado, afastada daquele sítio a quem, só via, logo pela madrugada e, no final do dia… quando a levavam, ainda adormecida, ao colo, para casa da avó, à beirinha daquele rio, encantado, maravilhoso, moldura enorme, pintura de sonho, enquadrado por aqueles montes com… degraus de gigantes, carregados de verdes, por vezes… mais escurecidos, acastanhados, consoante a altura do ano!!!... Já tinha reparado nisso, embora pequena, com pouco entendimento!!!... Ainda não andava à escola e… a sua mestra, senhora de idade avançada, mãe da sua mãe, era compreensiva, adorava a sua pequenina, fazia-lhe todas as vontades, enchia-a de mimos e carinhos!!!... Vivia feliz… ainda mais, com os companheiros de brincadeira, com o rio, com os barcos… que subiam ou desciam, aquele rio deslumbrante, com os saltitos que dava… enquanto gritava, fazia adeus àquelas pessoas, contentes e satisfeitas que… quando passavam, as saudavam!!!... No final da jornada, cansada, meio a dormir, meio acordada, ao colo… lá ia ela, de novo, de volta a casa dos pais, quando estes regressavam, cansados da tarefa, do trabalho que faziam, na tal fábrica de calçado, mais para o interior, mais afastada daquela maravilha, daquele espelho alongado e serpenteante, doirado… quando o sol lhe batia, mais acinzentado, quando chovia!!!...

…rendida, morta de cansaço, dormia… quando chegada ao lar!!!... No dia seguinte, como rotina… doce e bela, sem agitação alguma, sem intromissão, a estória… repetia-se, inalterada, dia após dia!!!... Vivia feliz e… contente, como gente pequena, merecedora!!!... Um encanto, uma maravilha!!!...

…houve um dia que, ficou pensativa, cabisbaixa, contristada mas, pelo sim, pelo não… não disse nada!!!... Foi estranho… foi diferente!!!... Os pais acordaram mais tarde, mal dispostos, deixaram-na deitada… falavam em surdina, um com o outro, sentados, de pé, saindo e entrando de casa, estavam diferentes!!!... Pareciam outros!!!... Ela, na sua santa inocência, quieta, no aconchego da cama… encolhida, pensava e tornava a pensar e, por mais que puxasse pela cabeça… não encontrava resposta às muitas perguntas que se fazia, a ela própria!!!... Porque razão, naquele dia… não ia, como sempre, para casa da avó, meio a dormir, meio acordada???... Porque razão não ia brincar com os seus amigos, os de todos os dias???... Porque razão não ia fazer adeus aos barcos que passavam???... Porque razão não ia para junto daquele amigo doirado e serpenteante, junto do qual brincava… o rio???... Porque razão não se ia deslumbrar com aqueles cabeços enormes, verdes e viçosos, degraus enormes de gigantes???... Porque razão os pais falavam, como falavam, estavam em casa, entravam e saíam… com ar de aborrecidos, quase zangados???...

…os dias foram passando e… aos poucos, foi-se apercebendo do que tinha acontecido!!!... A fábrica onde os pais trabalhavam, desde sempre… tinha falido, segundo tinha ouvido, pouco sabendo o que eles queriam dizer com isso, com o falido!!!... Certo, certinho… é que a sua vida, deu uma reviravolta grande!!!... Que saudades tinha das brincadeiras, das idas e das vindas, ainda, ou já… dormida, da casa da sua avó, do rio, das brincadeiras, dos adeus, dos companheiros, da alegria dos pais, agora… tristonhos, preocupados, em casa ou… entrando e saindo, por vezes, mal dispostos!!!... Quando pedia alguma coisa, tal como fazia antigamente… normalmente, ouvia um não rotundo e seco, dado pelo pai, dado pela mãe!!!... Estranhava mas… aceitava, como boa filha que era, pequena ainda!!!...

