sábado, 31 de maio de 2008

... pela desertificação do... interior!!!... (antiga)




… pela desertificação do interior, da parte rural do País, pelo abandono das terras florestadas, pela busca de vida melhor noutros locais, pela migração ou emigração, pelo bater a asa, pelas políticas erradas que se têm cometido, pela falta de perspectivas futuras dos que nelas viveram, pela falta de incentivo, pelo laxismo, pela incúria… quantas mais razões, deixemo-nos de ilusões, iremos bater na tecla de sempre, de quem é a culpa???... Veja-se o problema pelo prisma que se entender, que se lhe dê a volta ou não, que se paguem quantias avultadas a gentes estudiosas, entendidas e ilustres, de grandes saberes, com conclusões bombásticas, já esperadas, que se criem leis severas, justas ou não, que se multem, que se façam pagar coimas aos que não cumpram, que se fale e torne a falar do assunto, que se contratem helicópteros por muitos milhões, temo-lo aí outra vez, daqui a um mês, com maior incidência, talvez… quando o tempo aquecer, quando começar tudo a arder!!!... Pesadelo atroz, que nos afecta a todos psicologicamente, que nos reduz, nos faz pensar… o FOGO, é evidente!!!...

… os bombeiros e os helicópteros, são parte do problema, não solucionam… tentam truncá-lo, quando existe!!!... Esforços descomunais que se repetem, cada vez mais, heróis e vedetas, vítimas… por vezes!!!...

… não lhe acho jeito, não lhe vejo solução… em tempo de Verão, pelas razões já apontadas, por outras que surgirão, irá de aumento, um portento horrível, irreversível, um monstro que tudo devora, que se não condói!!!… Imenso tormento, dor de peito, mágoa profunda, quando o POVO chora, incapaz, quando vê destruir casas humildes, pertences, árvores e pastos… outros haveres, aos de poucos teres, aos velhos que quedaram nas aldeias desertificadas, nos montes perdidos, nas serras e nos vales!!!... Bem pobres e tristes, arreigados que estão àquele torrão, fracos para voos, pais velhos e avós, restos de nós, panorama de tragédia, indigna comédia, negócio rentável, País que arde… mais uma vez, assim me engane, satisfação teria, quanta alegria, se não houvesse razia, calamidade rotineira, cada vez maior!!!...

… os bombeiros e os helicópteros, são parte do problema, não solucionam… tentam truncá-lo, quando existe!!!... Esforços descomunais que se repetem, cada vez mais, heróis e vedetas, vítimas… por vezes!!!...

… não tenho solução, para o mal de Verão!!!... Alguns conselhos, boas intenções, culpas que se dão, problema de todos, leis que se fazem, leis que se não cumprem, ausências múltiplas por variadas razões, abandonos, campos desertificados, semblantes tristonhos, alguns resistentes, tão poucas gentes, decrépitas e gastas, sombras que se arrastam, que poisam por pedras, por degraus, por escarpas… com peso tremendo, décadas e décadas, oito, talvez mais, anos que os enfraquecem, que os debilitam, que os agarram a lugares inóspitos, a terras sem acesso, a paisagens deslumbrantes, a ruínas que os abrigam, casas lhes chamam!!!…

… os bombeiros e os helicópteros, são parte do problema, não solucionam… tentam truncá-lo, quando existe!!!... Esforços descomunais que se repetem, cada vez mais, heróis e vedetas, vítimas… por vezes!!!...


… Outonos tristonhos, visões ainda recentes do Verão acabado, da luta que se teve, que se manteve, quando notícia, quando lembrados, quando atacados por FOGO inclemente, princípio das chuvas, melancolia, choros silenciosos, bem dentro de cada um, bem guardados, recompensas nenhumas, muitas promessas, as mãos vazias, paredes negras, ressequidas… algumas erguidas, com tecto novo, com televisão por perto, com emissão, reportagem e conversas, com muitas imagens, incentivos cativos, paus secos e queimados, enegrecidos, memória do passado, espécie de estátuas que permanecem, que recordam agruras, que não deixam esquecer momentos, pavores e medos… Invernos duros, solitários e frios, incómodos os lugares, duros os leitos, parcos haveres, recordações que se acumulam, saudades imensas, terras que lhes matam a fome, umas couves, umas batatas, alguns frutos, galinhas e galos, borregos e cabras, um porco que outro… uma vaca, talvez!!!... Uma vida árdua, difícil, como sempre tem sido, mais isolada, quase perdida, Primaveras de gozo, campos floridos, ervas viçosas, terras de sonho, prazer de se sentir, de se ver, bênção dos céus e… pouco mais, repetição duma vida, por ali, perdida!!!...

