sábado, 5 de setembro de 2009

... eixo rebaldeixo!!!...



... é cíclico, acontece após alguns milhares de anos,
sempre assim foi, afirmam convictos,
os científicos,
o eixo imaginário deslocou-se um pouco,
o anticiclone dos Açores já não protege,
foi mais para o Atlântico Norte,
com certezas, com enganos
tentam justificar este Mundo louco,
nas rotações que se sucedem,
nas translações que acontecem,

tal como quem leva um murro nos queixos,
maxilares que se deslocam,

enxurradas que se abatem em Países europeus,
formiguinhas desvalidas,
quantas mortes, quantas feridas,
não há providência de Deus,
cruel destino que tudo arrasta,
sem oração, sem graça,
facto consumado que nos destroça,
quando nos toca, quando nos roça,

não se ajustam, não se colocam,
funcionam com desperfeitos

evidência que apavora,
gritos, lágrimas de quem chora,
alguma indiferença por parte de quem não pensa,
aceitação dum Inverno em pleno Verão,
desde há décadas que se não via tal inversão,

como numa brincadeira qualquer
quanto a eixos, rebaldeixos

eles furam, enterram, exploram,
buscam, sugam, explodem, investigam,
instigam, estudam, analisam,
preenchem compêndios inteiros,
desfazem no que já sabiam,
aprendem novamente,
sabedores, quase certeiros,
pobre daquele que mente,
conhecimentos vagos, falhos,
quantas pragas, guerras, ralhos,
somos assim, somos gente,

fazendo o que se bem quer,
investigando como criança
numa horrível contradança,

temperaturas que queimam,
matam plantas, animais,
humanos também, como iguais,
sopram calores intensos, ingerem líquidos, mergulham
esbaforidos,
sentem-se mal, quase perdidos,
nunca tal coisa se viu,
que saudades do tempo frio,
incêndios avassaladores, ineptos, quando chamados,
bombeiros apalermados,
aviões que espargem águas, desastres,
quedas bruscas, mortes enquanto ajudas, enquanto buscas,
velhos desprotegidos,
vítimas duma situação criada por abusos,
por lucros,

em desarmonia consertada
não ligando mesmo nada,

ganhos duma selvajaria que se chama economia,
produção em quantidades portentosas,
desperdícios, lixos, coisas,
coisas, lixos,
desrespeito pelo que estava perfeito,
atitudes calamitosas,
sociedades de luxo, acomodadas, despreocupadas,
estrépitos, guerras pavorosas,
experimentação do que se esquece,
aproveitação duma energia que se desconhece,
todo um lodo escuro, transformado,
utilizado,
alquimia diabólica
de básicos, engendrando complexos produtos,
podres os frutos,
carnes que consomem carnes,
tumores malignos,
indignos,

dando encontrões em profundidade,
nos cumes mais elevados
ignorando a realidade

desequilíbrio,
pesporrência de quem se julga dono de tudo,
cabeças ocas, sem ocorrência,
crédito absoluto numa ciência,
de acasos que se acumulam,
que desculpam,
eixos fora do sítio, períodos cíclicos,
anticiclone dos Açores,

como numa brincadeira qualquer,

quantas dores,
deslocação provável que ocorreu
mais para Norte do Atlântico,
não protege o que protegeu,
tudo inundou, tudo ardeu,
confusão que gera,
algo se espera,
interrogação permanente,
mal de todos... pobre gente,

quanto a eixos,
rebaldeixos,

quando lhes toca, quando lhes roça,
asneira grossa,
flores que surgem na altura menos própria,
abelhas em desvario,
frutos maduros, pólen inexistente,
estação que passa, gera desgraça,
acomodatícios,
sem honra, sem brios,
seres que acusam, sobrevivem no engano,
conhecimentos que não possuem,
justificações de quem não tem
mão no que lhes toca,
quando lhes bate à porta,

todos de rostos virados!!!... Sherpas!!!...

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