…o tempo foi passando e, lá em casa… foi reparando que, iam faltando coisas a que estava habituada, tanto em casa dela, aos fins-de-semana, como em casa da avó!!!... Que saudade tinha da avó, do rio, dos barcos, do adeus daquelas pessoas que passavam, quando subiam quando desciam, dentro dos barquinhos coloridos, contentes e satisfeitos… dos montes verdinhos e altos, dos amigos de brincadeiras!!!... Os pais tornaram-se mais irritadiços, pouco falavam, em casa ou… saindo e entrando, constantemente!!!... Tão diferentes que eles estavam!!!... Não pareciam os mesmos!!!...

…houve uma altura que… de repente, se encontrou em casa da avó, outra vez!!!... Segundo ouviu os pais, era para ficar uma temporada mais alargada!!!... Continuou vendo, enquanto brincava, junto ao rio… os barcos coloridos, quando passavam carregados de gentes que faziam adeus!!!... Ela olhava mas… já não correspondia!!!... Começou a andar preocupada!!!... Já não via os pais… há muito tempo e, a sua permanência em casa da avó, tornou-se efectiva, permanente!!!... Foi crescendo…foi pensando e… não encontrava resposta para aquela situação!!!... Entristecia… a olhos vistos!!!... A sua avó, a dos mimos, a dos carinhos… também preocupada, pouco falava!!!... Ela sentia-se triste!!!... Não sabia bem… porquê???... Vezes por outras… a avó, recebia umas cartas e, pelo rosto… perpassavam-lhe assomos de preocupação, de aflição!!!... Já a tinha encontrado, sentada a um canto, chorando… baixinho!!!... Quando a via aproximar-se, disfarçava… como se nada!!!...

… a vida da menina modificou-se, ensombrou-se!!!... Começou a surgir uma certa penúria, falta de coisas na casa… onde, outrora, nada ou pouco faltava, na da avó!!!... Nunca mais tinha ido para casa dos pais!!!... Tão pouco sabia… o que era feito deles!!!... Ela, sentia-se mal… brincava, pouco ou nada, com os amigos, já não achava graça nenhuma ao rio, aos campos altaneiros, os das margens carregadinhos de vinhas, de vinhedos, nem aos barcos, nem às pessoas que faziam adeus!!!... Começou a andar entristecida… também!!!...

…foi uma época muito difícil para todos, foi crescendo, foi endurecendo, foi achando pouca graça a coisas que… há uns tempos atrás, tanto a satisfaziam!!!... A avó, com os desgostos… foi envelhecendo, mais e mais!!!... Cartas que se enviavam, cartas que se recebiam… uma fartura de tristezas!!!... Até que…um dia, estando ela pertinho de casa da sua avó, a ouviu dar um grito, um Graças a Deus, um riso… plena satisfação!!!... Um chamamento, uma corridinha, uns braços sôfregos e fortes que a abraçaram, muitos beijos, uma imensidão deles… juntos, com lágrimas de emoção, um arrebatamento, um encanto!!!... Tão bem se sentiu… meu Deus!!!...

…mais tarde… tomei conhecimento, soube o que se tinha passado… mais crescida, já não criança!!!... Soube o que era uma falência, soube o que foram as horas aflitivas dos meus pais e da minha avó, as penúrias que passaram, os sacrifícios que fizeram, a procura intensa e aflitiva, por outras terras, bem longínquas da minha, daquele rio de encantamento… em busca do que tinham perdido, de trabalho!!!... Os desencantos foram muitos, as contradições… mais que abundantes, os sacrifícios… imensos, até que… se deu o esperado, o desejado!!!...

