quarta-feira, 3 de outubro de 2007

... canis... libertus!!!...




... pelo passeio, sem asseio,
farejou, deu duas, três voltas,
posicionou-se com esforço,
defecou
sem coleira,
sem eira nem beira,
sem lei, sem escolta,
livre de o fazer, como quer,
como bem entender,

olhou em redor,
espaços com a mesma cor,
para cima, para baixo,
seja para onde for,
corpo que não lhe pesa ainda,
numa correria, brincadeira,
folgado, vazio,
cão vadio,

tempo de feição,
sol que abriga,
mão amiga,
restinho dum Verão
que acaba,
não tendo nada,

numa ruela, numa esquina,
numa estrada,
nada acontece quando alivia a tripa,
se esfarripa, se esganiça, se espreguiça,
se esforça sem trela,
cão sem dono,
mazela que queda no chão,
dejecto nada higiénico,
abjecto,

que nojo,
afirmação de quem vê, contesta,
aceitação pela razão de ser irracional à solta,
desliga, não importa,

lá vai pintando o asfalto, calçada portuguesa,
largo enfeitado, florido, composto,
a gosto,
firmeza que completa enquadramento,
salpicos que nos fazem desviar,
cautelosos nos passos que damos, atentando no chão,
ainda assim não esmague aquela pintura,
gravura de relevo,
enlevo,

contragosto de quem deprecia,
alergia à merda que sobressai,
que cai de ânus abertos, propensos,
libertos,
na vida que têm enquanto vadiam,
aliviam!!!... Sherpas!!!...

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