sexta-feira, 23 de novembro de 2007

... gosto de ir... a Lisboa!!!...

… gosto de ir a Lisboa,
encostar o carro, passear,
mais na baixa pombalina,
coisa linda, coisa fina,
mesmo com alguns pormenores,
não deixa de ser coisa boa,
são males bem menores,
que proliferam, existem,
se vêem, se detestam,
continuam e persistem,
bem tristes, dão pena, não prestam,
pedintes em abundância,
um que outro indigente,
desleixo, redundância,
de quem se mostra indiferente,
perante o que sofre da mente,
o drogado, a prostituta,
que fazem da vida, uma luta,
todos os dias, na rua,
durante a jornada, ao sol,
ao longo da noite, à lua,
feridas, chagas, marcas maiores,
na sociedade de qualquer cidade,
diga-se… em boa verdade!!!...

… alguma obra se tem feito,
se faz, se vai fazendo,
um que outro remendo,
continuam os estaleiros,
tratam os prédios, recuperam,
um toque, mais outro na calçada,
revolvem-se as infra-estruturas,
grades amarelas, farturas,
vista normal, rua esburacada,
instaurado, instituído o rebuliço,
quantos passantes, turistas,
olhos abertos para as vistas,
com desvios, quando as enfrentam,
com digitais sempre à mão,
foto que se tira na hora,
viram costas, vão embora,
como também gosto de fazer,
não me canso, não me perco,
nesta cidade que eu amo,
quando a tento descobrir, ver,
capital, encanto, prazer,
quando a nomeio… a clamo!!!...

… desta vez, com cow parade,
continuação da vacaria,
já conhecida, no Luxemburgo,
é giro, é arte, é improviso,
uma bonita realidade,
dá mais cor à cidade,
alegra o espírito, fantasia,
faz assomar um sorriso,
a um magote de turistas,
perante o imprevisto, as vistas,
tirar uma fotografia,
preenche um certo vazio,
num caos permanente, que se sente,
quase como um desafio,
restos que, já não são gente,
numa realidade sempre presente,
que se chora, se pressente!!!...


… naquela amálgama indiferente,
onde prolifera o desgraçado,
cabisbaixo, quase demente,
um pouco, por todo o lado,
arrumador diligente,
doido, cantando o fado,
num palco improvisado,
mais mudo… do que calado,
pedinte em cada esquina,
prostituta que faz olhinhos,
drogado que desafina,
lamentos meus, constantes… baixinhos,
vergonha e humilhação,
do infortunado irmão,
que, na rua, estende a mão,
enquanto vou fotografando
vacas coloridas, sem pressas,
que ontem, foram espalhando,
por praças, avenidas… dispersas,
nas ruas mais diversas!!!... Sherpas!!!...

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