…e, logo agora… por alturas do Natal!!!... Ela até tinha pensado pedir, ao Pai Natal, um computador mas… não se atrevia, sequer!!!... Ficou compensada com a situação dos seus pais, já com emprego, mais normalizados… como antes!!!... E, como se fosse obra de milagre… não é que, com as suas actividades, as actuais, iam morar pertinho do tal rio, uns quilómetros mais para cima, o tal das águas doiradas, quando o sol se reflectia nelas, mais acinzentadas… em dias de chuva, emparedado, em ambos os lados, por vinhas… naqueles degraus gigantes, verdes ou acastanhadas, consoante a época do ano, claro!!!... Com que emotividade, tornaria a fazer adeus… como em tempos, quando mais nova, mais criança, às pessoas sorridentes e efusivas que… sobem ou descem o rio, naqueles barcos coloridos, cumprimentando os que estão, os que vivem nas terrinhas, pequenas ou grandes… nas margens deste rio encantado, colorido… amor dos seus amores, companheiro de toda uma vida, dos seus, dela… também!!!...

…e… foram felizes, para sempre!!!...

…teria sido, será… mais um conto de Natal???... Quiçá!!!... Abraços do Sherpas!!!...


terça-feira, 25 de dezembro de 2007

... brincadeiras!!!...

Brincadeiras

Um cão que salta e brinca,
uma criança que o desfruta,
um latido, um ganido que fica,
um pulo, um simulacro de luta,
satisfação plena dos dois,
naquele jogo consentido,
amizade que perdura, depois,
dum para outro amigo,
na brincadeira, nos pulos, na alegria,
no gosto que os mantêm unidos,
neste, noutro e noutro dia,
de dois seres compreensivos,
jovens e abençoados,
comungando todos os prazeres,
dois amigos, dois seres,
bem juntos, identificados,
mas, o tempo passa,
o menino foi crescendo,
o cão já não salta, já não caça,
a amizade foi desaparecendo,
o rapaz já não brinca,
o cão já não corre,
ronceiro, fica e dorme,
amolengado, velho e lento,
olha, por vezes, o companheiro
dum passado, menos cinzento,
mais brilhante e prazenteiro,
quando o tinha, por inteiro,
ao rapaz que era menino
e amigo de brincar,
bem pequeno, pequenino,
quando podia saltar,
correr, brincar e ganir,
gozando o prazer da companhia,
do seu amigo, com alegria,
quando era pujante e cachorro,
quando latia e ladrava, em coro,
com as palavras e gritarias
do pequeno, das alegrias,
do menino que já cresceu,
do amigo que já perdeu...

... Sherpas!!!...

... bairro de lata!!!...



... já me imiscuí por paragens dantescas de miséria,
olfactei odores pouco agradáveis,
chusma de excluídos, maleita séria,
vi cenas de pobreza extrema,
passei por barracos feitos de chapa, de latão, de cartão,
cirandei pela sala principal destas gentes,
a rua que os abriga,
doença grave que se não cura, sempre na mesma,
o esgoto que corre bem ao meio,
de fome,
grande barriga,
regato onde brincam crianças quase nuas,
sorridentes com todos os dentes,
cabeças à chuva, ao vento, ao sol,
sociedade desconforme,

apesar da boa intenção,
proferida por quem governa, que afirma,
ridículo encartado,
quando se perfila
perante os que lhe dão relevo,
mavioso enlevo,
qualquer câmara de televisão,
pasquim com tiragem suficiente, orquestração,

homens sentados, velhos, novos,
batendo cartas, pensativos,
trapos que são lavados em águas sujas, ali à porta,
gestos repetitivos,
som que se atira, mais forte, estridente,
chamamento, ameaça,
gritos aflitivos,
lancinante apelo a um Deus que ignora
quem sofre, quem pena, quem chora,

uma risota, uma chalaça,
encolher d´ombros,
aceitação,
passar do tempo naqueles escombros,
ruinhas estreitas, amontoado d´almas,
fumaça que se solta dum braseiro aceso,
sardinha assada, pequeno acervo
para tanta boca à mingua,
saliva na boca, papila que lembra, ponta da língua,
dali emerjo,
afluo,
recuo,

sítios parecidos, favelas que se aglomeram,
pessoas que esperam
quando desesperam,
sorte ou destino que se abate,
fúria que arrasta,
tortura que mata,
chuvada que passa,
rio que engrossa, lençol lamacento que se estende,
submerge o que encontra,
se mostra na montra,
milhares que se apagam,
rostos inexpressivos
mais mortos que vivos,
sombras indefinidas tão desvalidas,

