quarta-feira, 7 de novembro de 2007

... águas passadas!!!... (antiga)

…porque haverá quem queira, apagar o que foi história???...Porque haverá quem tema, ostentar um cravo encarnado???... Porque haverá quem teime, em alterar a Constituição???... Porque haverá quem vire costas, a mais de metade do Povo???... Porque haverá quem se julgue, mais papista do que o Papa???... Porque haverá quem tente apagar, a nossa memória futura???... Porque haverá quem se julgue, mais português do que outros???... Porque haverá quem pretenda, avivar a memória passada???... Vivemo-la, pois então, não a podemos esquecer mas, males que se esquecem, são males que não magoam!!!... Houve tanto abuso, houve tanta prepotência, houve tanta crueldade, houve tanta perseguição, houve tanto embrutecimento das massas, houve tanta ditadura, houve tanta fome, tanta miséria, tanta emigração, houve tanta teimosia colonial, houve tantas mortes em tantas guerras, houve tanta repressão, houve tanta exploração, houve tanta COISA digna de se esquecer que, por mim falo, faço por isso mesmo!!!...Na história mais recente, a de 1974, a do Abril, a dos cravos, a da revolução, nesse mês das águas mil, na época das cantigas de intervenção, com baralhadas de momento, com asneiras ao montão, não podemos esquecer o que nos ofereceram de mão beijada, a liberdade de expressão, a do voto, a do fim das guerras sem sentido e outras liberdades fundamentais para qualquer ser humano que se preze!!!... Porque será que haja quem, com o pretexto da Constituição ser demasiado esquerdista, (um partidozeco de mínima expressão eleitoral) a queira modificar???... Para que lado???... Com que intenção???... Ele há COISAS que, por mais que tente, não consigo entender ou… entendo, bem demais!!!... Ai Abril, Abril das águas mil, dos cravos na lapela, do fim da ditadura, Abril da história dum passado recente, Abril da memória futura!!!... Porque haverá quem teime, em alterar a Constituição???...



No mês de Portugal/no Abril da revolução/na época em que, afinal/se propagou a canção/espalhada pelo Mundo/que nos toca o coração/bem dentro, cá no fundo/com imagens de ilusão/para turista entender/numa de convencimento/e, mais fácil, receber/o cheiro, a cor, o vento/a hospitalidade fraterna/a beleza deste pedaço/desta terra cálida, terna/junto ao mar, pouco devasso/manso, largo, azul/pelo céu que, o vai pintando/desde o norte até ao sul/numa acalmia de encanto/de bonomia tão prazenteira/dum povo bom, discreto/único na Terra inteira/diligente, sempre honesto/tristonho, pensativo/que, por vezes, se altera/se mostra bem mais vivo/pelo tempo que ele espera/noutra altura, noutra estação/que lhe modifica o sentir/porque lhe toca na produção/pondo em risco o porvir/dele, dos seus, da Nação/neste mês, no de Abril/de poucas águas ou águas mil!...

…lá terão as suas razões, para mim, poucas, mui poucas, porque o que os tempos enterraram, o triste passado da lavoura, da miséria, do analfabetismo, da prepotência, do colonialismo, da soberba, da jactância, da ditadura sem controlo, irracionalmente demoníaca e perversa, está enterrado!!!... Só alguns convencidos deslumbrados e bacocos aguardam, esperançosos, que o tempo volte para trás!!!... É o pensar dum vulgar cidadão, insignificante, tão anónimo, como os anónimos deste País, que ainda mantém uma réstia de esperança em relação ao porvir de Portugal que…merecia mais e melhor do que lhe estão dando!!!...Um abraço do Sherpas…

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