segunda-feira, 26 de maio de 2008

... aurora!!!...

… ao longe, no largo fronteiro à residência,
gorjeio que soa, permanente,
sobre telhado de habitação,
negro pássaro de feição,
bico amarelo que entoa,
pouco anda, pouco voa,

esmiúça espaço, espreita sol que desponta,
não adivinha desgraça, embala sono ligeiro,
início do dia, primeiro,
despertador de cada manhã que me chega,
quando me conta
seu enlevo, seu desvelo,
junto de ninho por perto,
abrigo que tem na certa, vigilante da sua prole,
naquela folhagem mais densa,
árvore de grande porte,

logo atrás da casa de Deus,
igreja que tenho na frente,
companhia de tanta gente,
sorriso que se entreabre, murmúrios teus que são meus,
canto continuado, gorjeios,

não sossega,
vai desfiando suas queixas, alegrias, pensamentos,
não despega,
cérebro reduzido, completo,
sons que espalha pelos ares,
quantos encantos, doces cantares,

levado por embevecimentos,
tão aberto, tão ecléctico,
natural, natureza pura,
continuidade do que sempre existiu,
harmonia que perdura,
companhia, simples pavio,
redundância que se propaga,
maviosidade que se não cala,

quase no limbo da maravilha,
neste oceano tão canalha, diminuta ilha,
solidão que se quebra,
entoa,
quase parado, não voa,
pássaro negro que desperta,
lá no cimo,
quando gorjeia,
usufruindo do espaço que o rodeia,
presente no tempo que passa,
aliviando qualquer desgraça,

perto do ninho que o anima,
junto do qual se arrima,
tão pertinho, que acarinha
quem ouve,
se delicia
com tão agradável… melodia!!!... Sherpas!!!...

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