são corpos, são mortos
de fome, plenos de desgraça,
foice que cega, terrífica que... passa,

sempre assim foi, continuará sendo,
não se importando, lá vão,
enquanto, gemendo,
desvalidos se encostam aos montes,
lugares perdidos pelos continentes,
sobras, restos,
horrendos manifestos
duma civilização que se perdoa
quando entoa
oração a preceito, num templo,
evoca ou avoca em seu proveito,
esquecendo defeito,
aquilo que vejo, agora contemplo,

memória que fica,
passagem que marca,
fúria que sinto num bairro de lata!!!... Sherpas!!!...

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

... as gordas!!!...

... naquele sítio!!!...




…naquele sítio, sempre o mesmo,
debaixo de sombra frondosa,
um magote, gente calada, interessada,
jogando, com interesse, a esmo,
numa mesa de pedra rugosa,
com um pano de cor esverdeada,
onde caem, numa atitude vigorosa,
cartas velhas, sujas e gastas,
de tanto serem manuseadas,
ao longo de tardes quentes de Verão,
numa espécie de campeonato,
tal é a minha sensação,
quando me aproximo, sozinho,
me quedo, estupefacto,
com os sorrisos, os ditos, a ilusão,
o empenho, a dedicação,
do homem velho, do mais velhinho,
naquele despique, naquele confronto,
fazer tempo, matar solidão,
ajuntamento… ponto de encontro!!!...

… saem de casa, tugúrio sombrio e triste,
arrastam os pés, dão passeio, sentam,
aguardam, uns pelos outros, quando chegam,
olhos ainda vivos, perspicazes,
alguns, de cigarro em riste,
outros, com mais achaques, menos capazes,
tossem, escarram… suspiram,
ainda mexem, ainda respiram,
caminhada que se prolonga,
na casa dos setenta, nos oitenta e tais,
alguns, excepção honrosa, ainda mais,
velhos, pobres e gastos,
sem dinheiros, aposentados de miséria,
ainda riem, dão pilhéria,
gargalham da penúria, da incúria,
rijos, adoentados, não fartos,
naquele retiro, naquele poiso, convívio,
à tardinha, jogam… sem pio!!!...

… o tempo passa, fica a desgraça,
mantém-se o impasse, na jogatana,
perto do lar, longe da cama,
tão pequeninos, habituados,
naquele sítio, naquela praça,
junto ao jardim, perto de mim,
numa espécie de campeonato,
chego-me ao pé… quedo parado,
idosos, aposentados, são assim,
agarram no corpo, abrem as mentes,
falam com outros, enfrentam as gentes,
batem as cartas, com emoção,
pobre País, triste Nação!!!... Sherpas!!!...

... natal!!!... (antiga)


…Um bom Natal, com paz e amizade entre todos, diferente dos anteriores, com políticas correctas e sensíveis, mais favoráveis aos carentes, aos que sofrem, a quem dão umas migalhas, umas vezes por outras!!!...Os que podem, os do Poder, (…ah, o Poder, dizia ele…) podem, se tiverem consciência e bom senso, inverter esta política que, a meu ver, não leva a lado nenhum, só beneficia os grandes negócios, nas grandes feiras vergonhosas que se vão fazendo, perante os nossos olhos, com a conivência duma maioria, bem menor, que perdeu o norte, tal como o governo, sem rumo, sem objectivos precisos que se limita a legislar, a proibir, a multar, a sacar dinheiro, com impostos do arco-da-velha, aos de sempre!!!...

