quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

... abençoados... os simples!!!...

... no seu pequeno MUNDO, era feliz,
sorrindo, bom agrado, entre vulgares,
e, o tempo passa,
tão diferente, como gente,
todos lhe achavam graça,
como quem diz,

não lhe levavam a mal,
aceitavam-no,
fazia parte, naquele sítio,
em qualquer local,
quase ex-libris daquela urbe,
ave à solta, em liberdade,
na sua cidade,

uma referência incontornável,
tão perdido, tão confuso,
tão inocente,
para a família, uma consternação,
andava de mão em mão,

nas ruas que percorria,
com sorriso alargado,
não levava a mal,
vivia o seu sonho,
não o lembro tristonho,

uma alma distinta,
fazia parte,
sendo pouco, não era louco,
alguma esperteza, resposta rápida,
adolescente, ainda,

franzino, ágil, irrequieto,
olhos abertos, desejoso,
tendo nada, rua comprida,
lojas abertas,
entrava, saía,
depois, depois... lá ia,
parte incerta,
alguma casa, porta aberta,
onde comia, descansava,
dormia,

sem escolaridade, foi crescendo,
brincando, correndo,
linguarejar confuso,
ladino, da vida, mui profuso,
tudo o maravilhava,
observando, guardando,
conhecimento que buscava,
andando, andando,

sorrindo, sendo aceite,
fazendo parte, sendo enfeite,
elemento com falhas,
entre vulgares,
tão puro, sem gralhas,
alguns monossílabos, apenas,
pardal sem penas,

muitas agruras,
consternação,
na família, profunda aceitação,
era mais um, na povoação,

diversão sem fim, sua opção,
almas simples, tão puras,
fazia parte, quase ex-libris,
como quem diz...

por vezes, quase sem querer,
alguma contradição
no seu pequeno viver,
algo que o machucava,
transmutava-se por completo,
barafustava, gesticulava,

produzia sons,
palavras ininteligíveis,
fazia coisas incríveis,
causava estragos,
bradava aos céus
perante impotência que sentia,
tristonho, carrancudo,
ia-se-lhe a alegria,

ficávamos incréus,
estranhávamos,
sentiamos, também,
diligente, como mãe,
surgia, condoída,
olháva-nos de frente,
criança bem protegida,

lá ia, para casa,
pardal sem penas,
debaixo da asa,

depois, mais tarde,
aparecia
como se nada tivesse acontecido,
vivendo a cidade,
vivendo o seu sonho,
grande sorriso, muita alegria,
outro dia,
outra verdade,

passaram-se anos,
adolescente, ainda,
deixou de aparecer,
quase ex-libris da urbe,
inocência entre enganos,
algumas graçolas,
gastando botas,
enquanto percorria
seus cantos, recantos,

suas maravilhas,
ilusões tão grandes,
alma pequena,
simples, entre normais,
carinho dos pais,

desgosto imenso,
lembro,
quando penso,
partiu, em sossego,
sem gritos, sem medo,

povoado mais triste,
reino tão GRANDE,
domínio futuro,
igual, como os outros,
abençoado, na certa,
mente mais desperta,

certamente, risonho,
juntinho a seu sonho!!!... Sherpas!!!...