sábado, 12 de janeiro de 2008

... da vida!!!...

… mulher objecto, prostituta,
mulher que se espelha, devoluta,
que se ocupa, dom do feitiço, mistério do afecto
que permuta
na sua luta,
sedução seduzida,
mulher rameira
tão produzida, ali à beira,
tão reduzida,
desprezível nos seus enganos,
tristes encantos,

prebenda de pernas abertas,
prostíbulo ambulante,
possui recantos que são valias,
olhos que são janelas,
brilhos que são lanternas,
vermelhos vivos apelativos,
finos traços que estão cativos,
colinas que são desejos
cumes que não se alcançam
quando clamam,
mostram, quando chamam,
compram na altura,
na entrega, na rotura,

sereno enlevo,
ânsia, posse de quem soçobra,
rende
sob abrigo dum abraço, dum beijo,
tristezas, loucuras, alegrias,
mulher que sobra,
mulher que esquece,
mulher que vende,
mulher negócio,
mulher prazer,
mulher de ócio,
mulher da rua,
mulher esquecida,

corpos que provocam,
vendidos,
na esquina onde se colocam,
incitamentos,
entrega total, oferenda consentida,
ruína que desmorona
templo que foi beleza,
esquecimentos,
indignas do que possuem,
intuem,
mulheres da vida,

rendibilidade do que lhes deram quando nadas,
embevecidas perante o que lhes vem,
bem dotadas,
atributos que avultam porque lhes convém,
vida fácil de encantamentos,

gozo, prazer, lascívia que troca,
vende,
quando rende,

dinheiros que compram corpos,
pervertem destinos, traçam caminhos,
tão vivos, prometedores,
não mortos,
flores de todos, deusas do momento, formosuras,
posturas,

por quase nada se mata, conquista, mente,
mau final de muita gente,
ciúme cruel, absoluto querer duma mulher
que não é sequer
o que pensa, o que quer,
ignara criatura
que se explora enquanto dura,

sabe-o bem,
quando sobrevive, tem
ignoto mundilho de sarjeta
na escura noite que se adensa,
que não inventa, sustenta,
quando calcorreia, pensa,

desprezo com que é tratada
por quem a escraviza,
não suaviza,
incendeia paixão,
como maldição que aglutina doce sabor
com amargor,
explosão que deflagra,
arruína padecimento de amor
de quem seja,
quando sobeja,

flutuando em oceano de interesses,
benesses,
revezes,
objecto tão abjecto que desfeia,
não permeia quem acorre,
rendida perante encantos,
com dádivas, com cantos,
nos sombrios recantos
da vida que entrega
na refrega natural que tem com alguém,
quando se tem,

meretriz com chulo adequado,
em qualquer lado,
amado... detestado!!!... Sherpas!!!...

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