…Natal, como nascimento/dum ser, dum inocente/junto dum pobre jumento/num buraco sujo e escuro/sobre palhas amarelas/chão imundo, pouco puro/imagens não tão belas/ como, por todo o Mundo/espalharam, com fervor/aquele momento, aquela dor/dum casal, muito normal/filhos dum Deus, muito maior/num nascimento, como tal/o primeiro, desse Senhor/bebé universal/menino mais que adorado/doce referência, nosso igual/tanto no bem, como no mal/palavras para entreter/hipocrisia tamanha/perdão, que faz sofrer/indiferença, que se assanha/em época de redenção/proventos, que se auferem/pelos vendilhões de serviço/dos que podem, dos que querem/dos que ganham com isso/falsas vontades, disfarçadas/bondades ocasionais/voluntários benevolentes/neste e noutros natais/pessoas que, não amadas/renegadas por outras gentes/outros extractos, os dos crentes/beatos confessos, assumidos/de vozes gritantes, frementes/que não ouvem gemidos/durante anos e anos /em guerras provocadas/causando mortes e danos/entre outras canalhadas/logo disfarçadas, com perdão/como praticantes na religião/da festa, da bênção /entre hóstia e comunhão/sempre limpos, puros, inocentes/nesta época, neste período/em qualquer parte do Mundo/cruéis com os indigentes/os que perdoam, os que afagam/os que maltratam, os que matam/em nascimentos renovados/aqui, em muitos lados/agora, noutros tempos/consoante o soprar dos ventos/d´acordo com interesses/ ganhos e benesses/desses seres, dessas gentes/estranhas, desconformes/que, tanto rezam, se condoem/como sacrificam, corroem/outros, tantos iguais/neste, noutros Natais!!!...

…Deixem-se de tretas, deixem-se de lugares comuns, deixem-se de circos, deixem-se de álibis, deixem-se de promessas que não cumprem, deixem-se de molhadas, deixem-se de manigâncias, deixem-se de populismos demagógicos, façam um exame de consciência, deitem fora o que não presta, arrepiem caminho, pensem nas pessoas, aproveitem a época natalícia para serem mais coerentes e verdadeiros convosco, com os outros!!!...As políticas que servem os políticos e uma minoria de portugueses não têm futuro, embora as apelidem de Modernas!!!...Não atirem mais areia para os nossos olhos!!!...Não somos tão bacocos como pensam!!!...Bom Natal para todos e…é sempre tempo de arrepiar caminho!!!...

Um abraço do Sherpas…

domingo, 23 de dezembro de 2007

... as gordas, de borla... são mais baratas, claro!!!...

... entre patetas e... deprimidos!!!... (antiga)




…entre patetas e deprimidos…me vou desenvolvendo, quanto a pensares, quanto a deduções, quanto a conclusões, muito minhas, claro, sem intenção de perverter, intentar, sequer!!!...Quedo pasmado com o que vou lendo, com o que vou ouvindo, com o que vejo, para nosso mal, queira ou…não!!!...Donde provêm as depressões???...Donde provêm as patetices???...Dualidade esta…a que me assombra, a que me confunde!!!...Sou impressionável, como pessoa, como humano, com sentimentos que…muito prezo!!!...Não me vou em cantigas, com relativa facilidade, não sou clubista, não visto camisola…não sigo qualquer bandeira, de qualquer maneira!!!...Mas, basta de falar sobre a minha pobre e…mesquinha, segundo alguns, pessoa, deprimida, por opção, com devoção… por razões, mais que muitas, pois então!!!...

