sábado, 22 de novembro de 2008

... Budapeste!!!...



... quentes os dias, em Budapeste, terra de magiares, na Hungria (On-ogur, em turco... que significa dez tribos) do goulash, do Danúbio que não é azul aos pés dum Parlamento que o veste num pequeno troço da margem na cidade de Peste!!!... Duas cidades que se ligam por pontes que são um encanto, uma com avenidas largas e compridas, novos centros comerciais, restaurantes com algum requinte, outros mais populares, os tradicionais onde se podem degustar pratos típicos e mais baratos!!!... Lá se vai estendendo preguiçoso, o “ DUNA” que foi testemunho de tantos acontecimentos, império austro-hungaro com Francisco José Imperador, invasão dos Turcos, permanência indolente dos ditos, a banhos... com desfrute, poucas obras ou nenhumas, destruição, perseguição e matança de judeus, importante colónia na altura, pelos alemães da segunda Guerra Mundial, Reich da fera hedionda, Hitler nome maldito, apropriação da Rússia, depois de vencidos e expulsos, aquando da implantação dum regime, o comunista que caducou!!!... Cidade mui apreciada pela Sissi dos seus amores, do Imperador, claro... com suas belas pontes!!!... Outra, com o castelo... em Buda, palácios vários, bastião dos pescadores, as sete torres!!!... Duas cidades que se confrontam e completam na identidade que as distingue, as une, cepticismo que predomina agora, embevecimento dos mais novos, quase indiferença dos maiores, alcantilada, com banhos turcos, com termas, com massagens e passeios, devaneios e recreios na Peste mais moderna, rendida aos doces sabores do capitalismo logo após experiência negativa do sistema anterior, tristes recordações!!!...

... já lá tinhamos estado, passagem rápida que não deu para conhecer... tal como em Praga, na República Checa, dívidas que tinhamos, promessa que acabámos por cumprir com intensa satisfação!!!... Numa e noutra, com intervalo reduzido, fizemos o que sempre sonhámos, mais uma vez, por uns dias, instalados ao longo duma semana em hotéis centricos, fazendo deles casa própria... cirandando como gostamos, partilhando vida dos residentes, sendo checos, sendo hungaros, fazendo vida deles por inteiro, contactando nos restaurantes, nas tascas, nos mercados, nas ruas, nas praças, nas esplanadas dos vários cafés e pastelarias, ouvir, aprendendo nos museus, nos palácios, nos barcos que nos mostraram outras perspectivas, nos transportes públicos, autocarros e metro, seguindo, pistas e caminhos que vamos descortinando nos mapas que nos dão!!!... Indo até às estações ferroviárias, apanhando o comboio como cidadãos vulgares para nos deslocarmos a determinado local, entendendo através do inglês, francês, espanhol ou... português,usando a língua universal da mímica ou gesto que, à falta de melhor, também dá, levando mochila às costas, algum dinheiro no bolso, máquina fotográfica a jeito, estando perdidos, sempre encontrados numa cidade que vai sendo nossa, aos poucos, enquanto vamos caminhando quilómetros e quilómetros, na ânsia de conhecermos mais e melhor o que se nos oferece, imensa urbe que seduz, como todas, afinal!!!...

... chegámos pelo começo da tarde, calor de estalar... recebidos por uma guia que falava fluentemente o português, preparada para isso mesmo, sua profissão, simpatia que nos afagou de imediato!!!... Sorrindo, partilhando experiências mútuas lá nos foi encaminhando para o Hotel de três estrelas que tinhamos contratado através de agência de viagem, repetição do que se tinha realizado, ainda há pouco, na Praga dos meus amores!!!... Surpresa agradável quanto à situação do Ibis, na Raday Utca... pejada de esplanadas com respectivos pub´s e restaurantes, mais de duas centenas, uma elegância, uma tentação, uma companhia permanente, um encanto, um sorriso aberto!!!... Despedimos da guia com... um até amanhã, pensando na voltinha que fazia parte do circuito no pacote que comprámos, pois incluía meio dia de passeio por Buda e por Peste!!!... Fizemos o check-in, tomámos um duche, apresurámos a saída pedestre, deparámos com uma estrutura metálica imensa, entrámos e demos de caras com um mercado muito falado, obra do Eiffel francês, fartura de alimentos de todo e qualquer tipo, artesanato no primeiro andar, restaurantes típicos com iguarias de fazer arregalar os olhos, um self-service a preceito, um Mundo repleto de tudo que nos seduziu, onde voltámos mais do que uma vez!!!... Saímos e continuámos pela ponte Szabadsag, em obras... até à outra margem, em Buda onde visitámos as termas de Géllert, fomos subindo até cerca da estátua da Liberdade,(Szabadsag) por entre frondosa vegetação, caminho de cabras... parando e admirando vistas do Danúbio!!!... Regressámos ao Hotel, cansados mas satisfeitos... aguardando novo dia !!!...

