terça-feira, 20 de janeiro de 2009

... muito poderia escrever!!!...




… muito poderia escrever,
quanto não imaginaria, se me propusesse,
neste dia tão especial, o da mulher,
a vida, é coisa que se não esquece,
quem no-la deu, muito menos,
quando novos, bem pequenos,
dois interventores, dois senhores,
os nossos progenitores,
pai e mãe, homem e mulher,
casal que se completa, quando se quer,
bem desfasado no tempo, agora… no momento,
espaço mais franco, mais aberto, penso,
mais fechado, egoísta,
sem apego, materialista,
sabendo bem o que não querem,
na fúria em que se transformou o indivíduo,
glosando, de maneira muito própria,
cada um, com a sua estória,
desejando ir mais além,
partilhando, sem compromisso,
prazeres, corpos, mentes, memória,
quedando mais aquém,
com a vida que se não tem,
paternidade que se não assume,
maternidade indesejada,
muitas vezes, rejeitada,
pobres filhos de ninguém,
valores que não copiam, não possuem,
não têm,
numa sociedade que se disfarça,
se mascara, se desgraça,
quando param, sem parar… não evoluem!!!...

… tal como quando mais novo,
ignorante e temeroso, com os meus amores,
me deixava ir no rol da cegonha,
quando éramos encomendados,
aí vínhamos pelos ares,
sobrevoando qualquer terreno,
casas diversas, lares, países… até,
tal a minha curiosidade, a minha fé,
porque conversas dessas, conversas sérias,
não se tinha com miúdos,
era coisa de graúdos,
segredos, medos, misérias,
tacanhez de espíritos da altura,
pouca informação… nenhuma cultura!!!...

… lá íamos aprendendo, uns com os outros,
considerando, quase um pecado,
que tinha de ser confessado,
o que havia de mais natural,
o nascimento… o natal,
a entrega, a paixão, a união,
enaltecimento de qualquer casamento,
ponto alto, por completo,
a sementinha, no sítio certo,
tempos de espera, alguma confusão,
disfarce, com roupas largas, rudes,
do que se encontrava em gestação,
a surpresa, passos incertos, discretos,
senhora de meia idade, com atitudes,
experiente, de poucas falas,
afastando olhares, curiosidades,
mundo feminino… genuíno!!!...

… quantas perguntas, poucas respostas,
separação, aflição,
quando lembras o que não calas,
espaços ocultos, difusos, realidades,
parteiras, berros, mãos postas,
surgimento do resultado da… união,
mais um irmão,
sem ser apologista da ignorância,
simples recordação!!!...

… não tem nada que ver com o dia,
com a libertação do género,
o que recordei, com agrado e alegria,
numa família de então, num triste Inverno,
pensamento de homem, de mulher,
acontecimento, continuidade,
a chegada dum ser que se quer,
um filho, mais uma boca a alimentar,
uma carga… uma responsabilidade!!!...

… agora, com a igualdade, com a libertação,
sinto, por vezes, tristeza, comiseração,
mais em dias específicos, como o da mulher,
quando deparo com certas verdades,
que provocam muitas incomodidades,
com muitas conquistas por fazer,
sem ser machista, sem aplaudir as feministas,
como ser humano que se preza,
que não enjeita, que não despreza,
que aceita qualquer inclinação,
todo o tipo de ligação,
comungando do que mais importa na vida,
a realização pessoal, a felicidade,
isolada, conjugada, bem sentida,
sendo homem, sendo mulher,
sempre que se possa… quando se quiser!!!... Sherpas!!!...

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