…através das televisões, privadas ou não, vamo-nos apercebendo do que somos, do que temos e…concluímos, deprimidos, que temos e somos pouco, muito pouco, a nível dos que deveriam ser muito, em certos aspectos… dos que deveriam ter menos do que têm, noutros campos, noutros sectores, os dos capitais e…outras coisas mais!!!...O dinheiro não é tudo na vida, quando mal distribuído, quando ganho com fantasia, quando, devido a negócios sombrios, engrossam certas carteiras, já bastante recheadas, bem gordas e luzidias, sempre as mesmas, como um dom, como um acto de magia, uma assombração, quiçá!!!...Há quem muito tenha e…quanto a sentimentos, a formação pessoal, seja um nabo, um pavão insensível, pateta convencido, sempre de mal…com a vida!!!...Razão para depressão, estes tipos, os dos milhões, também a têm, funcionam à base de Xanax, sempre com medo dos ladrões, em redomas bem fechadas, higienizadas, longe das confusões…com as suas imensas ganâncias, com as suas taras e manias…como cantava e canta o Marco Paulo, claro!!!...Depois, bem…depois, vão acumulando uma série de patetices, de novelices, de crendices esquisitas, como se fossem o que…nunca chegam a ser, não deixando de pertencer ao grupo dos patetas, os dos negócios, os das bolsas, os do Poder efémero, passageiro, fugaz porque…com o tempo, cerca de oitenta a noventa anos, para os mais felizardos… também se gastam, se esfumam, como se nada!!!...

…entre estes, os das massas, os das honras, medalhadas ou não, com fundações e estátuas, com legiões de serventuários, súbditos, servos, escravos, lambedores de gamela, abanicos de salamaleques, sorvedores de fundos de tacho, apanhadores das primeiras sobras e…os deprimidos, os votados ao abandono, os que vegetam, os que se vão safando, com pouco, muito pouco, quase nada…ando eu e, muitos como eu, os que por obra e graça do pensamento, a seu jeito, alinham uma série de palavras, compõem frases…formam um texto, com pretexto…ou sem ele!!!...Depois de escrito, com as suas razões, loucuras…porventura, se revêem no que escreveram, se deliciam com o que criaram, se completam… com o que sentem, quando escrevem!!!...Taras e manias…as dos patetas, com as suas, as dos deprimidos, com as deles e…entre uns e outros, em meias águas, não em meias tintas, com as tintas todas, claro…os que, como eu, deprimidos e apatetados, por vezes, consoante os ventos, consoante as correntes, consoante o espírito criador, fazedor ou…destrutivo, sem prévio aviso, sem clubite, com um fito…o de arranjar justificação para o injustificável, despacham, sem pudor, para um papel, para um computador, tudo o que lhes vai na alma, no interior!!!...Pois é, entre patetas e…deprimidos!!!...Sherpas!!!...

... entre o tudo e... o nada!!!...




…entre o tudo e o nada,
há uma… imensidão,
tantos lagos, tantos mares, tantos rios,
tantas venturas, tantos vales verdejantes,
tantas alegrias, tantos sorrisos, tanta ilusão,
tantas dignidades, tantas verdades, tantos brios,
tantas montanhas, tantas neves, tantos gigantes,
pelo meio, dispersos…confusos,
tanta incúria, tanto laxismo,
tanta inépcia, tantos obtusos,
tantos anões, esquecidos, profundo abismo,
tanta e tanta perversão,
tanta promiscuidade, tanta vaidade,
quanta e quanta corrupção,
carradas de inverdade,
riquezas… bem menores,
receios, medos que nos assustam,
taradices nojentas, incrédulas,
baixarias, vilanias que estrondam,
tal o barulho… o escândalo,
não avezinhas, libélulas,
castelos que se derrubam…arrombam,
quão temerosos, quando nos assombram,
pecaminosos, não aceites,
extractos baixos, altos…reles,
raivas, ódios…enfeites,
antítese do mel, ácidos como fel,
custosos de engolir, de ver,
desumanos, podem crer,
…uma imensidão,
quanta diversão, quanta indiferença,
perante o que se prostitui, o que se droga,
males que proliferam, avença,
conluio, segredo que se mantém,
negócio, interesse,
mordomia, benesse,
disparate, hipocrisia,
entre o tudo e…o nada,
abismo, precipício… bem profundo,
pequenas coisas, simples, insignificantes,
Judas Escariote, Tadeu …gritantes,
antípodas, opostos…aviltantes,
lagos, mares e rios,
montanhas, neve e…frios,
vales sombrios, verdejantes,
tanto agora…como dantes
entre o tudo e…o nada,
uma imensidão,
fantasia…pura ilusão!!!...Sherpas!!!...