... pelas nove horas da manhã lá estava a jovem guia que nos encaminhou para uma carrinha, seguimos até outro hotel onde recebemos mais um casal como companheiros de roteiro e fomos por ali, cidade de Peste, avenidas largas e bonitas, obras e estaleiros das mesmas em profusão, recuperação de monumentos, de casas apalaçadas, de ruas, de praças... uma confusão a que nos habituámos, cidade com necessidades urgentes, uma mãozinha no principal, atenção devida a quem merece, cidade bonita mas com descuidos do passado, regime anterior ao da União Europeia, sob o jugo da Rússia e do Comunismo!!!... Mudam-se os tempos, caem-se noutros... contratempos, alguns agrados e desagrados como em qualquer democracia com correntes ideológicas distintas, viragem brusca, narizes torcidos, desconfiança ainda, agrado dos mais jovens nos concertos, nos ajuntamentos, nos despreconceitos, nas vestimentas, nos carros e nas motos de grande cilindarada, nos fast-foods e centros comerciais, nas cervejas que se consomem, nas bebidas mais fortes que se emborcam ao longo das noites calorosas com muita conversa ébria que se vai sentindo, especialmente nas noites de sexta e sábado, no linguarejar descontrolado dum inglês com sotaque de magiare, numa fúria de usufruto do que lhes estava vedado, se encontra vedado ainda pela falta de fundos de maneio, vencimentos curtos, moeda não tão forte, o florim que se mantém, ao nível do nosso escudo antigo, mais velhos que não percebem, não entendem, deslocados e quase perdidos com tanta mudança, País com reviravoltas tumultuosas ou mais pacíficas nestas últimas décadas que deixaram marcas na cidade e em quem a habita, gente franca, pouco aberta, contra-senso que se percebe a cada momento, alguns laivos passadistas que ainda restam, atitudes bruscas, reizinhos de caca com que deparamos, servilismo total, humildade tremenda!!!... Tudo isto existe, coexiste... persiste na Budapeste que é um mimo!!!...

... atravessámos a ponte das pontes, a mais bonita... a Lanchid, em direcção a Buda, zona de termas, de castelo, da igreja do rei Matias que não é santo mas que tem uma igreja com o nome dele, das sete torres com vistas soberbas da cidade de Peste, com o bastião dos pescadores, com um intervalo para café, com uma simpatia como guia, denodadamente entregue a nós os quatro, explicando tudo, recordando Portugal na Lisboa e arredores que conhecia, dando dicas úteis para dias seguintes, falando da história do seu País, sobre as impressões pessoais que mantinha da Europa que ainda era um luxo para ela, para nós também, algumas dúvidas de que não abdicava, tal como qualquer parceiro mais débil, mais reduzido em fundos, em riquezas escassas que não surgem dum dia para o outro, dificuldades e incendiamentos contra a presidência de mercado aberto, insensível a pessoas, ao social que tarda, neo-liberalismo que prevalece, capitalismo numa triste cópia de quem não é exemplo para ninguém, os States das guerras, do Bush dos tristes feitos!!!... Pode ser que mude... um dia!!!... Foi uma manhã agradável... depois, bem, depois por nossa conta e risco, lá fomos!!!...

... voltámos a Buda, mais do que uma vez... pelas termas, pelos banhos turcos, pelos monumentos, pelo teleférico, pelas ruinhas no casario que se esparge por ali, pelas igrejas, templos maiores, museus e afins, pelo Bus que nos levou para fora da cidade até um Parque que reuniu todas as estátuas dos tempos do comunismo, excepto a da Liberdade, entre algumas mais, menos dimensionadas, passeámos pela Vaci Utca, pela ruas da Fashion, assistimos a actos culturais em local apropriado, em praças, em jardins, usufruímos de sombras e repousos na ilha Margarida, entre duas pontes, com várias ofertas para o cidadão normal, para o turista também, local de lazer, Éden na Terra!!!... Palmilhámos a Andrassy Ut para cima, para baixo, outras avenidas de interesse, estivemos na praça dos Heróis, apreciámos monumentalidade, fomos a museus, adentrámos numa exposição de fotografia, no Parlamento, filigrana maior junto ao Danúbio admirámos fino recorte exterior, interior do dito, corredor dos “passos perdidos”, outras salas contíguas, mobiliário e miniatura de tal preciosidade, extasiámos com a basílica de Santo Estevão, fomos à Ópera sem música como visitantes, à segunda maior Sinagoga do Mundo onde pensei, quando vi... cemitério de sacrificados, vestimenta dos judeus aquando do Holocausto, comparando com actualidade, outra realidade bem diferente, saboreámos pratos distintos numa restauração acutilante, cerveja fresca que saciou sedes e calores, comida mais vulgar em barraquinhas de parques, salsichas como nunca tinha comido, de picantes que eram, fomos húngaros ao longo duma semanita, contactámos com húngaros falantes de inglês, francês, espanhol e português, com gestos, também!!!... Para nos protegermos da comida regional... por vezes, faziamos uma curta visita ao McDonald, ao Burger King, comida lixo que, em pequenas doses, sabe bem, atalha um pouco comidas mais ferozes, fortes e fartas!!!... Culminámos, está bom de ver... com voltinha tradicional num barquinho do Danúbio, com bebida a bordo, contornando a ilha Margarida, passando no meio de tanta beleza, por baixo das suas belas pontes!!!... Voltámos, com vontade de repetir para outro destino... a fim de aprofundarmos conhecimento superficial que temos de quase todas as capitais que formam a EUROPA que gostamos!!!... Inté!!!...

... com alguns episódios que nos marcaram... esclarecemos mais sobre o género humano, ficámos mais ricos como pessoas, não sendo, cumprindo um destino que nos impusemos há muito, caminhantes como gostamos porque podemos e aconselhamos a quem pode ou se vulcaniza nesse sentido!!!... Enfim!!!... Abraço do Sherpas!!!...

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