… os bombeiros e os helicópteros, são parte do problema, não solucionam… tentam truncá-lo, quando existe!!!... Esforços descomunais que se repetem, cada vez mais, heróis e vedetas, vítimas… por vezes!!!...


… vejo e não esqueço, quando me lembro… oiço e não percebo o pouco que se faz, não critico, com essa me fico, não entendo este pedaço, este terreno, este País!!!... O mal vem aí, regressa de novo, interior sem Povo… ao Deus dará!!!... Haveria alguma saída, outra solução, um repensar duma triste situação… talvez como no tempo do D. Sancho I, quando povoou, dar terras e dinheiros a gentes jovens e capazes, incentivar os novos, os rapazes, as raparigas doutros cantos da Terra, tanto do Leste, como das terras africanas, fazê-los lavradores, donos e senhores de terrenos, por uns tempos… com promessa de integração, de nacionalização ao fim dum quinquénio (lustro), consoante os resultados produzidos, preencher espaços vazios, abandonados, pô-los a produzir, organizá-los, dar-lhes viço permanente, enraizar essa gente!!!... Depois de expropriadas as terras a quem… não cuida delas!!!...

… os bombeiros e os helicópteros, são parte do problema, não solucionam… tentam truncá-lo, quando existe!!!... Esforços descomunais que se repetem, cada vez mais, heróis e vedetas, vítimas… por vezes!!!...

… mas, quem sou eu, pobre de mim???... Também penso, quantas vezes… meu Deus, na quantidade imensa de pessoas presas e sem préstimo, a apodrecer dentro de celas, de cadeias, de jovens sem norte entregues a coisas ruins, drogas perigosas, viciados, dependentes, sem destino certo, naqueles bairros problemáticos e degradados, arredores dos grandes centros urbanísticos, nos militares dos nossos quartéis que, quando no auge, em última instância, ainda vigiam, ainda participam… depois regressam e esquecem, pouco fazem!!!... E os desempregados, pelas circunstâncias, pelas fraudulências, de braços caídos, vivendo de subsídio???... Que força tremenda, que ajuda seria, que companhia para velhos sem forças, almas solitárias, aldeias vazias, montes inóspitos, terras abandonadas!!!... Que segurança, que esperança, quanta valia!!!... Afinal temos governantes, temos deputados, uma casa cheia, o Parlamento… para decidirem, para fazerem, para reformarem, para inverterem a situação que vem aí, que se aproxima, que se agrava, que se não trava!!!... Helicópteros contratados, na hora… não chega, voltamos à mesma!!!... Ciclo vicioso, incúria… desleixo, não tem mesmo jeito!!!...

… os bombeiros e os helicópteros, são parte do problema, não solucionam… tentam truncá-lo, quando existe!!!... Esforços descomunais que se repetem, cada vez mais, heróis e vedetas, vítimas… por vezes!!!...


… vou passando, vou olhando, vou vendo ervas que se agigantaram nas bermas das estradas, que não foram cortadas, árvores em desalinho, cortadas algumas, com ramos abandonados junto aos troncos de onde os tiraram, como um naco de pólvora, quando bem secos, com Sol intenso, casas bem guarnecidas de silvados, de arbustos, de carapetos… ali ao pé, como moldura verde e formosa, agora em Abril, Maio… quiçá, tempo das flores, tempo das cores, as terras não foram devidamente preparadas, nos vales, nas serras, na pouca floresta que ainda resta, o tempo não perdoa, vai passando… o Verão está aí, à porta, quente e perigoso, como os anteriores, ainda mais!!!... Será que pouco se faz, que se não pensa um pouco, que seremos loucos, que encaramos o FOGO, como uma calamidade natural, fazendo já parte do nosso historial???... A vida no interior, desde que entendida, devidamente protegida… não é assim tão má, vive-se melhor, tem outra qualidade, pura verdade!!!... Façam alguma coisa pelo que resta!!!... Quero-me enganar, não quero ser profeta da desgraça… quero sentir orgulho pelos eleitos, pelos que orientam nossos destinos!!!... Ainda estão a tempo!!!... Pensem, senhores… pensem, façam algo de jeito, com tino e preceito, reformem mentes, coloquem gentes, olhem pelo País, por todo o Portugal, mais pelo esquecido!!!... Sherpas!!!...

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